quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Nacional

Governo anuncia aumento do superávit e cortes de mais R$ 10 bilhões

Medida visa a “preparar” o país para a recessão internacional que se aproxima

Ao mesmo tempo em que tem recorde de arrecadação e lança um pacote bilionário de ajuda à indústria, o governo Dilma acaba de anunciar o aumento do superávit primário, aqueles recursos economizados pelo governo para o pagamento de juros da dívida pública aos banqueiros. Isso implica num aumento do aperto fiscal e, nas palavras do ministro da Fazenda Guido Mantega, maior “controle de gastos”.

O governo antecipou o anúncio em reunião com representantes das centrais sindicais CUT e Força Sindical, durante o Conselho Político, na manhã deste dia 29 de agosto, em Brasília. Ao final da reunião, os sindicalistas informaram inicialmente à imprensa que os cortes adicionais ficariam em R$ 14 bilhões, equivalente a 0,5% do PIB. A reunião foi convocada para o governo pedir a “compreensão dos movimentos sociais” para os cortes, necessários diante da conjuntura de uma provável recessão internacional.

Poucas horas depois, o ministro da Fazenda Guido Mantega realizou o anúncio oficial do aumento do superávit. Segundo o ministro, o governo vai enviar projeto de Lei ao Congresso alterando a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2011, que estabelece o valor do superávit primário. “Estamos propondo a elevação da meta dos atuais R$ 117 bilhões para R$ 127 bilhões”, informou Mantega. Isso significa, para o governo Federal, um aumento de R$ 81 bi para R$ 91 bi do superávit. Uma elevação de R$ 10 bilhões na economia do governo, que se somam aos R$ 50 bilhões do corte recorde anunciado pelo governo no início do ano.

Preparando para a crise
Apesar das insistentes declarações de que o Brasil estava hoje mais preparado para uma crise econômica internacional, o governo não fez outra coisa em 2011 que preparar o país para uma recessão. E tomando medidas para defender os empresários e investidores, jogando os efeitos da crise nas costas dos trabalhadores.

Primeiro foi o corte de R$ 50 bilhões do Orçamento. Depois, o reajuste pífio do salário mínimo, enquanto a economia registrava crescimento acelerado e os lucros das empresas só aumentavam. Mais recentemente, o governo vetou reajuste real das aposentadorias com o valor superior a um salário mínimo em 2012.

Ao mesmo tempo em que mostra a necessidade de se ajustar as contas, a arrecadação do governo em impostos só aumenta. Em julho passado, ficou em R$ 90 bilhões, valor recorde para o mês.

Para os empresários e industriais, por outro lado, o governo reserva subsídios e isenções fiscais. O programa Brasil Maior de “estímulo” à indústria, que conta com isenção da alíquota patronal do INSS para alguns setores, deve garantir um total de R$ 25 bilhões em renúncia fiscal aos empresários.

Junto com o corte adicional de R$ 10 bilhões, o governo já mandou um recado que não vai aceitar aumento nos gastos. Isso significa não conceder reajustes aos servidores públicos, barrar a PEC 300 (do piso nacional a policiais e bombeiros), a Emenda 29 que garantiria mais recursos à Saúde e o fim do fator previdenciário. Aumentar em 10% do PIB os recursos para a Educação então, nem pensar.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Saúde Pública

Faltam agentes de endemias em Mossoró

A prefeita de Mossoró, Fafá Rosado (DEM), está ajudando o mosquito da dengue a espalhar a doença na cidade. Ao invés de aumentar o número de agentes de endemias, a Prefeitura resolveu diminuir a quantidade de trabalhadores. Nas últimas semanas, demitiu 34 agentes que tinham seus contratos vencidos, e não convocou os novos concursados. Antes de decidir a situação dos agentes contratados, a prefeita deveria ter convocado os aprovados no concurso e iniciar o treinamento.

Agora, Mossoró está mais desprotegida ainda. Em Santo Antônio, o maior bairro, trabalham apenas dois agentes de endemias. Um deles, por exemplo, é responsável sozinho por 1090 imóveis, quando deveria cuidar de pouco mais de 800 (que também é bastante). É dessa forma que a Prefeitura pretende combater a dengue em Mossoró, reduzindo os custos e aumentando o risco.

Saúde Pública

HRTM possui apenas 7 leitos de UTI

O descaso da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) com a saúde pública é igual ao dos gestores passados. Em todos os hospitais, a população sofre com o abandono e a falta de atendimento. No Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), em Mossoró, a situação é desesperadora. A UTI (Unidade de Terapia Intensiva) possui apenas 7 leitos para toda a região Oeste. Nessas condições, todos os dias os profissionais da saúde precisam escolher quem vive e quem morre.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Polêmica

PREFEITURA DE FELIPE GUERRA QUER CRIAR INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA PRÓPRIO; SERVIDORES SÃO CONTRA

O prefeito de Felipe Guerra, Braz Costa (PMDB), está querendo criar um instituto de previdência social próprio para o município. Isso quer dizer que o gerenciamento das aposentadorias dos servidores municipais deixaria de ser controlado pelo INSS (governo federal) e passaria para as mãos da Prefeitura, através da municipalização da Previdência. O projeto irá para a Câmara de Vereadores.

No dia 22 de agosto, houve um primeiro debate na Câmara com os servidores sobre a mudança. Apenas um vereador possuía uma cópia do projeto de Previdência própria. O Sindsaúde Mossoró participou dessa primeira audiência e pediu uma cópia da proposta para poder analisar. Os servidores que participaram da reunião vêem com desconfiança a iniciativa do prefeito e rejeitam a alteração.

