Prefeitura anuncia que vai fechar Unidade Básica de Saúde do conjunto Abolição II*
O anúncio do fechamento da Unidade Básica de Saúde (UBS) do conjunto Abolição II deixou funcionários e comunidade revoltados. Segundo o presidente do Sindisaúde, João Morais, a Prefeitura de Mossoró anunciou que irá instalar o Ambulatório Materno-Infantil (AMI) onde hoje funciona a UBS, remanejando os servidores para a UBS do Abolição III e outros para o próprio AMI.
"A UBS atende por mês cerca de 1.300 pessoas do bairro, será que a UBS do Abolição III vai suprir essa demanda? É esse o investimento em saúde que a Prefeitura tinha prometido? Fomos informados que o prédio da AMI estava alugado por R$ 22 mil. Por que a Prefeitura não o transferiu para um desses prédios públicos que estão abandonados? Esse prédio do Abolição II não tem estrutura para o AMI", criticou João Morais.
Segundo a representante da Gerência de Saúde , Wandja Lima, que veio fazer o comunicado na manhã de ontem, a mudança de unidades deverá ser feita ainda na primeira quinzena deste mês. "Uma parte dos funcionários continuará na AMI e outra irá para o Abolição III. No AMI será realizada a parte de pré-natal, pediatria e essa parte de oncologia da mulher", disse ela.
Wandja ainda explicou que os moradores serão amparados, pois o atendimento de Estratégia de Saúde Familiar, realizado na unidade do Abolição III, preconiza o trabalho domiciliar e a comunidade será assistida em casa. O vendedor Emanuel Garcia, morador do conjunto habitacional, conta que a população está revoltada com a decisão. "Vai ser péssimo sem a UBS, porque sem um posto de saúde como é que a comunidade vai ficar?", questionou o morador.
Dentista da UBS do Abolição II, Clecivânia Holanda disse que os servidores estão em pânico. "Tem funcionários que trabalham aqui há 20 anos, tem dentista, pré-natal, clínico geral, endocrinologista. Nós desenvolvemos um trabalho aqui e somos felizes com ele e acreditamos que a população também. Fomos pegos de surpresa e ficamos sem saber o que fazer. A população agora vai ter que atravessar a BR para ir ao Abolição III? Essa é a nossa preocupação, por isso nós aguardamos mais esclarecimentos", declarou a funcionária.
Uma das mais indignadas com a situação foi a agente de saúde Iva Bessa, que definiu a situação como 'descaso total'. "Nós conhecemos a população, já trabalhamos com ela. Eu, que trabalho há 10 anos, tenho 65 pacientes hipertensos, além de pacientes com tuberculose e hanseníase. A unidade do Abolição III está sem clínico há mais de um ano; e nossos curativos quem vai fazer? Isso não existe, tudo que estão falando está distorcido. Isso é um descaso", criticou a agente de saúde.
O presidente do Sindisaúde informou que os servidores da UBS farão um ato público hoje, em frente à unidade, para comunicar à comunidade o que está acontecendo.
* Jornal O mossoroense - 02/10/09
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