Resposta à governadora Rosalba Ciarlini
Depois de mais de dois meses sem receber
os servidores, governadora vem pedir que trabalhadores "encerrem a
greve".
Em entrevista à InterTV Cabugi, na manhã
desta segunda-feira, 5 de agosto, a governadora Rosalba Ciarlini se dirigiu aos
servidores da saúde e pediu que estes encerrem a greve, iniciada no dia 1º, e
retornem ao trabalho. A governadora apelou “ao espírito humanitário” dos
servidores e sugeriu uma “negociação sem greve”.
O Sindsaúde-RN vem a público esclarecer
que:
1. A crise na saúde do RN não é culpa
dos servidores e muito menos da sua greve. A própria reportagem da emissora
exibiu o caos na saúde pública e reclamações de usuários, como falta de
lençóis, de esparadrapos, de leitos e de atendimento.
A verdade é que o governo já faz todos
os dias uma greve na saúde, um boicote criminoso contra a população. Boicote
esse que começa com a falta de 1.859 servidores na saúde do estado e de 600
médicos e que provoca mais de 200 mortes todo mês, só no Walfredo Gurgel.
2. O governo não negociou até agora. A
governadora convoca os servidores a “negociarem sem greve”. Essa súbita
disposição de negociação da governadora é no mínimo duvidosa. Durante mais de
dois meses, nosso sindicato tentou em vão uma negociação com a Secretaria de
Administração, que chegou a dizer que “não tinha agenda” para receber os
servidores.
Caso a governadora tivesse o “espírito
humanitário” que agora nos pede, teria nos recebido e negociado, para evitar a
greve. A reunião só foi marcada após a greve e uma grande passeata com a
ocupação da secretaria, mostrando que esse é o caminho para conquistar nossos
direitos.
3. Na entrevista, a governadora, sobre a
crise com o Tribunal de Justiça, afirmou que a lei “não se discute, se cumpre”.
Sendo assim, não entendemos porque não cumpre a Lei Complementar 475, do Plano
de Cargos? A lei não vale para os servidores? A lei só vale para os
fornecedores e para a Fifa?
4. A greve é um direito dos
trabalhadores. Temos cumprido o que determina a lei, mantendo os 30% dos
servidores do estado trabalhando e o atendimento de emergência.
Sendo assim, os servidores da saúde
continuarão em greve.
Todos os dias colocamos em prática o
nosso espírito humanitário, trabalhando em cenários de guerra, sem as menores
condições, em longas jornadas e com muitos de nós recebendo salário-mínimo.
Repudiamos a tentativa da governadora de
colocar a população contra a greve.
Natal, 05 de agosto de 2013
Sindicato dos Servidores da Saúde do Rio
Grande do Norte
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