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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Deu na imprensa

Cirurgias neuro-oncológicas pelo SUS estão suspensas

A partir de hoje, 12, os pacientes portadores de câncer de Mossoró e região que recorrem ao Sistema Único de Saúde (SUS) para cirurgias neuro-oncológicas, ficarão sem o serviço. Isso porque a Gerência Municipal da Saúde suspendeu as autorizações para novas cirurgias pelo Centro de Oncologia e Hematologia de Mossoró (COHM).

De acordo com o diretor do COHM, José Cure de Medeiros, a decisão tomada pela gerência, suspendendo as cirurgias neuro-oncológicas, foi comunicada esta semana à direção do Centro. "A suspensão das cirurgias neurológicas representa grande retrocesso no tratamento do câncer no âmbito do serviço público em Mossoró", reage.

Ele lembra que há dois anos o Centro oferece esse serviço à população. "Agora com as cirurgias suspensas por falta de repasse da verba, os pacientes que necessitam deste serviço terão que se deslocar para Natal e entrar em uma fila de espera pela cirurgia, que pode durar até dois meses. E muitas destas pessoas não podem esperar por tanto tempo", lamenta o especialista.

Cure de Medeiros informa que a Gerência da Saúde alega que a suspensão das cirurgias está relacionada ao fato de o COHM ainda não dispor de UTI própria. Porém, ele rebate, informando que desde a implantação das cirurgias o Centro de Oncologia utiliza outras UTIs credenciadas pelo SUS, sem prejuízos para o sistema de saúde e com enorme benefício para os pacientes.

Ademais, ele ressalta que o Centro de Oncologia já adquiriu os equipamentos para instalação de sua UTI, que terá 12 leitos, compatível com UTIs encontradas em hospitais de grandes centros urbanos. "A UTI do COHM está prevista para funcionar até março do próximo ano, com a conclusão da sede própria da unidade médica. Poderíamos continuar prestando este serviço de extrema importância sem nenhum prejuízo à população", frisa.

No comunicado enviado ao COHM informando sobre a suspensão das cirurgias, os próprios auditores da Gerência da Saúde reconhecem os prejuízos que a medida acarretará aos pacientes de câncer. Cure lembra que "Quando ninguém acreditava no serviço, nós, Centro de Oncologia e profissionais médicos, acreditamos e iniciamos as cirurgias, viabilizando esse procedimento''.

Conforme o especialista, cerca de 100 cirurgias neuro-oncológicas já foram realizadas pelo COHM. "Isso significa uma cobertura de 70% da demanda, o que por si já é grande resultado; os 30% complementares cobriremos até 2011, com o funcionamento do complexo hospitalar do COHM, a ser inaugurado o mais tardar até março próximo", sinaliza José Cure.

Fonte: O Mossoroense - 12/11/2010

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