quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Corte de direitos

Trabalhadores da saúde de Mossoró vão às ruas contra retirada de direitos



Na manhã de hoje, cerca de 200 trabalhadores municipais da saúde de Mossoró/RN protestaram contra o corte de direitos promovido pela prefeita Fafá Rosado (DEM). Em passeata organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Saúde (Sindsaúde/RN) – Regional Mossoró, os agentes comunitários de saúde e de endemias tomaram as ruas do centro da cidade em direção ao prédio da Câmara Municipal, onde estava marcada uma audiência pública para discutir os efeitos da crise econômica na arrecadação. Durante a caminhada, a manifestação ganhou ainda mais força ao se unir ao protesto organizado pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindserpum).

No início do mês, através de um decreto, a prefeita suspendeu até o próximo ano o pagamento do adicional de um terço de férias dos servidores, alegando que a crise econômica diminuiu a receita do município. Além disso, Fafá Rosado ainda substituiu o auxílio transporte dos trabalhadores da saúde, que era pago em dinheiro, por um cartão magnético. Estas medidas motivaram o protesto dos agentes de saúde e de endemias, que entraram em greve hoje.

Com faixas, bandeiras e um boneco representando a prefeita, os servidores denunciaram os ataques sofridos com as medidas adotadas por Fafá Rosado. Os trabalhadores afirmam que serão prejudicados com a substituição do auxílio transporte por um cartão magnético, uma vez que o sistema de ônibus da cidade é precário e muitos dos servidores preferem usar o dinheiro para colocar combustível nas motos que usam. Durante a passeata, os manifestantes gritavam: “Servidor na rua! Fafá, a culpa é sua!”.

Para o coordenador do Sindsaúde, João Morais, os trabalhadores não podem ser penalizados por uma crise que não criaram. “Esta crise não é uma crise gerada pelo trabalhador, e sim pelo capitalismo. Se ela [a prefeita] quer cortar alguma coisa, que corte dos banqueiros, dos cargos comissionados.”, defendeu.

Os servidores da saúde seguiram em caminhada até a Câmara Municipal, onde lotaram a audiência pública que discutiu as metas fiscais do orçamento do município para 2009, os efeitos da crise econômica e as ações tomadas pela prefeitura até o momento. O secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Finanças, Canindé Maia, e o secretário da Administração e Gestão de Pessoas, Manoel Bezerra, tentaram convencer os trabalhadores de que os ajustes que estão sendo feitos são necessários, visto que houve queda na arrecadação do município.


Entretanto, os servidores não engoliram as explicações dos secretários e questionaram alguns gastos da gestão Fafá Rosado, como os R$ 6 milhões com propaganda, os R$ 245 mil usados na compra de um carro e os R$ 11 milhões anuais destinados ao gabinete da prefeita. Para os trabalhadores da saúde, a prefeita deveria fazer cortes nestas áreas, e não nos direitos dos servidores municipais.

Ao final da sessão, o secretário Manoel Bezerra pediu que os trabalhadores terminassem a greve e voltassem ao serviço. Como resposta, recebeu uma sonora vaia. De acordo com o Sindsaúde, a greve tem a adesão de 70% da categoria e será mantida até que a prefeita revogue o decreto que estabeleceu a substituição do auxílio transporte por um cartão magnético.

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