sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Risco de epidemia

Rio Grande do Norte já contabiliza 5.232 casos de dengue

Estado está entre os nove que apresentam risco alto de epidemia da doença, segundo dados do Ministério da Saúde.

O Rio Grande do Norte já contabiliza 5.232 casos de Dengue, de acordo com boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap). Os dados foram coletados até o último dia 21 de agosto, e sinalizam aumento de 55,76% das ocorrências em relação ao mesmo período do ano passado.

Natal é a área mais afetada, com 2.903 registros, sendo 52 deles da Febre da Dengue Hemorrágica (FDH) – caso mais grave da doença. Além disso, dois óbitos na capital foram ocasionados pela dengue. Na região metropolitana como todo, os diagnósticos chegaram a 3.498, sendo 60 deles de FHD; e dois óbitos.

Diante do aumento no número de casos, é provável que a situação piore. O RN está entre os nove estados que apresentam alto risco de epidemia no verão 2010/2011. A informação é do Ministério da Saúde, que realizou mapeamento das áreas de risco de dengue em todo o Brasil, e publicou no dia 1º o resultado.

Além do RN, Alagoas, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná e São Paulo encontram-se na mesma situação. Em nível ainda mais grave, com risco muito alto de epidemia, aparecem Amazonas, Amapá, Maranhão, Ceará, Piauí, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Rio de Janeiro.

A ferramenta utilizada para o levantamento foi o chamado “Risco Dengue”, que leva em consideração cinco critérios básicos. Destes, três compõe as competências do setor de saúde: incidência de casos nos anos anteriores, índices de infestação pelo mosquito Aedes aegypti e tipos de vírus da dengue em circulação. Ainda há um fator ambiental – cobertura de abastecimento de água e coleta de lixo; e outro demográfico – densidade populacional.

Com o risco de epidemia, uma das preocupações tem recaído sobre a circulação de um novo tipo de vírus, aquele causador da chamada dengue 4. Esta tipagem viral não circula no país há 28 anos e, por isso, a população não detém anticorpos naturais para combatê-lo. No Rio Grande do Norte a situação é ainda mais delicada, visto que o estado nunca sequer notificou algum caso da doença tipo 4.

Apesar de tudo, há a possibilidade de que o novo vírus já esteja presente em território nacional. Em Roraima, no norte do país, três moradores já foram diagnosticados com a variedade viral. Além deles, outros nove estão sob suspeita da doença.

Os sintomas da dengue 4 são os mesmos dos outros três tipos: dor de cabeça, no corpo, nas articulações e atrás dos olhos, febre, diarréia e vômito. O tratamento também é igual. Nos pacientes que já tiveram outros tipos da doença, há maior chance de desenvolver a FDH.

Para tentar conter o avanço da dengue, a Sesap indicou que está combatendo os fatores indicados como "de risco" pelo Ministério da Saúde. Entre as ações desenvolvidas estão a intensificação das visitas dos agentes de saúde, o uso do carro fumacê e a distribuição de material informativo sobre os cuidados que a população deve tomar.

A Secretaria pede que todos participem no processo de combate à dengue, por meio de medidas como evitar água parada, caixas d’água destampadas e acúmulo de lixo, fatores que podem propiciar a propagação do mosquito Aedes Aegypti.

Fonte: No Minuto - 02/09/2010

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