A direção do Hospital Tarcísio
Maia segue em sua “caça às bruxas” contra os grevistas. Começou com ameaças do
diretor e ex-sindicalista Valmir Alves, que tentava intimidar os grevistas
visitando os setores de trabalho onde se concentravam profissionais que aderiram
à greve. Agora, setores da enfermagem, em conjunto com a direção, estão partindo
das palavras às ações, e além de ameaçar com faltas, estão editando ocorrências
contra participantes do movimento paredista.
A ocorrência assinada pela
enfermeira Mirella Carla, que teve seu teor vazado e amplamente discutido nos
grupos de Whatsapp que reúnem profissionais da saúde, é prova disso, e chegou ao
conhecimento do sindicato. A ocorrência narra uma ocasião em que um técnico de
enfermagem que afirmava estar participando da greve mediante a escala de
revezamento é ameaçado de falta (“caso ele não queira voltar para o setor, ele
ficaria com falta”). O servidor ainda veio a ser intimidado em seu direito de
greve, sendo levado pela enfermeira à sala de direção para prestar satisfações
perante o diretor Dr. Eliézer.
A repressão a servidores
grevistas está sendo recorrente no interior do Hospital Tarcísio Maia: a
maioria das(os) ativistas estão sendo ameçados de falta e já foram intimidados
pela direção do hospital – esta situação é similar em outros hospitais
regionais. Mais preocupante ainda é a discussão sobre a legitimidade da greve,
levantada na ocorrência. No documento, registram-se, a nosso ver, várias
inverdades sobre a Greve da Saúde deflagrada no dia 05 de fevereiro:
- “ninguém tinha ciência desse assunto [...] não tinha nada formalizado (sobre) a greve”: a greve foi deliberada por ampla maioria de servidoras e servidores da saúde presentes em assembleia soberana, marcada com a pauta específica sobre a greve. Foi dada ampla publicidade à greve, seguindo todos os trâmites legais, tais como notificação com antecedência mínima de 48 horas, publicação na imprensa estadual, dentre outras.
- não tinha nada oficializado sobre a greve”: De acordo com o narrado ao fim da ocorrência, quando o servidor foi levado à sala da direção, Dr. Eliézer repercutiu a opinião da enfermeira, de que não reconhece greve da saúde como legítima.
- quem organiza é o sindicato, não o hospital [...] deveria ter um comando de greve no hospital”:As greves não são do sindicato, mas da categoria de trabalhadoras e trabalhadores da saúde. É fundamental que a própria base assuma o comando da greve. Foi o que ocorreu, desde o início, no interior do HRTM. Importante relembrar que tanto a escala de revezamento de greve, quanto a questão do comando de greve, foram tratadas e aprovadas em reuniões dos grevistas que ocorreram no próprio Hospital Tarcísio Maia.
Por fim, afirmamos que é
preocupante o nível de repressão e perseguição às trabalhadoras e trabalhadoras
no HRTM e nos demais hospitais regionais. Nós – sindicato, servidoras e
servidores- exigimos, apenas, o cumprimento da lei: o respeito ao direito de greve
e o pagamento dos salários atrasados.
O Sindsaúde/RN tomará as medidas
judiciais e políticas cabíveis para confrontar qualquer tipo de perseguição aos
ativistas no interior dos hospitais públicos do Rio Grande do Norte, até que a
governadora apresente um real compromisso no que diz respeito ao pagamento dos
nossos salários atrasados.
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