Mais da metade das famílias potiguares vive com até
dois salários mínimos
A
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/2011), divulgada neste dia 22
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou o que os
trabalhadores potiguares já sentem na pele. O Rio Grande do Norte tem uma das
maiores concentrações de renda do Nordeste. O estado possui 258 mil (55,4%)
famílias vivendo com uma renda de dois salários mínimos. São 258 mil (24,2%)
com um salário e outras 18 mil (1,7%) com um rendimento mensal superior a 20
salários mínimos.
A
pesquisa mostrou um aumento no número de domicílios com rendimentos mais baixos
do Estado. Em 2011, foram registrados 211 mil domicílios com rendimento médio
mensal de até um salário mínimo - cujo valor do rendimento médio mensal foi de
R$ 393,00. Em 2001, foram registrados na mesma classe de rendimento (até um
salário mínimo) 155 mil domicílios, cujo valor do rendimento médio mensal foi
de R$ 136,00.
Segundo
os dados da PNAD, os homens do RN tiveram um rendimento, em 2011, de R$
1.088,00, contra R$ 951,00 das mulheres. Provando que o machismo ainda é uma
realidade, elas possuem um rendimento do trabalho 13% menor ao rendimento masculino.
RN tem a maior taxa de desemprego do Nordeste
A
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios também apontou o Rio Grande do
Norte com uma taxa de desemprego de 9,6%, a maior do Nordeste e a segunda mais
elevada do Brasil, atrás apenas do Amapá (12,9%).
O
desemprego atinge principalmente os jovens. O maior percentual de desempregados
(27%) está na faixa de 10 a 17 anos. Entre 18 e 24 anos, a taxa é de 18,8%, e
entre aqueles que têm entre 25 e 49 anos é de 7,9%. A menor taxa de desemprego
está entre os que tem 50 anos ou mais (2,5%).
No
desemprego, as mulheres também são as mais atingidas. No RN, enquanto a
desocupação atinge 7,1% dos homens, entre as mulheres a taxa é de 13,1%. No
Brasil e no Nordeste, o desemprego é maior entre as pessoas do sexo feminino.
Em 2011, a População Economicamente Ativa (PEA) no RN era de 1,538 milhão de
pessoas, das quais 147 mil estavam desempregadas, de acordo com o IBGE.
Analfabetismo é outro destaque negativo no RN
A PNAD
2011 mostrou ainda que o analfabetismo segue alto no estado. No Rio Grande do
Norte, 15,8% da população com 15 anos ou mais é analfabeta. Esse percentual é
quase duas vezes maior que a taxa nacional (8,6%). No Nordeste, o analfabetismo
é de 16,9%. A região também concentra a maior quantidade de analfabetos, são
6,8 milhões (52,7% do total de analfabetos). Em 2011, a taxa de analfabetismo
no RN era de 18,6%. Dez anos depois, esse número diminuiu menos de 3%. É muito
pouco para que qualquer governo possa comemorar.
A
educação pública continua sem receber a devida atenção do poder público. A
pesquisa identificou 79 mil crianças na pré-escola do Rio Grande do Norte,
sendo 50 mil em creches e escolas públicas (63,2%). “Esse número significa uma redução de 11% em relação a 2009, quando
foram registradas 89 mil crianças em sala de aula. Outra informação
interessante é que no RN o percentual de crianças em escola pública é menor do
que a média nacional e regional, 74,2% e 70,6%, respectivamente”,
explicou Ivanilton Passos, analista do IBGE/RN.
Em relação
aos anos de estudo, no RN 14,1% das pessoas com 10 anos ou mais possuem menos
de um ano de instrução. Além disso, no ensino superior, apenas 39,5% são
graduandos de instituições do governo.
Com informações da
Tribuna do Norte
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