quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Servidores desafiam desmonte do Hospital da Mulher com paralisação, SESAP e governo recuam

Abaixo o desmonte do Hospital da Mulher! Se o HM fechar, Mossoró vai parar! A saúde não vai pagar pela crise!


A resistência contra o fechamento do Hospital da Mulher está ganhando os locais de trabalho e as redes sociais, e em breve também vai ganhar as ruas. Trabalhadoras e trabalhadores do HM realizaram mais uma paralisação das atividades nesta quarta-feira, dia 28 de outubro as 08h. O protesto faz parte da campanha do "Não Ao Fechamento do Hospital da Mulher'' e é o segundo só este mês - após os profissionais da unidade denunciarem o desmonte disfarçado da maternidade. Falta comida para os pacientes, o aluguel foi atrasado três meses pelo governo, e parte do portão principal caiu.

A manifestação chamou atenção da imprensa e de vários políticos locais, que compareceram à mobilização dos trabalhadores. Ao final do ato, a comissão eleita pela base do Hospital da Mulher e o Sindsaúde Mossoró se dirigiram à Câmara Municipal de Mossoró. A pauta ganhou espaço no parlamento municipal, e a questão do Hospital da Mulher vai ser tema de tribuna popular na CMM nesta terça-feira, as 09h. Convidamos todas e todos profissionais da saúde para este momento de pressionar o poder público.

A paralisação aconteceu sem qualquer tipo de planejamento, como uma ação espontânea dos servidores. Quem realmente se dedica a manter o Hospital da Mulher funcionando no dia-a-dia já está cansado de tanto descaso - os funcionários da unidade não toleram mais essa situação. O dirigente do Sindsaude Mossoró, João Morais, foi ao Hospital da Mulher realizar uma entrevista com a TV local, e os servidores utilizaram a situação para paralisar as atividades e protestar mais uma vez contra esse ato de crueldade contra nossas mães, nossas crianças e a população de Mossoró como um todo. O Sindsaúde Mossoró estava presente fortalecendo a intervenção da categoria.

A Secretaria de Saúde Pública do RN e o governador Robinson Faria (PSD) recuaram frente à pressão popular contra o fechamento. Vale lembrar que a SESAP, até dias atrás, negava-se a dar qualquer confirmação positiva ou negativa sobre o fechamento, deixando a notícia no ar. Agora lançam nota afirmando que não tem esta intenção, que só querem melhorar a assistência materno-infantil. Será mesmo? Quem tem interesse em melhorar a assistência de saúde das mães deixa faltar alimentos e de pagar aluguel de hospitais?

Por outro lado, em esclarecedora matéria no Jornal O Mossoroense, a imprensa local confirma que o fechamento do Hospital da Mulher está sendo discutido nos bastidores e destrincha as odiosas negociações anti-povo que acontecem nas catacumbas da política. Segundo o artigo, a junta interventora da APAMIM e a Secretaria de Saúde Pública jogam a batata quente uma à outra, não querendo se responsabilizar por esta ideia nefasta, agora desmascarada pela sociedade. O brasileiro já está cansada de saber que não pode confiar nos políticos e partidos tradicionais, que só querem jogar as contas da crise nas costas dos trabalhadores e do povo pobre.

Temos que continuar vigilantes e não diminuir a paralisação. Se o governo está recuando, é sinal de que o movimento está crescendo sob um caminho correto, e precisamos não apenas garantir a continuidade do Hospital da Mulher, mas um investimento digno que reabilite o Sistema Único de Saúde no nosso estado, forneça condições de trabalho e infraestrutura aceitáveis e erradique a falta crônica de leitos e profissionais nos nossos hospitais.

Para que tais desmandos na gestão não mais aconteçam,defendemos que os próprios trabalhadores do Hospital da Mulher sejam responsáveis por eleger, administrar e controlar a direção e as finanças do hospital. Eleições diretas por local de trabalho, já! Controle democrático dos trabalhadores no Hospital da Mulher! Somente quem conhece de perto a realidade do HM e que lá trabalha todo dia pode ter competência para gerir este patrimônio público. Não aceitaremos mais esse tipo de ataque dos governos.
Neste sentido, e para continuar a mobilização e defender nosso Hospital da Mulher, o Sindsaúde Mossoró convida aos profissionais para:

1) a Tribuna Popular, nesta terça-feira dia 03/11 na Câmara Municipal de Mossoró, onde será discutida a situação do HM;
2) o ato público em defesa do HM e da saúde pública contra os cortes, na quinta-feira 05/11 na Praça dos Hospitais;

Nenhum hospital, nenhum leito a menos! Se o Hospital da Mulher fechar, Mossoró vai parar! A luta continua, avante!



Confira os vídeos gravados no ato:


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