quinta-feira, 31 de maio de 2012

Deu na Imprensa

Direção do HRTM chama polícia para pôr fim a protesto de servidores em frente à unidade

Com objetivo de chamar a atenção da sociedade para a situação preocupante da saúde pública no Estado, os servidores da área realizaram ontem, 30, um protesto em frente ao Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM). No entanto, minutos após o início do ato, o movimento foi interrompido devido a uma ação policial.

A Polícia Militar foi chamada ao local pelo diretor do HRTM, Ney Robson, sob a alegação de que o carro de som estava atrapalhando o atendimento dos pacientes na unidade. Após discussões entre as partes, o diretor permitiu que o protesto continuasse, com a condição de que às 10h30 os trabalhadores parassem com a movimentação.

Diante da imposição, o movimento continuou, mas com um rumo diferente do previsto inicialmente. Devido à limitação do horário do término do protesto, os servidores decidiram fazer uma caminhada do HRTM até a 2ª Delegacia de Polícia (DP). Neste local, eles registraram um Boletim de Ocorrência responsabilizando o Estado pela situação de calamidade na saúde pública na capital do Oeste.

O coordenador regional do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde-RN), João Morais, informa que uma mesma denúncia à polícia foi feita em Natal. "Queremos providências para resolver o problema na área da saúde. Não é admissível que pessoas estejam morrendo por falta de assistência médica", afirma.

A diretora estadual do Sindsaúde, Sônia Godeiro, diz que a atividade faz parte das ações do movimento grevista, que completou um mês. Segundo ela, a paralisação está mais firme na capital. Todavia, no interior os servidores estão apoiando as mobilizações realizadas. "Estamos firmes nas mobilizações", declara. Ela informa que recentemente o governo prometeu que iria abrir as negociações, mas até agora não tem nada definido.

Quanto à ação do diretor, João Morais lamenta o fato e descreve a atitude como antidemocrática. "O diretor diz que o carro de som dos servidores atrapalha o atendimento. Mas, a meu ver, o que atrapalha o atendimento dos pacientes é a falta de médicos e de condições de trabalho", rebate o sindicalista. Ele lembra que esta não é a primeira vez que o diretor "age de forma arbitrária contra os servidores", diz.

"Mais uma vez o diretor tenta impedir as manifestações dos servidores da saúde por melhorias trabalhistas e condições do trabalho. A primeira vez arrancou as faixas que estavam na sede do hospital e agora chama a polícia para acabar com um protesto pacífico", declara Morais.

O diretor Ney Robson defende sua atitude ao declarar que chamou a polícia somente após uma tentativa sem sucesso de pedir que os servidores desligassem o carro de som. "Conversei com representantes do movimento e pedi que o som fosse desligado, pois estava atrapalhando o atendimento na unidade. Como os servidores não atenderam ao pedido, a opção foi pedir o apoio policial para assegurar a ordem. Mesmo assim, achamos por bem que o protesto continuasse respeitando um prazo de modo que não venha a prejudicar o hospital", justifica.


Fonte: O Mossoroense - 31/05/2012

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