“O prefeito Braz Costa sequer paga os salários dos servidores em dia. Os trabalhadores desconfiam que o mesmo venha a acontecer com as aposentadorias. Além disso, com a previdência municipal, o desconto no salário vai passar de 8% para 11%. O prefeito deveria ouvir os servidores e se preocupar com uma reivindicação antiga deles, que é o Plano de Cargos.”, avaliou João Morais, do Sindsaúde Mossoró.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Vídeo

"MOBILIZAÇÕES NA SAÚDE DEVERIAM TER COMEÇADO NO INÍCIO DO ANO", DIZ OPOSIÇÃO CSP-CONLUTAS

Nesta quarta-feira, dia 24, dezenas de trabalhadores estaduais da saúde realizaram uma mobilização em frente ao prédio da Governadoria do Estado, em Natal. Os manifestantes vieram com caravanas do interior e de hospitais da capital. O protesto cobrou da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) o pagamento de direitos atrasados e a abertura das negociações da Campanha Salarial 2011.

A Oposição CSP-Conlutas à direção estadual do Sindsaúde esteve presente e alertou que as mobilizações já deveriam ter começado desde o início do ano, junto com as demais categorias em greve. "A direção estadual do Sindsaúde perdeu um momento histórico quando se recusou a lutar com as outras categorias de trabalhadores no início do ano.", disse a assistente social e membro da oposição, Rosália Fernandes. Veja o vídeo.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Mobilização

SINDSAÚDE MOSSORÓ VAI A NATAL COBRAR DO GOVERNO DO ESTADO PAGAMENTO DE DIREITOS

A Regional do Sindsaúde de Mossoró participou nesta quarta-feira, dia 24, de uma mobilização em frente à Governadoria do Estado, em Natal. O objetivo do protesto era cobrar da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) o pagamento de direitos atrasados, como mudanças de nível e indenizações, além de abrir um canal de negociação para a Campanha Salarial 2011. A direção do Sindsaúde Mossoró levou uma caravana com 31 trabalhadores para reforçar a mobilização dos demais servidores vindos de outras cidades do interior e de hospitais da capital. A manifestação pediu ainda o aumento da jornada especial em 100% para o nível superior e em 75% para o médio. A reposição de 7,1% da inflação também foi cobrada.

Em resposta, o governo do Estado não sinalizou com propostas concretas. Apenas afirmou que até o dia 10 de setembro dirá quando vai pagar os 3% da mudança de nível, se na folha do mês de setembro ou numa folha extra. Quanto ao restante da pauta, o governo não assumiu prazos. A direção estadual do Sindsaúde deve marcar assembleias para o início do próximo mês. A Oposição CSP-Conlutas à diretoria estadual do Sindsaúde esteve presente e alertou que as mobilizações já deveriam ter começado desde o início do ano, junto com as demais categorias em greve. "A direção estadual do Sindsaúde perdeu um momento histórico quando se recusou a lutar com as outras categorias de trabalhadores no início do ano.", disse a assistente social Rosália Fernandes.

Manifestação em frente à Governadoria; MST esteve presente com pautas específicas

Militantes da Oposição CSP-Conlutas à direção estadual do Sindsaúde conversam com servidores


Caravana da Regional do Sindsaúde Mossoró

Jornada Nacional de Lutas

Marcha em Brasília reúne 20 mil manifestantes e pede investimentos em saúde, educação e reforma agrária

Trabalhadores também exigiram o fim da corrupção no governo, e prisão e confisco dos bens dos corruptos e dos corruptores

A Marcha em Brasília, atividade convocada pela Jornada Nacional de Lutas, reuniu cerca de 20 mil pessoas, segundo os organizadores, com início por volta das 10h e encerramento às 13h30. Trabalhadores de diversas categorias do país participaram da iniciativa. Entre eles, metalúrgicos, petroleiros, professores universitários, trabalhadores dos Correios, servidores públicos federais, mineradores, bancários, rodoviários, estudantes, além de integrantes de movimentos populares. Os manifestantes saíram do estádio Mané Garrincha e percorreram as ruas do centro de Brasília, finalizando o protesto em frente ao Congresso Nacional.

Audiências - Às 11h houve audiência com o secretário geral da Presidência, Gilberto Carvalho; às 11h30, a audiência foi com o presidente da Câmara Federal, Marco Maia. Às 19h, estava marcada outra com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Aires Brito. Nesses encontros, os representantes da Jornada Nacional de Lutas levaram suas reivindicações a cada um dos órgãos.

Após o encerramento do ato pelo dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Luis Carl
os Prates, o Mancha, os estudantes se dirigiram para o Ministério da Educação, onde fizeram um ato; os integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) foram para o Ministério das Cidades realizar um protesto contra os despejos que vêm ocorrendo no país devido à construção de obras da Copa do Mundo e da Olimpíada. A Via Campesina foi para o Ministério da Comunicação. Cada setor em luta, categorias em campanha salarial, está promovendo uma atividade específica por suas pautas de reivindicações. Às 15h ocorreu uma plenária pelos 10% do PIB para a Educação já!

De acordo com o dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Paulo Barela, a presença div
ersificada de categorias em luta mostrou que é possível organizar mobilizações unificadas que denunciem e apresentem alternativas à política do governo Dilma Rousseff. “É preciso que o governo deixe de governar para empresários, banqueiros e empreiteiros e atenda aos interesses dos trabalhadores do país, direcionando verbas para saúde, educação e transporte públicos, verbas para a reforma agrária”.

