A justiça federal decidiu - pela 15ª vez - que seja bloqueado R$2,5 milhões, fazendo com que a Prefeitura de Mossoró reste obrigada a repassar o valor para a APAMIM. A ocasião foi oportuna para que a gestão municipal exigisse uma auditoria, elevando um tom de suspeita com o efetivo direcionamento dos recursos e o financiamento das cooperativas médicas.
O financiamento de estabelecimentos de saúde privados com recursos públicos do SUS já é uma forma branda de privatização. Conforme observado pelo jornalista Bruno Barreto, Mossoró está prestes a se tornar uma cidade em que recém-nascidos não tem mais onde nascer, e isto é uma herança maldita do fechamento do Hospital da Mulher.
Até o final de 2016, Mossoró possuía um hospital público de referência em obstetrícia de média e alta complexidade. A postura do governo Robinson, até então apoiado pelo PT, foi a de permitir o fechamento do Hospital, redirecionando recursos para a APAMIM - que já acumulava todo um histórico de corrupção em sua administração - que antes eram investidos em um hospital público de excelência. Resta saber como vai se portar a atual gestão de Fátima Bezerra (PT) frente à situação precária enfrentada pelas mães de Mossoró e região.
Nós do Sindsaúde Mossoró defendemos a normalização dos repasses atendimentos o quanto antes para que bebês tenham aonde nascer em Mossoró, assim como também defendemos que sejam auditadas as dívidas e que seja transparente e administração dos recursos públicos ali investidos. Por outro lado, não podemos deixar de nos posicionar de maneira contrária ao modelo implementado de gestão do SUS, privilegiando que os recursos públicos sejam geridos por entidades privadas - fonte de toda a corrupção e crise da saúde pública nos últimos anos.
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