segunda-feira, 9 de maio de 2011

Alta dos preços

Inflação cresce e governo quer frear aumento dos trabalhadores

Governo Dilma quer que trabalhadores sejam "comedidos" nas reivindicações

A alta dos preços voltou com tudo. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, registrou alta de 0,77% em abril, informou o IBGE, nesta sexta-feira, dia 6.

Nos últimos 12 meses, o índice está acumulado em 6,51%, o que já ultrapassa o teto da meta estabelecida pelo governo, de 6,5%. Entre os maiores vilões da inflação, estão itens que afetam dramaticamente a renda dos trabalhadores, como alimentos, bebidas, aluguel e combustível.

O governo Dilma toma medidas que prejudicam ainda mais os trabalhadores, como a alta dos juros, que já são os mais altos do mundo, e a restrição ao crédito.

Para o economista Cristiano Monteiro da Silva, do Ilaese (Instituto Latino-Americano de Estudos Sócios Econômicos), a receita do governo para combater a inflação é errada e fatal aos trabalhadores.

"Se as famílias pagam muitos juros, ao final se tem uma transferência da renda salário para os juros que são apropriados pelos bancos. Ou seja, é um mecanismo que empobrece os trabalhadores e aumenta a apropriação dos juros por parte dos bancos, que já lucram tanto", analisou.

Vale lembrar ainda que uma das primeiras medidas do governo do PT foi cortar R$ 50 bilhões do Orçamento da União, o que significa menos dinheiro para a saúde, educação, segurança e sucateamento dos serviços públicos.

Freio nas lutas
O governo Dilma tem emitido sinais segundo os quais os trabalhadores deveriam ser mais "comedidos" nas reivindicações por aumento salarial. Ou seja, o Planalto quer que aceitemos reajustes menores em nossas campanhas salariais.

Em outras palavras, querem colocar o prejuízo novamente nas nossas costas. Esta "orientação" do governo foi assumida, esta semana, pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Para ele, se os trabalhadores não considerarem a inflação nas negociações por aumento, a competitividade das empresas poderá ser afetada.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também fez discursos na mesma direção. Desta forma, a política do governo Dilma é a mesma do governo Sarney, no período da hiperinflação, que afirmava, equivocadamente, que aumento de salário provoca inflação.

O economista do Ilaese discorda e analisa os altos ganhos de produtividade das empresas no último período. "No Brasil, sobretudo a partir dos anos 90, vê-se um aumento muito grande da produtividade do trabalho, logo as empresas têm muita condição de assimilar aumentos reais de salários", disse.

Fonte: Sindmetal de São José dos Campos

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