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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Chuvas e enchentes

Governantes são responsáveis por tragédias

Governos do PT e do PSDB-DEM cortaram verbas para prevenção de desastres.


As fortes chuvas que castigam o Centro Oeste e provocam desastres e mortes em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais também mostram o descaso dos governantes diante da população pobre. Até agora as chuvas provocaram a morte de mais de 400 pessoas no Rio (o número pode aumentar ainda mais). Em São Paulo 14 pessoas morreram. Já em Minas Gerais, estado castigado desde o final no ano passado, 16 pessoas morreram.

Mais uma vez, os governantes tentam culpar “a natureza”, “São Pedro” e o “excesso de chuvas”. Mas a verdade é que todas essas mortes poderiam ser evitadas, e os únicos responsáveis por elas são os governantes. Ano após ano esse tipo de tragédia se repete e revela a enorme falta de infra-estrutura do país para evitar desastres.


Climatologistas e institutos de meteorologia já haviam avisado que esse verão seria marcado por fortes chuvas e por repetidas Zonas de Convergência de Umidades que afetariam a região Sudeste. O fenômeno é agravado pelas ilhas de calor que favorecem fortes chuvas nas cidades, pois concentram áreas de massa de ar devido à poluição, às construções e o asfalto. Para evitar o pior se faz necessário medidas de prevenção, como a contenção de encostas, canalização de rios e córregos, entre outras obras de escoamento das chuvas. No entanto, mais uma vez os governantes não fizeram nada e a tragédia anunciada se abate, principalmente, sobre a população mais pobre e carente.

Em São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) deixou de investir na capital R$ 353 milhões nas obras de combate às inundações entre 2006 e 2009. O prefeito investiu apenas 68% da verba prevista no orçamento para a canalização de córregos, serviços de drenagem e a construção de piscinões. Dos 134 piscinões prometidos, o prefeito só construiu 43. Como parte de uma política de redução de gastos, a prefeitura cortou verbas que afetaram a coleta de lixo, obras de drenagem dos rios e de limpeza dos piscinões, ao mesmo tempo em que aumentou a arrecadação do município. Segundo a Secretaria de Planejamento, no ano passado, as receitas dos impostos cresceram 20,4%, o que colocou R$ 835 milhões a mais nos cofres da prefeitura em relação ao ano anterior.

A chuva também castiga a região metropolitana e outras cidades do interior. É o caso de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, onde até mesmo a Prefeitura e a Câmara Municipal foram invadidas pela água. As enchentes isolaram o município da capital. Nos últimos quatro anos, o governo do estado, controlado há quase 20 anos pelos PSDB, deixou de investir no planejamento e em obras de drenagem urbana das cidades. Segundo dados da Assembleia Legislativa, desde 2007 nenhum centavo foi gasto na execução de novos estudos para prevenir enchentes na grande São Paulo.

No entanto, o descaso e falta de políticas de prevenção de desastres não é uma exclusividade do PSDB e DEM. O governo federal também vem reduzindo verbas para a prevenção de tragédias. No ano passado, segundo a organização não governamental Contas Abertas, o governo federal gastou apenas 40% do que tinha no orçamento para prevenção. No período foram liberados R$ 168 milhões para prevenção.


Para piorar, o governo resolveu cortar ainda mais os gastos. Em relação ao ano passado, houve redução de 18% das verbas para prevenção de desastres, que agora somam R$ 137,5 milhões. Além disso, o Orçamento do País, aprovado pelo Congresso e prestes a ser sancionado pela presidente Dilma, não prevê para 2011 um centavo sequer de recursos para os programas de prevenção e preparação de desastres em Minas Gerais, um dos estados mais castigados pelas chuvas. Quase dois terços das verbas disponibilizadas pelo Ministério da Integração Nacional (cerca de R$ 89,6) estão concentrados em três estados: Pernambuco, São Paulo e Bahia.

Mais uma vez, os meses de dezembro e janeiro são marcados pelas enchentes e deslizamentos de terra. Os governos do PT e do PSDB-DEM são os responsáveis pela tragédia, agravada pelo corte de verbas e pela grande falta de moradias dignas e seguras, que empurra cada vez mais famílias para as áreas de risco.


O absurdo descaso dos governantes fica claro. Mesmo tendo dinheiro em caixa, os governos simplesmente não investem nos setores essenciais para a população, provocando com isso todas as tragédias e mortes.

Fonte: Redação do jornal Opinião

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