sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Após greve recorde de 91 dias, servidores da saúde suspendem greve em assembleia do Sindsaude-RN

Nesta quinta-feira 10/09, servidores da saúde pública de todo o Rio Grande do Norte se reuniram em assembleia que culminou na suspensão da greve. A greve iniciada em 11/06 já durava 91 dias.

A suspensão da greve se deu meio à intransigência absoluta do (des)governo de Robson Faria, que ameaça as condições de trabalho mínimas dos servidores e sobretudo a saúde pública do RN. Apesar da população ser temporariamente penalizada pelo movimento grevista, o interesse dos grevistas e da população potiguar - pois a luta se dá em defesa da saúde pública que está sendo atacada, sucateada e privatizada pelos governos.

Todavia, a categoria avaliou positivamente a greve da saúde, pela demonstração de que há força e disposição de luta em uma vanguarda valiosa dos trabalhadores, e pela função educativa que cumpriu para com a sociedade potiguar, que cada vez mais toma ciência do caos na saúde pública estadual e nacional. O Corredômetro, instrumento que torna pública e atualizada a quantidade de pacientes sofrendo nos corredores dos hospitais públicos, foi um meio valioso para tal.

A conclusão unânime da categoria na assembleia era de que a greve estava suspensa, mas a luta continuava. Ao término da assembleia servidoras e servidores da saúde gritavam a palavra-de-ordem: "A nossa luta é todo dia, porque saúde não é mercadoria!''


Neste sentido, deliberou-se também um calendário de lutas e mobilizações, que inclui uma ação judicial questionando os altíssimos salários dos políticos e burocratas do estado em meio à ''crise". 


“Estamos saindo da greve, mas não estamos satisfeitos. Se estamos em crise, o governo deveria cortar os altos salários, como o do próprio governador e dos secretários, que dobraram em dezembro”, afirmou Manoel Egídio Jr., vice-coordenador do Sindsaúde"

Os servidores também prometeram retornar à Câmara e às ruas para pressionar pela votação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que garante o pagamento de adicionais de insalubridade na aposentadoria da saúde, a retirada do PL da Previdência Complementar, o fim dos saques no Fundo Previdenciário e para acompanhar o envio da proposta de Orçamento de 2016. 

Os servidores também irão cobrar o cumprimento rigoroso da proposta enviada pela secretária-chefe do gabinete civil. A proposta cede à algumas reinvindicações do movimento grevista, como a revogação do decreto que impede a licença-prêmio, a realização de um concurso público em 2016, e a definição de novos prazos para a implantação de mudanças de nível atrasadas. Mas a mesma é considerada extremamente limitada, posto que não dialoga em demandas fundamentais da categoria como o reajuste salarial de 27%, a isonomia salarial, a gestão democrática com eleições diretas para os locais de trabalho da saúde, entre outras.











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