O protesto também exigiu o fim da corrupção no governo e prisão e confisco dos bens dos corruptos e dos corruptores. Segundo Barela, haverá continuidade dessa iniciativa. Nas próximas semanas, acontece nova reunião das entidades que participaram da organização da Jornada Nacional de Lutas, que ocorre de 17 a 26 de agosto em todos os estados do país. “O ponto alto da jornada foi a marcha em Brasília, mas antes foram realizadas passeatas, paralisações, assembleias, ocupações de terrenos e de terras e outras atividades em diversas categorias”.

O protesto nacional foi organizado pela CSP-Conlutas e diversas entidades. Entre elas, MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, COBAP – Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas, Via Campesina, MTL – Movimento Terra, Trabalho e Liberdade, Resistência Urbana, Intersindical, CNESF – Coordenação Nacional das Entidades dos Servidores Federais, CONDSEF – Confederação Nacional dos Servidores Federais, ANDES – Sindicato Nacional, FENASPS – Federação Nacional dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência Social, SINASEFE – Nacional, ASSIBGE – Sindicato Nacional, CPERS – Sindicato, ANEL – Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre e várias outras entidades de base de vários estados do país.

Fonte: CSP-Conlutas

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Dinheiro do Sindicato é para a luta!

COOPERATIVA DE CRÉDITO DO SINDSAÚDE ESTADUAL VAI AUMENTAR ENDIVIDAMENTO DOS TRABALHADORES

Nunca o endividamento pessoal atingiu tantos brasileiros. Nem mesmo durante os dois governos de Fernando Henrique Cardoso. Na época, o endividamento representava 6% do PIB (Produto Interno Bruto). Mas foi sob o governo Lula que o endividamento dos trabalhadores deu um grande salto, registrando 15% do PIB.

Um estudo da Fecomércio de São Paulo aponta que em média 64% das famílias que vivem nas 27 capitais do país tinham dívidas, entre janeiro e maio deste ano. Em 2010, o endividamento era de 61%. A mesma pesquisa também aponta que o valor médio da dívida aumentou quase 18%: de R$ 1.298 mensais, entre janeiro e maio do ano passado, para R$ 1.527 mensais, em igual período deste ano.

A criação de uma cooperativa financeira pela direção do Sindsaúde Estadual reforça a dependência dos trabalhadores aos empréstimos. Por menor que seja a taxa de juros do sindicato, a dívida ainda será gigantesca, pois os salários são baixos e a inflação não para de subir. Ao invés de retirar dinheiro do sócio para investir num banco, que irá lhe emprestar seu próprio dinheiro a juros, o Sindsaúde deveria investir os recursos para fortalecer a organização e a luta de todos os trabalhadores da saúde. Mas isso a atual direção estadual não quer fazer.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Cadê a direção estadual do Sindsaúde/RN?

QUEM NÃO LUTA QUER ROSALBA!

Estamos no mês de agosto e até agora os servidores da saúde não obtiveram nenhum ganho dentro da pauta de reivindicações 2011, aprovada em assembleia da categoria. Nos últimos jornais, a diretoria do Sindsaúde afirma que “SERVIDORES ESTADUAIS COLHEM PRIMEIRAS VITÓRIAS”. Ao contrário disto, nós, da OPOSIÇÃO CSP-CONLUTAS NO SINDSAÚDE, afirmamos que nada tivemos de ganhos e vitórias. Desde quando conseguir o pagamento de férias e horas extras atrasadas significa vitória?

Na realidade, o que temos são perdas, pois receber férias nove meses após terem sido gozadas não é uma vitória, e sim uma derrota. Da mesma forma ocorreu com o pagamento das indenizações referente às horas extras trabalhadas em 2010. O governo de Rosalba Ciarlini (DEM), além de não contratar todos os concursados, utiliza-se dos servidores já existentes e ainda não paga as indenizações em dia.

É um erro dar o nome de vitória a derrotas impostas pelos governos aos trabalhadores. Primeiro porque rebaixa a nossa pauta de reivindicações e, segundo, porque desarma ainda mais a categoria. Ao contrário de outros sindicatos estaduais, como os dos Médicos, da Educação, da Polícia Civil e da Administração Indireta, a diretoria do Sindsaúde Estadual nada fez para organizar os servidores nos locais de trabalho com o objetivo de fortalecê-los para lutar pela pauta de reivindicações de 2011 e enfrentar o governo.

DIREÇÃO DO SINDSAÚDE CULPA CATEGORIA POR NÃO PARTICIPAR
A última assembleia aconteceu no dia 2 de agosto. Apenas dez pessoas compareceram: 5 diretores e 5 trabalhadores da base. O tempo inteiro os diretores responsabilizaram a própria categoria por não participar das assembleias e atos públicos e por não querer lutar. Mas será que isso é verdade?

Desde que teve início a campanha salarial, ficou claro que a diretoria do Sindsaúde não acreditava no movimento e nem queria lutar. Nenhuma reunião foi feita nos setores dos hospitais para esclarecer a necessidade de lutarmos para melhorar o Plano de Cargos e Remuneração; de modificar a Lei da Gratificação de Produtividade ou mesmo lutar por condições de trabalho e contra o desabastecimento.

As assembleias são convocadas por mensagem de celular e nenhum diretor passa nos locais de trabalho com antecedência para chamar para as assembleias. Nem cartazes são colocados. Quando são, colocam com apenas um dia antes da assembleia.

A primeira reunião por local de trabalho só aconteceu no dia 4 de agosto no Hospital Santa Catarina. Nenhum cartaz foi colocado, não houve convocação prévia e mais uma vez a reunião foi esvaziada. Apenas 10 pessoas compareceram e a conclusão foi a de que estava muito difícil lutar.

