Decretação de calamidade na saúde pública não altera a situação nos hospitais e unidades médicas
No dia 4 de julho passado, a Secretaria Estadual de Saúde Pública decretou oficialmente situação de calamidade na saúde do Rio Grande do Norte (RN). Passados quase dois meses, poucas medidas referentes ao "Plano de Enfrentamento para os Serviços de Urgência e Emergência do RN" foram efetivadas, prova disso foi a retirada do apoio das entidades, que integram o Fórum em Defesa da Saúde no Rio Grande do Norte, ao Governo.
Em Mossoró, o número de leitos continua a ser insuficiente para atender a demanda do município e cidades vizinhas, além disso, alguns órgãos ainda sofrem com o desabastecimento de medicamentos.
O presidente do Sindicato de Saúde (Sindsaúde) de Mossoró, João Morais, disse que após o anúncio referente ao estado de calamidade vivenciado pelo Estado, pouca coisa mudou. "Continua faltando medicamento nas unidades de saúde do município, ainda há um grande déficit no número de leitos e médicos nos hospitais. O que mais as pessoas se queixam nos bairros é sobre a demora para se marcar exames, algumas delas só conseguem ser atendidas após um ou dois anos. Soma-se a todo esse problema, o reduzido número de profissionais que atuam como agentes comunitários e de endemias. Alguns destes estão sobrecarregados, algumas áreas da cidade estão descobertas, ou seja, não contam com esse tipo de serviço", explicou o presidente.
Morador do loteamento Três Vinténs, Francisco Lopes relatou que a falta de medicamento é um transtorno enfrentado pelos moradores que se consultam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), localizadas nos conjuntos Abolição II e Abolição III.
"Quando a medicação não está faltando o que ocorre é um descompasso de informações, a gente vai pela manhã e a pessoa responsável por entregar a medicação não se encontra. A gente vai à tarde e ela ainda não chegou. Eu tenho que fazer hemodiálise, preciso da medicação, não é certo que eu passe por situações desse tipo. Minha esposa desde julho tenta marcar uma consulta no posto de saúde, mas só tem vaga para setembro", contou o aposentado.
Diretora do Hospital Rafael Fernandes (HRF), Lúcia Bessa informou que de fato os hospitais e unidades de Mossoró passaram por problemas referentes à falta de medicação e que no momento a quantidade de leitos é insuficiente para atender à demanda.
"O HRF é um hospital muito antigo, desta forma sua estrutura física possui algumas falhas, como ausência de rampas para facilitar a acessibilidade, os banheiros não são adequados, há um pequeno número de leitos, apenas 17. Com a ampliação e a reforma a previsão é que iremos ofertar 31 vagas para internação. Como estamos em obras, os pacientes que precisam de internamento estão sendo enviados ao Hospital Giselda Trigueiro, em Natal".
Ela complementa dizendo que as Unidades de Saúde estão começando a receber mais fármacos para abastecer o estoque, porém houve um período em que os remédios não chegavam com tanta frequência.
"Mesmo sendo uma unidade pequena tivemos problemas relacionados ao abastecimento de medicamentos. Para que alguns pacientes não ficassem sem os remédios realizamos parcerias com o Hospital Regional Tarcísio Maia e outros da rede privada para ter acesso aos remédios", esclareceu Lúcia.
Não cumprimento de medidas previstas no Plano de Enfrentamento força órgãos a retirarem apoio dado ao Governo do Estado
Em audiênciana última segunda-feira (21), no Ministério Público, intituições que integram o Fórum em Defesa da Saúde no Rio Grande do Norte queixaram-se da pouca efetividade das ações tomadas pelo Estado para enfrentar aos principais problemas da saúde, isto é, não foi constatada melhorias significativas no aumento do número de leitos nos hospitais e do abastecimento de medicamentos, que em algumas instituições chegava a ser de 34%.
O Conselho Regional de Medicina, Conselho Regional de Enfermagem, Ordem dos Advogados do Brasil, Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público votaram pela retirada do apoio na audiência.
Para manter-se informada de quais são as ações que estão em curso para mudar o cenário da nossa região, a Promotoria de Justiça da Saúde encaminhou um ofício à Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) com vários questionamentos, tais como qual o valor dos recursos repassados, em que ações foram aplicados e qual foi o trânsito dos valores. Entretanto, o órgão afirma que nenhuma resposta foi recebida por parte do Governo.
Coordenador do Plano de Enfrentamento da Saúde, Luiz Roberto Fonseca explicou que o acompanhamento das obras nos hospitais é de responsabilidade da Secretaria de Estado da Infraestrutura, e que no momento foi publicado do Diário Oficial do Estado (DOE) de quarta-feira (22), o Aviso de Chamamento Público de Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para Parceria Público-Privada (PPP) destinada à construção de um hospital de trauma na região metropolitana de Natal.
Ele ainda disse que estão sendo feitos investimentos com recursos próprios do Governo, da ordem de R$ 5 milhões, estão sendo usados para garantir o abastecimento imediato das unidades hospitalares. As compras foram realizadas pela Unicat e os medicamentos estão sendo entregues. A capacidade de estoque das unidades está hoje em 50%, e a expectativa é que até o final da semana suba para 70%.
