APESAR DE DESONERAÇÃO, CUSTO DA CESTA
BÁSICA AUMENTOU
Uma pesquisa de preços feita pelo
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em
18 capitais brasileiras mostrou que em 16 delas o preço dos alimentos sofreu
elevação no mês de março.
O anúncio da alta da cesta básica
acontece um mês após a Presidente Dilma conceder um pacote de desoneração de
impostos a 18 itens de consumo básico. Dentre eles, apenas os preços da carne,
manteiga, café, açúcar e óleo de cozinha caíram, na maioria das cidades
pesquisadas pelo Dieese. Contudo, segundo economistas, as quedas não chegam nem
à metade do que deveria ser, caso o repasse fosse integral.
Entretanto, a alta afeta outros itens da
cesta, que já não pagavam impostos. É o caso do feijão e do tomate, cujas altas
anularam a pequena queda de preço dos produtos desonerados. A cesta mais cara
do país continuou sendo a de São Paulo, com o valor de R$ 336,26, sendo 2,96%
maior que o custo de fevereiro e 23,06% do valor de um ano atrás.
A mais barata foi a de Aracaju, onde se
paga R$ 245,94 pela cesta, valor 3,16% maior em relação a fevereiro. As únicas
capitais onde a cesta ficou mais barata foi Florianópolis, no valor de R$
307,37, com queda de 2,25% e Natal, ao custo de R$ 279,24, uma queda de 1,42%.
Inflação é maior para quem ganha menos
Para trabalhadores que ganham até 2,5
salários mínimos, o peso da inflação dos alimentos é ainda maior. Isso acontece
porque os preços dos alimentos adquiridos pelos consumidores com renda mais
baixa dispararam.
Em 12 meses, a inflação de alimentos e
bebidas, medida pela Fundação Getúlio Vargas, foi de 8,1% para famílias com
renda mensal de até R$ 830. No mesmo período, a inflação de alimentos e bebidas
para famílias com renda superior a R$ 10.375 acumulou 6,6%.
“A alta da inflação volta a afetar os
trabalhadores. Ao invés de conceder desoneração de impostos aos patrões, a
presidente Dilma precisa tomar medidas que beneficiem de fato os trabalhadores,
que são cada vez mais prejudicados pela alta dos preços”, avalia o diretor do
Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Edson Alves da Cruz.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de São
José dos Campos
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