A HORA DE LUTARMOS É AGORA
Diante da importância dos serviços que prestamos à população, vemos o quanto somos desvalorizados pelos governantes. Todos que nascem, vivem e morrem passam por nossas mãos necessitando de alguma assistência. Assistência essa que prestamos com muita responsabilidade e respeito, mesmo diante das dificuldades impostas pelos gestores públicos, a exemplo dos baixos salários, da sobrecarga de trabalho e da falta de condições materiais, entre outros problemas.

Através desta reflexão, estamos denunciando e exigindo que nossos salários sejam reajustados não só com base no reajuste do mínimo e na inflação, mas também baseado em perdas crônicas e progressivas que tivemos ao longo dos anos. Por isso, chamamos a categoria para lutarmos contra esses governantes intransigentes que estão aumentando seus próprios rendimentos de forma abusiva e defasando os salários dos que realmente trabalham. Como nossas necessidades não são atendidas, somos obrigados a nos endividarmos fazendo empréstimos bancários, o que só piora a nossa situação.

Apesar da falta de disposição da diretoria do Sindsaúde em estimular a luta, a Oposição CSP-Conlutas no Sindsaúde propõe retomarmos a campanha salarial com força e obrigar o governo a negociar com os servidores, como fez com os médicos. Para isto, propomos construir a greve na saúde para setembro. Assim, estamos convocando a categoria para participar de uma mobilização na Governadoria, no dia 24 de agosto, e de uma assembléia, no dia 1º de setembro.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Nacional

O Brasil está mais preparado para enfrentar uma crise internacional?

Em 2008, o país foi fortemente atingido pela crise financeira dos EUA. De lá para cá, algo mudou?


Diego Cruz, do Jornal Opinião Socialista

“O Brasil saiu na frente e anunciou o corte de R$ 50 bilhões, tomamos a decisão antes, enquanto outros países estão fazendo ajuste fiscal só agora”. As palavras da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, em entrevista publicada no dia 12 de agosto pelo jornal Estado de S. Paulo, mostram que, embora diga que o país não será afetado pela crise, o governo Dilma não fez outra coisa em termos de política econômica que não se preparar para enfrentá-la. E do jeito que conhecemos bem.

Começou com um forte ajuste fiscal no início do ano, apontando o corte recorde do Orçamento, e agora implementa uma política de isenções, subsídios e financiamento público às indústrias, sob a justificativa de proteger a “indústria nacional”. Ao mesmo tempo, sinaliza de forma clara que não vai permitir qualquer medida que signifique aumento de gastos. Para bom entendedor, isso significa na prática não reajustar o salário dos funcionários públicos, não aprovar a PEC 300, que estabelece um piso nacional para policiais militares e bombeiros, assim como a Emenda 29, que aumentaria o investimento na Saúde.

Com o aprofundamento da crise causada pela situação dos países e bancos europeus e o recente rebaixamento da nota da dívida norte-americana, o governo Dilma precisa passar confiança ao mercado, num cenário externo que tende a piorar cada vez mais. Nesse sentido, o discurso do governo é: estamos preparados para a crise, pois já vencemos uma, e vamos fazer de novo. O ministro da Fazenda Guido Mantega já declarou que “a experiência de 2008 e as medidas do Banco Central irão afastar a crise”.

Mas qual foi a ação do governo naquele ano? Teria ela sido tão eficiente como fazem parecer agora Mantega e Dilma? Quase três anos nos separam da crise de 2008, provocado pela quebra do banco Lehman Brothers nos EUA. A queda do banco norte-americano foi o estopim que desatou a crise internacional após meses de tensões nos mercados financeiros.

Crise no coração do império
O banco Lehman Brothers declarou falência em setembro de 2008. As atenções recaíram sobre os chamados “países emergentes”. No Brasil, o governo Lula, assim como agora faz o governo Dilma, ressaltava os “bons fundamentos da economia” para dizer que a crise não chegaria. No início de outubro daquele mesmo ano, o então presidente declarou à imprensa que a crise estava fechada aos EUA e que, se tivesse algum reflexo por aqui, seria uma mera “marolinha”.

Não demorou muito, porém, para que os reflexos da crise se fizessem sentir no Brasil. Primeiro, através de uma forte restrição do crédito. Em outubro de 2008, o governo implementou um pacote de ajuda aos bancos. Além de liberar recurso do compulsório, parte dos depósitos que os bancos devem entregar ao Banco Central a fim de compor um fundo de segurança para o mercado financeiro, o governo editou uma Medida Provisória permitindo que bancos públicos comprassem ações de instituições financeiras em dificuldades.

Enquanto isso, na “economia real”, os estragos já não podiam ser chamados de “marolinha”. Empresas cancelavam investimentos e abriam o caminho para os cortes. No final do ano, a Vale anunciava a demissão de 1300 trabalhadores em todo o mundo. A CSN não ficou atrás e também abriu a temporada de cortes, demitindo 1300 trabalhadores diretos e mais de 2 mil terceirizados no final daquele ano e início de 2009.

O mês de dezembro de 2008 fechou com um recorde de demissões no país. No mês, mais de um milhão e meio de trabalhadores foram mandados para a rua. A diferença entre demissões e contratações resultou num saldo negativo de 655 mil postos de trabalho.

No primeiro trimestre de 2009, o Brasil oficialmente entrava em recessão. Férias coletivas e demissões coletivas, como os 4200 cortes realizados pela Embraer em fevereiro, assombravam os trabalhadores. A estratégia do governo Lula para lidar com a crise foi abrir ainda mais a torneira do BNDES para as empresas. Ao mesmo tempo, conceder isenções fiscais, como o de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para as montadoras. Enquanto a General Motors dava férias coletivas e demitia, se beneficiava com a linha especial de financiamento do governo, de R$ 4 bilhões. O governo de São Paulo concedia outros R$ 4 bilhões em subsídios ao setor.

