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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Greve Estadual da Saúde

Resposta à governadora Rosalba Ciarlini

Depois de mais de dois meses sem receber os servidores, governadora vem pedir que trabalhadores "encerrem a greve".

Em entrevista à InterTV Cabugi, na manhã desta segunda-feira, 5 de agosto, a governadora Rosalba Ciarlini se dirigiu aos servidores da saúde e pediu que estes encerrem a greve, iniciada no dia 1º, e retornem ao trabalho. A governadora apelou “ao espírito humanitário” dos servidores e sugeriu uma “negociação sem greve”.

O Sindsaúde-RN vem a público esclarecer que:

1. A crise na saúde do RN não é culpa dos servidores e muito menos da sua greve. A própria reportagem da emissora exibiu o caos na saúde pública e reclamações de usuários, como falta de lençóis, de esparadrapos, de leitos e de atendimento.

A verdade é que o governo já faz todos os dias uma greve na saúde, um boicote criminoso contra a população. Boicote esse que começa com a falta de 1.859 servidores na saúde do estado e de 600 médicos e que provoca mais de 200 mortes todo mês, só no Walfredo Gurgel.

2. O governo não negociou até agora. A governadora convoca os servidores a “negociarem sem greve”. Essa súbita disposição de negociação da governadora é no mínimo duvidosa. Durante mais de dois meses, nosso sindicato tentou em vão uma negociação com a Secretaria de Administração, que chegou a dizer que “não tinha agenda” para receber os servidores.

Caso a governadora tivesse o “espírito humanitário” que agora nos pede, teria nos recebido e negociado, para evitar a greve. A reunião só foi marcada após a greve e uma grande passeata com a ocupação da secretaria, mostrando que esse é o caminho para conquistar nossos direitos.

3. Na entrevista, a governadora, sobre a crise com o Tribunal de Justiça, afirmou que a lei “não se discute, se cumpre”. Sendo assim, não entendemos porque não cumpre a Lei Complementar 475, do Plano de Cargos? A lei não vale para os servidores? A lei só vale para os fornecedores e para a Fifa?

4. A greve é um direito dos trabalhadores. Temos cumprido o que determina a lei, mantendo os 30% dos servidores do estado trabalhando e o atendimento de emergência.

Sendo assim, os servidores da saúde continuarão em greve.

Todos os dias colocamos em prática o nosso espírito humanitário, trabalhando em cenários de guerra, sem as menores condições, em longas jornadas e com muitos de nós recebendo salário-mínimo.

Repudiamos a tentativa da governadora de colocar a população contra a greve.

Natal, 05 de agosto de 2013

Sindicato dos Servidores da Saúde do Rio Grande do Norte

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