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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Greve nos bancos

Diretor do Sindicato dos Bancários concede entrevista

JUARY CHAGAS, diretor do Sindicato dos Bancários/RN, bateu um papo com o Coletivo Foque na calçada da Caixa Econômica Federal da rua João Pessoa, em Natal.

{Qual a sua avaliação da greve dos bancários nesse momento?

Juary: A greve dos bancários está forte, com uma adesão muito boa. Mais de oitenta por cento das agências estão fechadas aqui no RN. São mais de 24 estados no Brasil que aderiram à greve. Agora, infelizmente, mesmo com a força dessa greve ainda não conseguimos arrancar nenhuma proposta de negociação além daquilo que foi apresentado na mesa da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), que são os 4,29%. Entendemos que os banqueiros pretendem apresentar uma proposta somente depois o resultado das eleições, pois eles tem interesse direto nesse resultado, na medida em que os bancos financiam as campanhas dos principais candidatos.

{A perspectiva é de greve longa?

Juary: Como disse, a greve está muito forte, e se os patrões não atenderem minimamente as nossas reivindicações a tendência é que a greve se arraste por mais tempo. Temos uma informação que nos deixou muito esperançosos, que foi o acordo fechado pelo Banco Regional de Brasilia, aonde o banco ofereceu um reajuste de 12%. Um reajuste feito pelo próprio banco, fora da mesa de negociação da Fenaban. Acreditamos que esse é o caminho, a partir da mobilização, da luta dos trabalhadores, da intensificação e a radicalização da greve, achamos que é possível chegar a um acordo, senão da totalidade daquilo que os trabalhadores estão reivindicando, mas pelo menos um acordo que possa, minimamente, garantir alguma reposição das perdas.

{Qual o seu recado para a população?

Juary: Olha, a gente tem procurado dialogar com a população no sentido de mostrar que a greve dos bancários é justa, legítima. Os bancos lucram muito. Somente nesse primeiro semestre de 2010, os principais bancos do país lucraram aproximadamente 24 bilhões de reais. E nada disso é repartido com os trabalhadores, que são aqueles que produzem a riqueza da sociedade. O lucro vai para meia dúzia de banqueiros, vai para o bolso dos capitalistas. Nós fazemos greve não somente para melhorar o nosso salário, mas também para melhorar as condições de trabalho, pela contratação de mais bancários para atender melhor a população. Entendemos também que uma conquista da categoria bancaria é uma conquista de toda classe trabalhadora.

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