Os recursos despejados pelo governo aos bancos e empresas não impediram as demissões ou as reduções nos salários, mas impediram o prolongamento da recessão. A partir do primeiro trimestre de 2009, a economia, embora cambaleante, dava sinais de recuperação. O ano, porém, fechou com crescimento negativo de – 0,64%. A recuperação só veio mesmo em 2010, com a relativa recomposição da economia mundial.

O ano passado foi marcado por um acelerado crescimento, que cravou a marca de 7,49% de aumento do PIB. Um crescimento que, mais uma vez, beneficiava principalmente uma pequena parte da população. Enquanto o salário médio teve um tímido avanço, lucros de bancos e empresas disparavam. Parte dos demitidos foi recontratada com salários menores. Já o tão alardeado aumento da ocupação se dava através daqueles empregos com menor remuneração.

Estamos mais preparados?
Todos os discursos do governo Dilma nos últimos dias foram no sentido de que, embora a crise internacional despontando no horizonte pareça grave, o Brasil estaria melhor preparado para enfrentá-la. Seria verdade?

Em 2008 a crise pegou o país de forma tão rápida e intensa pelo caráter dependente de nossa economia. Da produção de minério da Vale e CSN para exportação, determinada pela demanda principalmente da China (que por sua vez reflete o crescimento mundial); às montadoras, sujeitas às orientações e necessidades das matrizes; aos juros que remuneram o capital especulativo, a economia brasileira só tem um sentido: permitir aos capitalistas internacionais roubar as riquezas daqui.

As empresas estrangeiras detêm diretamente quase 50% das empresas no país. Dominam ainda 89% da indústria automobilística. O crescimento econômico do último período não mudou isso. O que podem garantir as reservas internacionais tão alardeadas por Guido Mantega, de 350 bilhões de dólares? Pode garantir o pagamento da dívida pública por um tempo, mas não vai deter demissões quando as empresas tiveram que cortar custos para manterem sua taxa de lucro. Ou quando os especuladores mudarem sua rota e saírem do país, levando embora os ganhos com os maiores juros do mundo.

Em 2009, o governo se viu obrigado a reduzir o superávit para arcar com a política de ajuda às empresas. Agora, a pressão do mercado é para que o país volte à “boa situação fiscal”, ou seja, que reduza gastos e corte o Orçamento. Os prejudicados, mais uma vez, não serão os banqueiros ou empresários. E isso não vai blindar a economia, como dizem o governo e a grande imprensa.

Torna-se cada vez mais provável uma longa recessão mundial. Tentar prever quando e como o país será afetado, porém, é fazer futurologia. O que é certo afirmar é que o Brasil será atingido, como foi em 2008.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Movimento

Avançam os preparativos da jornada de agosto

Sindicatos, movimentos populares e estudantis já se colocam em movimento.


Começa a ganhar corpo a preparação da jornada nacional que a CSP-Conlutas e outras entidades estão organizando para agosto. A iniciativa, assumida também pela CNESF, COBAP, ANEL, Condsef, MTL, MTST, MST, UST, Intersindical e diversas outras entidades, busca mobilizar os trabalhadores de todo o país em torno de um conjunto de reivindicações. A jornada deve se apoiar nas campanhas salariais que estão acontecendo nesse momento.

Movimentos populares e estudantis se somam à jornada
O Congresso da Assembleia Nacional de Estudantes – Livre definiu a participação do movimento estudantil combativo na jornada. A ANEL deverá realizar sua 5° Assembleia Nacional logo após a Marcha, no dia 25 de agosto, em Brasília. Os estudantes também vão jogar peso na plenária nacional da campanha por 10% do PIB para a educação, que acontece no dia 24 de agosto, em Brasília.

Os movimentos populares também se organizam. O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) planeja levar 20 ônibus a Brasília, com representantes de ocupações urbanas, principalmente de São Paulo e Minas.

O MUST (Movimento Urbano dos Sem Teto) já cadastrou 250 moradores do Pinheirinho, em São José dos Campos, mas tem potencial para levar outras centenas de trabalhadores.

O MTL (Movimento Terra, Trabalho e Liberdade) organiza uma caravana do noroeste de Minas Gerais, com representantes de assentamentos e ocupações do campo.
Também no dia 24, em Brasília, ocorrerá uma reunião nacional dos movimentos pela demarcação das terras quilombolas.

Como podemos ver a semana de mobilização proposta e o dia 24 de agosto, em particular, estão sendo tomados como referência pelas categorias e movimentos de trabalhadores em luta.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Saúde Estadual

TRABALHADORES TERCEIRIZADOS AMEAÇAM ENTRAR EM GREVE CONTRA ATRASO NOS SALÁRIOS

Os trabalhadores que prestam serviços às empresas terceirizadas Safe e JMT estão mais uma vez com os salários atrasados. Responsáveis pelos setores de serviços gerais de todas as unidades de saúde do estado, eles ameaçam parar as atividades nesta sexta-feira, dia 12.

Há vários meses os trabalhadores enfrentam problemas de atraso de pagamento e as empresas alegam que que têm dificuldade para pagar em função de uma dívida referente aos meses de outubro, novembro e dezembro de 2010. Há ainda atrasos quantos aos repasses contratuais do governo do Estado às prestadoras de serviço relativos aos meses de junho e julho deste ano.

O Sindsaúde Regional de Mossoró está orientando os trabalhadores terceirizados a paralisarem suas atividades em protesto contra os atrasos de salários e tem preparado reuniões para mobilizar estes funcionários.