O secretário de Estado da Saúde Pública, Isaú Vilela, comentou que lamenta a posição tomada pelo Fórum da Saúde, mas mesmo assim espera contar com o apoio destas instituições no acompanhamento das questões da saúde pública do Estado.
Em Mossoró, o número de leitos continua a ser insuficiente para atender a demanda do município e cidades vizinhas, além disso, alguns órgãos ainda sofrem com o desabastecimento de medicamentos.
O presidente do Sindicato de Saúde (Sindsaúde) de Mossoró, João Morais, disse que após o anúncio referente ao estado de calamidade vivenciado pelo Estado, pouca coisa mudou. "Continua faltando medicamento nas unidades de saúde do município, ainda há um grande déficit no número de leitos e médicos nos hospitais. O que mais as pessoas se queixam nos bairros é sobre a demora para se marcar exames, algumas delas só conseguem ser atendidas após um ou dois anos. Soma-se a todo esse problema, o reduzido número de profissionais que atuam como agentes comunitários e de endemias. Alguns destes estão sobrecarregados, algumas áreas da cidade estão descobertas, ou seja, não contam com esse tipo de serviço", explicou o presidente.
Morador do loteamento Três Vinténs, Francisco Lopes relatou que a falta de medicamento é um transtorno enfrentado pelos moradores que se consultam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), localizadas nos conjuntos Abolição II e Abolição III.
"Quando a medicação não está faltando o que ocorre é um descompasso de informações, a gente vai pela manhã e a pessoa responsável por entregar a medicação não se encontra. A gente vai à tarde e ela ainda não chegou. Eu tenho que fazer hemodiálise, preciso da medicação, não é certo que eu passe por situações desse tipo. Minha esposa desde julho tenta marcar uma consulta no posto de saúde, mas só tem vaga para setembro", contou o aposentado.
Diretora do Hospital Rafael Fernandes (HRF), Lúcia Bessa informou que de fato os hospitais e unidades de Mossoró passaram por problemas referentes à falta de medicação e que no momento a quantidade de leitos é insuficiente para atender à demanda.
"O HRF é um hospital muito antigo, desta forma sua estrutura física possui algumas falhas, como ausência de rampas para facilitar a acessibilidade, os banheiros não são adequados, há um pequeno número de leitos, apenas 17. Com a ampliação e a reforma a previsão é que iremos ofertar 31 vagas para internação. Como estamos em obras, os pacientes que precisam de internamento estão sendo enviados ao Hospital Giselda Trigueiro, em Natal".
Ela complementa dizendo que as Unidades de Saúde estão começando a receber mais fármacos para abastecer o estoque, porém houve um período em que os remédios não chegavam com tanta frequência.
"Mesmo sendo uma unidade pequena tivemos problemas relacionados ao abastecimento de medicamentos. Para que alguns pacientes não ficassem sem os remédios realizamos parcerias com o Hospital Regional Tarcísio Maia e outros da rede privada para ter acesso aos remédios", esclareceu Lúcia.
Não cumprimento de medidas previstas no Plano de Enfrentamento força órgãos a retirarem apoio dado ao Governo do Estado
Em audiênciana última segunda-feira (21), no Ministério Público, intituições que integram o Fórum em Defesa da Saúde no Rio Grande do Norte queixaram-se da pouca efetividade das ações tomadas pelo Estado para enfrentar aos principais problemas da saúde, isto é, não foi constatada melhorias significativas no aumento do número de leitos nos hospitais e do abastecimento de medicamentos, que em algumas instituições chegava a ser de 34%.
O Conselho Regional de Medicina, Conselho Regional de Enfermagem, Ordem dos Advogados do Brasil, Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público votaram pela retirada do apoio na audiência.
Para manter-se informada de quais são as ações que estão em curso para mudar o cenário da nossa região, a Promotoria de Justiça da Saúde encaminhou um ofício à Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) com vários questionamentos, tais como qual o valor dos recursos repassados, em que ações foram aplicados e qual foi o trânsito dos valores. Entretanto, o órgão afirma que nenhuma resposta foi recebida por parte do Governo.
Coordenador do Plano de Enfrentamento da Saúde, Luiz Roberto Fonseca explicou que o acompanhamento das obras nos hospitais é de responsabilidade da Secretaria de Estado da Infraestrutura, e que no momento foi publicado do Diário Oficial do Estado (DOE) de quarta-feira (22), o Aviso de Chamamento Público de Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para Parceria Público-Privada (PPP) destinada à construção de um hospital de trauma na região metropolitana de Natal.
Ele ainda disse que estão sendo feitos investimentos com recursos próprios do Governo, da ordem de R$ 5 milhões, estão sendo usados para garantir o abastecimento imediato das unidades hospitalares. As compras foram realizadas pela Unicat e os medicamentos estão sendo entregues. A capacidade de estoque das unidades está hoje em 50%, e a expectativa é que até o final da semana suba para 70%.
O secretário de Estado da Saúde Pública, Isaú Vilela, comentou que lamenta a posição tomada pelo Fórum da Saúde, mas mesmo assim espera contar com o apoio destas instituições no acompanhamento das questões da saúde pública do Estado.
Fonte: O Mossoroense - 26/08/2012
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