terça-feira, 8 de setembro de 2009

São Gonçalo do Amarante

Prefeito de São Gonçalo usa truculência contra trabalhadores da saúde


Na manhã de hoje, 8, o prefeito de São Gonçalo do Amarante/RN, Jaime Calado (PR), revelou mais uma vez como a truculência é uma das marcas de sua administração. Durante uma manifestação pacífica, os servidores da saúde do município, em greve desde o último dia 2, bloquearam a passagem do carro do prefeito, exigindo que ele apresentasse uma proposta sobre a pauta de reivindicações da categoria. Como resposta, Jaime Calado ameaçou processar os trabalhadores que protestavam e ainda permitiu que seu motorista avançasse com o carro sobre os trabalhadores.

As ameaças aconteceram por volta das 11 horas, em frente à Escola Municipal Maria das Neves. Após uma passeata, saída do gancho do Igapó em direção ao posto de saúde do Amarante, os servidores se dirigiram à escola, onde Jaime Calado realizava atividades da prefeitura.

Do lado de fora do prédio, em protesto pacífico, os trabalhadores pediam que o prefeito abrisse uma negociação com a categoria sobre a pauta da greve. Numa demonstração de intransigência e de antidemocracia, Jaime Calado primeiro chamou a polícia para intimidar os manifestantes, afirmando que o protesto estava atrapalhando as aulas. Os servidores resolveram interromper os protestos por vinte minutos até que as aulas terminassem.

Em seguida, ao sair da escola, o prefeito não só ignorou mais uma vez os servidores como também agiu com truculência, permitindo que seu motorista avançasse com o carro sobre uma trabalhadora. Ao final, ainda fez uma clara ameaça: pediu a um de seus assessores para filmar bem o rosto de cada um dos servidores, dizendo que iria processar todos que participaram do protesto. “Filme aí, que eu quero ver a cara de todo mundo. Vou processar um por um.”, ameaçava o prefeito.

Logo depois do protesto, o Núcleo do Sindsaúde de São Gonçalo recebeu uma liminar expedida pelo Juiz Paulo Sérgio da Silva Lima, da 1ª Vara Civil de São Gonçalo, a pedido da prefeitura do município. No documento, o juiz questiona o direito de greve dos servidores da saúde, determinando a paralisação ilegal, mesmo sendo garantido o funcionamento de 30% desse serviço essencial. A liminar ainda determina que, caso a greve não termine amanhã, às 11h30, o sindicato receberá uma multa de R$ 500 mil.

De acordo com o coordenador do Sindsaúde de São Gonçalo, Vivaldo Júnior, o sindicato não vai se intimidar diante das ameaças de Jaime Calado. “O Núcleo do Sindsaúde de São Gonçalo Amarante condena tais práticas truculentas e antidemocráticas do prefeito, que trata os servidores da saúde do município como se fossem criminosos, através de atos de violência e perseguições políticas.”, afirmou.

O Sindsaúde já acionou sua assessoria jurídica para recorrer da decisão judicial que torna a greve ilegal.

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