Com informações do jornal Tribuna do Norte

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Formação Política

SINDSAÚDE MOSSORÓ FAZ CURSO DE PLANEJAMENTO SINDICAL COM ILAESE

Nos dias 5 e 6 de agosto, a direção do Sindsaúde Mossoró participou de um curso de formação política promovido pelo Instituto Latino Americano de Estudos Sócio-Econômicos, o ILAESE. O curso foi ministrado no IFRN de Natal pelo professor Fernando Antônio e contou com a participação de mais quatro sindicatos. Entre estes, o Sindsaúde de São Gonçalo, o Sindicato dos Ferroviários e os Sindicatos dos Trabalhadores da Educação de Ceará-Mirim e de São Gonçalo.

Com o tema “Concepção, Estratégia e Prática Sindical”, o curso abordou a história do surgimento das entidades sindicais, seus princípios, objetivos e formas de atuação na luta de classes. Os cerca de 60 participantes também puderam debater suas debilidades no dia-a-dia do sindicato e planejar atividades para atuar melhor nas lutas dos trabalhadores. Um balanço sobre os oito anos do Governo Lula ainda foi apresentado e mostrou que o ex-presidente do PT esqueceu tudo o que defendia na época em que era dirigente sindical. Abaixo, veja fotos.


Dirigentes sindicais durante o curso do ILAESE

Debate em grupos discutiu formas de atuação na luta dos trabalhadores


O professor e instrutor do ILAESE, Fernando Antônio, durante explicação

Diretoria do Sindsaúde Mossoró com o instrutor do ILAESE

Esporte

FELIPE GUERRA VENCE O 1º CAMPEONATO DE FUTEBOL SOCIETY DO SINDSAÚDE MOSSORÓ

Na manhã do dia 31 de agosto, os times de Felipe Guerra e do Hospital Tarcísio Maia protagonizaram um emocionante jogo pela final do 1º Campeonato de Futebol Society do Sindsaúde Mossoró. A partida foi realizada na Associação dos Trabalhadores do HRTM e contou com a presença da direção regional do sindicato. O jogo terminou com Felipe Guerra vencendo o Tarcísio Maia por 4 a 2 e faturando o título de campeão do torneio Raimundo Orlando, homenagem feita ao companheiro da saúde, falecido no final do ano passado. O prêmio de artilheiro da competição também ficou com os trabalhadores de Felipe Guerra. Abaixo, veja as fotos.

Felipe Guerra: os campeões do 1º Campeonato de Futebol Society do Sindsaúde Mossoró


Diretor do Sindsaúde João Morais entrega medalhas aos vencedores



Artilharia do campeonato ficou com Felipe Guerra





O segundo lugar ficou com os trabalhadores do Hospital Tarcísio Maia

Os diretores do Sindsaúde Mossoró, Jussirene Oliveira e Manoel Ribeiro, que jogou pelo HRTM


Diretor do Sindsaúde Manoel Ribeiro: 2º lugar com os trabalhadores do HRTM



Time dos trabalhadores do Tarcísio Maia



Nacional

Endividamento do brasileiro é recorde

Você conhece alguém que não esteja endividado? Uma resposta afirmativa a essa pergunta está se tornando cada vez mais difícil. O endividamento dos trabalhadores tomou conta do país. Nunca o endividamento pessoal atingiu tantos brasileiros. Nem mesmo durante os dois governos de Fernando Henrique Cardoso. Na época, o endividamento representava 6% do PIB (Produto Interno Bruto), soma de todas as riquezas do país. Mas foi sob o governo Lula que o endividamento dos trabalhadores deu um grande salto, registrando 15% do PIB.

Um estudo intitulado “Radiografia do Endividamento das Famílias nas Capitais Brasileiras”, da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), aponta que em média 64% das famílias que vivem nas 27 capitais do país tinham dívidas, entre janeiro e maio deste ano. No mesmo período, em 2010, o endividamento era de 61%. Há capitais nas quais o endividamento é quase absoluto. Curitiba (PR), por exemplo, tem 88% das famílias endividadas; seguida por Florianópolis (SC), cujo índice é de 86%. Ou seja, quase nove entre 10 famílias estão endividadas nessas capitais.

A mesma pesquisa também aponta que o valor médio da dívida aumentou quase 18%: de R$ 1.298 mensais, entre janeiro e maio do ano passado, para R$ 1.527 mensais, em igual período deste ano. Segundo um estudo da LCA Consultores, divulgado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, o total da dívida das pessoas físicas chegou a R$ 653 bilhões em abril. Em dezembro de 2009, a dívida das famílias estava em R$ 485 bilhões.

Fragilidade do crescimento econômico
O crescimento econômico é o pano de fundo do endividamento dos trabalhadores. O crescimento fez com que bancos e financeiras abrissem as torneiras do crédito, com prazos a perder de vista. Assim, muitos trabalhadores acabaram contraindo dívidas no cartão de crédito, cheque especial, financiamento bancário, crédito consignado, para compra de veículos e imóveis.

Mas o endividamento dos trabalhadores tornou-se uma estratégia das empresas para expansão dos seus rendimentos. As práticas como créditos longos, facilidades na aquisição de cartão de crédito, cheque-especial, e muitas outras, permitem que os capitalistas lucrem mais nos financiamentos dos produtos que vendem, do que com a venda em si do produto.

Para “combater a inflação”, o governo Dilma impõe a maior taxa de juros de todo o mundo, o que proporciona lucros estupendos aos banqueiros. Não é por menos que um dos maiores negócios (e mais lucrativos) dos bancos seja a operação de crédito. Ao mesmo tempo, uma alta taxa de juros serve para o país atrair capitais estrangeiros, de forma a manter uma reserva alta em dólar, e assim permitir que os lucros gerados no Brasil sejam remetidos ao exterior.

