Saúde para e toma as ruas de Natal
Manifestação reuniu de 12 a 15 mil pessoas em Natal.
Nesta quinta-feira, 11 de julho, os
servidores da saúde fizeram uma grande paralisação nos hospitais estaduais. Com
caravanas do interior, da Grande Natal e dos hospitais de Natal, a coluna dos
servidores chegou a reunir mil pessoas, que ocuparam a Av. Salgado Filho, em
frente ao Midway, junto às outras categorias, como bancários, servidores
federais, do IFRN, da UFRN e da Administração Indireta, convocados pela
CSP-Conlutas e Intersindical, e os estudantes da Assembleia Nacional dos
Estudantes – Livre (Anel).
Milhares de pessoas participaram do Dia
Nacional de Greves e Paralisações em Natal, reunindo trabalhadores da saúde, da
educação, sem-terra, sem-teto e a juventude, convocada pelo movimento Revolta
do Busão. O protesto reuniu entre 12 e 15 mil, segundo os organizadores, 10
mil, segundo a imprensa, e 8 mil, segundo avaliação da polícia. “Natal fez uma
das maiores manifestações do país, e mostra a importância dos trabalhadores
ocuparem as ruas, para lutar pelos seus direitos e contra a política econômica
dos governos. Esse é apenas o primeiro passo”, diz Rosália Fernandes, diretora
do Sindsaúde e que representou a CSP-Conlutas na coordenação do ato. A central,
da qual o Sindsaúde faz parte, defende uma greve geral no país.
Saúde na rua, governo a culpa é sua
Logo cedo, às 06h, os diretores do
Sindsaúde e ativistas estavam nos hospitais e unidades, conversando com os
servidores. Nos locais de trabalho, os servidores se dividiram, definindo
aqueles que ficariam trabalhando, para manter os 30% necessários, e os que
iriam parar. Em alguns lugares e setores, como o CRI, o Laboratório Central e o
setor administrativo do Walfredo Gurgel, a paralisação atingiu 100%. A saúde
municipal participou com força, com ônibus buscando os servidores e agentes de
saúde nas unidades da Zona Norte, Sul, Leste e Oeste, até a concentração no
Walfredo Gurgel, onde todos colocavam os coletes da saúde e os adesivos do Fora
Rosalba.
Do interior, vieram caravanas de Pau dos
Ferros, Mossoró, Santa Cruz, Macau, Touros, entre outros municípios. Os
servidores de Extremoz e Parnamirim participaram com muita animação,
expressando a luta que travam contra os prefeitos de suas cidades. Os
servidores de Parnamirim estão em greve desde o dia 8 e trouxeram muitos
cartazes, com o “negocia Mauricio”, exigindo que o prefeito Mauricio Marques
negocie e cumpra o compromisso com o Plano de Cargos e Salários. A coluna da
saúde também reuniu muitos enfermeiros, terapeutas ocupacionais e estudantes,
que aproveitavam para comemorar a vitória sobre o projeto do Ato Médico.
Em frente à governadoria, a
coordenadora-geral do Sindsaúde, Simone Dutra, discursou aos manifestantes. Ela
defendeu a mudança na política econômica, o Fora Rosalba e anunciou a
disposição de greve da categoria, caso o governo não negocie e atenda as
reivindicações. “Quero convocar os servidores para a assembleia do dia 25. Se
continuar assim, a saúde vai parar no dia primeiro”, afirmou, sendo bastante
aplaudida.
A passeata prosseguiu até a Avenida
Roberto Freire, para protestar contra a duplicação da avenida. Entre os
pleitos, protestos pela democratização da comunicação, contra os gastos na Copa
e contra a “carona” do deputado Henrique Alves no avião da FAB. No trajeto,
policiais atacaram e tentaram prender dois jovens, apenas por estarem de
mochila. Manifestantes reagiram, evitando as prisões e condenando a repressão.
O protesto foi encerrado com um ato
público em frente ao supermercado Favorito, com falas de centrais e partidos. O
movimento Revolta do Busão prosseguiu, realizando um baile de máscaras, contra
a perseguição aos manifestantes que usam máscaras para se proteger da
repressão. Os jovens seguiram até a praia de Ponta Negra, onde fizeram uma
plenária.
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