Juros e juros
Mas não existe uma única taxa de juros no mercado. A taxa de juros que os capitalistas tem para investir é bem diferente dos juros pagos pelos trabalhadores.

Segundo cálculo do economista Mansueto Almeida, do IPEA, os empréstimos dados pelo BNDES às empresas representaram, em 2010, um custo ao país de R$ 21 bilhões ao ano. No entanto, o BNDES repassa esse dinheiro às empresas a juros de apenas 6% ao ano, e prazos de pagamento que vão de 20 a 40 anos. Por outro lado, a taxa de juros cobrada pelos bancos no cheque especial chega a 150% ao ano, segundo o Banco Central.

O destaque fica para o crédito consignado que se tornou uma armadilha para os trabalhadores. Criado em 2003, sob a desculpa de facilitar acesso dos pobres aos empréstimos bancários, o crédito é concedido especialmente a pessoas de baixa renda que têm descontado nos salários os empréstimos contraídos nos bancos. De lá pra cá, esse tipo de crédito se tornou um dos componentes mais importantes do lucro dos bancos, pois a rentabilidade é certa para os banqueiros, uma vez que o risco de inadimplência é zero, além das taxas altíssimas de juros.

Os bancos agradecem toda generosidade dos governos. Por isso, foram os maiores doadores das campanhas eleitorais de Dilma e José Serra. De conjunto, doaram cerca de R$ 8 milhões para a então presidenciável petista. O Itaú foi o maior financiador de Serra e Dilma, com R$ 4 milhões para cada campanha.

Salários arrochados
O endividamento dos trabalhadores mostra outra face perversa do crescimento da economia. Enquanto muitos empresários e banqueiros lucraram como nunca com o crescimento, os salários foram arrochados. O governo e a imprensa não param de comemorar o “milagre da nova classe média”. Mas, na verdade, não houve nenhuma grande “ascensão social”. O que houve foi o aumento do consumo com base na forte expansão do crédito. Dados do Censo 2010 do IBGE comprovam isso. Há dez anos, no início do governo Lula, as famílias que ganhavam de três a cinco salários mínimos per capita correspondiam a 5,1% da população. Em 2010, este grupo cresceu apenas para 5,3%.

Na verdade, nos últimos anos os trabalhadores não tiveram uma melhoria salarial que possibilitasse a suposta “ascensão social” tão propagada pelo governo e pela mídia. Segundo o IBGE, a média do rendimento dos trabalhadores em 2002, era de R$ 1.450 reais. Nos anos posteriores, houve uma queda acentuada, chegando a aproximadamente R$ 1.250, em 2004 e 2005. No entanto, nos anos seguintes houve uma recuperação e, em 2009, o rendimento médio atingiu novamente os mesmos R$ 1.450. Ou seja, o trabalhador apenas recuperou o poder de compra que tinha em 2002. Ao longo do governo Lula, o salário dos trabalhadores registrou um aumento médio real de apenas de R$ 52,00.

Se por um lado o governo Lula ampliou o consumo dos setores mais empobrecidos (por meio do aumento do emprego, ampliação do crédito e políticas compensatórias como o Bolsa Família), por outro arrochou o salário dos setores mais qualificados da classe trabalhadora. Muitos foram demitidos, para recontratar novos terceirizados nos setores privados ou tiveram salários diminuídos. Com isso, o salário médio se manteve o mesmo enquanto a produção e os lucros aumentaram muito.

Um dos principais jornais do sistema financeiro, o “Financial Times”, publicou um artigo em que indicava que o altíssimo endividamento dos brasileiros está levando a economia brasileira para uma crise de grandes proporções. Segundo o jornal, as medidas adotadas pelo governo brasileiro, em destaque a elevação da taxa de juros, vão acelerar o endividamento e também fazer crescer a inadimplência. Em outras palavras, o endividamento de milhões tornou os trabalhadores muito mais vulneráveis a uma situação de crise econômica.

Acabar com o lucro dos banqueiros
Não existe outra forma de mudar esse país sem atacar os lucros e a propriedade do setor financeiro. Uma catástrofe se aproxima com o endividamento dos trabalhadores cada vez maior. Os banqueiros são as maiores provas do caráter parasitário do capitalismo. São beneficiários do atual estágio de centralização econômica e superexploração. Entra governo, sai governo, e os lucros dos bancos só crescem.

Os trabalhadores estão cada vez mais endividados. O governo, por outro lado, entrega quase metade de todo o orçamento do país (49%) aos bancos para pagar a dívida pública. Estamos diante de um enorme setor parasitário que suga as energias do Estado e dos trabalhadores, alimentando uma taxa de lucros absurda.

Não existe forma de mudar esse país sem atacar os lucros e a propriedade do setor financeiro, que cumpre um papel de destaque no sistema capitalista. A única alternativa é a estatização do sistema financeiro, e colocar os bancos sob controle dos trabalhadores. Será a única solução para que os bancos, ao invés de ficarem com metade do orçamento do país, financiem os grandes projetos econômicos necessários ao Brasil. Será a única maneira de evitar a crise do endividamento do povo pobre e garantir aos trabalhadores empréstimos com as mesmas taxas que o BNDES cobra das grandes empresas (6% ao ano).

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Sindicato

OPOSIÇÃO CSP-CONLUTAS APRESENTA BALANÇO DO II CONGRESSO EXTRAORDINÁRIO DO SINDSAÚDE-RN

Nos dias 20 e 21 de maio, ocorreu em Caicó o 2º Congresso Extraordinário do Sindsaúde-RN. Com a participação de 314 delegados (as), os congressistas tiveram a tarefa de aprovar um novo estatuto para a entidade. Foram inscritas duas teses com um conjunto de propostas: a Tese 1, da diretoria do Sindsaúde, e a Tese 2, da Oposição CSP-Conlutas no Sindsaúde.

O congresso é a maior instância do nosso Sindicato, é nele que as principais decisões sobre a entidade e a categoria são tomadas. Sendo assim, todas as vezes que ocorram congressos deve haver um tempo de conhecimento prévio das teses para que a base possa debater e participar das decisões. Infelizmente, não foi o que aconteceu no 2º Congresso Extraordinário.

Os congressistas conheceram as teses no dia do congresso e em um dia e meio tiveram que votar propostas importantes para a categoria e para entidade. E o que poderia significar um avanço na democracia e na participação da base não aconteceu. Mesmo assim, houve as votações das teses e o estatuto da entidade foi alterado.

CONGRESSO ACABOU COM A SECRETARIA DE AGENTES DE SAÚDE
O fim da Secretaria de Agentes de Saúde pegou a maioria dos congressistas de surpresa. Nem a oposição adivinhou que a diretoria do Sindsaúde poderia sair com uma proposta desta. Na nossa avaliação, a única explicação para esta atitude é o enfraquecimento cada vez maior desta categoria dentro do Sindsaúde e a sua migração para outros sindicatos, como já está acontecendo em Natal.

Como retirar da organização de um sindicato a secretaria que pensa e constrói a luta dos agentes de saúde? O argumento utilizado pela direção do Sindsaúde foi o de que hoje esta categoria é igual às outras. Isso não é verdade. Muitos agentes ainda são da CLT, enquanto os servidores são estatutários, e quando são estatutários recebem baixos salários e não têm todos os direitos garantidos. Como equiparar a situação dos agentes de saúde com a de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem? Não são iguais e precisam muito do apoio e do fortalecimento do Sindsaúde nas suas lutas.

Com esta atitude, a diretoria do Sindsaúde abre as portas da entidade para que os agentes de saúde ingressem no Sindas. Este foi o sentimento dos agentes de saúde do Seridó, de Mossoró e da maioria das outras regiões que viram perplexas o plenário do congresso extinguir a Secretaria de Agentes de Saúde. É lamentável!

PROPOSTAS DA TESE 2 QUE DEIXARAM DE SER APROVADAS

• A criação de três coordenações para descentralizar o poder de comando do Sindsaúde, que hoje é dirigido por um único diretor;
• O conhecimento prévio pela base das teses inscritas nos congressos num período de 3 meses;
• A participação da base nas comissões de organização dos congressos;
• A eleição do Conselho Fiscal através de uma lista nominal e não integrada às chapas para dar mais autonomia e independência na fiscalização das contas do Sindicato;
• O aumento do repasse para as coordenadorias regionais de 50% para 60%, possibilitando descentralizar recursos da diretoria estadual para que as regionais possam ter melhores condições de funcionamento, assessorias de comunicação, assessoria jurídica, transporte, entre outros;
• A criação de uma secretaria dos servidores de Natal para que esta tivesse mais autonomia e organização para dar respostas às necessidades desta categoria, uma vez que os mesmos diretores que encaminham as lutas do estado também têm a tarefa de encaminhar as de Natal.

Nossa Tese apresentou propostas que não foram acatadas pela maioria dos congressistas, mas que sabemos que a falta de conhecimento prévio e de debate na base foram definidores para que estas propostas não passassem e para que a diretoria do Sindsaúde aprovasse a maioria das suas propostas.

A falta de democracia marcou todo o processo de organização do congresso. Já na sua convocação os sócios só ficaram sabendo da sua realização trinta dias antes do congresso. As assembleias para escolha de delegados só foram divulgadas dois dias antes de acontecerem. Assim, trabalhadores que não estavam de plantão nos dias não tiveram oportunidade de se organizar e disputar as vagas do seu local de trabalho.

No entanto, enquanto a maioria só soube das assembleias para escolha de delegados (as) dois dias antes, os diretores do Sindicato já se articulavam pessoalmente com alguns sócios, coletando nomes e documentos para assegurar a sua ida para o congresso um mês antes. De fato, se utilizaram de informações privilegiadas para já garantirem sua maioria no congresso.

A ausência de debate das teses na base das categorias e a falta de transparência e democracia na escolha dos delegados foram as táticas utilizadas para garantir a maioria no congresso. Afirmamos isto com convicção, pois jamais a base seria a favor de, por exemplo, acabar com a secretaria de agentes de saúde num momento em que o Sindsaúde disputa esta categoria com outros sindicatos.

Enquanto o debate sobre os rumos do Sindsaúde não forem descentralizados para as bases dos trabalhadores, nenhum congresso poderá ser chamado de democrático, pois os delegados que lá estiveram só conheceram as propostas das teses no dia do congresso e já tiveram que tomar decisões pelos 17 mil sócios que representavam. De fato, não representaram a sua base, mas a si mesmos.

COOPERATIVA DE CRÉDITO
Um dos pontos do debate que ocorreu no congresso foi a denúncia que representantes da Tese 2 fizeram sobre a falta de democracia nas decisões de questões importantes que atingem os sócios do Sindsaúde, como o caso da decisão da diretoria de participar da criação de uma cooperativa financeira que terá como objetivo gerar lucro para o sindicato, funcionando como um banco. Esta decisão se deu sem discussão com a base, demonstrando que a atual diretoria do Sindsaúde não tem nenhum respeito pelo que pensa o conjunto dos trabalhadores. Esta discussão forçou a aprovação de uma proposta da Tese 2, que estabeleceu que qualquer investimento financeiro e compra de bens do sindicato deve ser decidido em assembleia estadual mobilizada com um mês de antecedência.