sábado, 28 de abril de 2012

Nacional

MAIS DE 500 PESSOAS PARTICIPAM DO 1º ENCONTRO DE MULHERES DA CSP-CONLUTAS

O 1º Encontro de Mulheres da CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular), realizado nesta sexta-feira 27, debateu, entre outros pontos, a importância da organização de base para as mulheres trabalhadoras. Havia 487 delegadas vindas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Pará, Alagoas, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, entre outros estados de todo país. O evento antecedeu o 1° Congresso da CSP-Conlutas cuja abertura começou às 18h30 desta sexta-feira na Estância Árvore da Vida, em Sumaré (SP).

A representante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Ana Pagamunici, também integrante do Movimento Mulheres em Luta, fez uma análise da situação de superexploração dos setores oprimidos na sociedade capitalista, a exemplo das mulheres. Ana lembrou que o Brasil governado por Dilma, primeira mulher eleita presidente em nossa história, está longe de defender políticas que atendam realmente as necessidades das mulheres. “Não basta ser mulher, é preciso ter um programa que defenda a classe trabalhadora”, disse ela, destacando que em 16 meses de governo a presidenta Dilma optou por governar para banqueiros e empresários.


No encontro, o debate expôs a realidade da classe trabalhadora hoje, na qual 56% das mulheres trabalhadoras estão no serviço público e 20% no serviço privado. Nos últimos anos, houve 120% de entrada das mulheres no mercado de trabalho. Por isso, foi discutida importância de se ter políticas para que as mulheres conquistem sua autonomia.

Ainda no debate, levantou-se a informação de que 33% das mulheres brasileiras ganham menos que os homens, mesmo cumprindo a mesma função. Além disso, são 35% nos serviços terceirizados. “Não é possível pensar
na classe trabalhadora, sem pensar nas mulheres.”, afirmou Ana Pagamunici.

Ela também ressaltou que Dilma vetou a lei que exigia a aplicação de multa às empresas que pagam salários inferiores às mulheres que cumpram a mesma função dos homens. Para Ana Pagamunici, isso ocorre por conta do machismo ainda existente na sociedade, que precisa ser combatido. Ana defendeu que essa é uma luta de homens e mulheres. “A violência contra as mulheres também precisa ser combatida, pois os índices de agressão tem sido alarmantes”, acrescentou.

A plenária contou com a
participação da estudante Daniela, da Federação Nacional dos Estudantes da Costa Rica, que apresentou a experiência das mulheres do seu país e reafirmou que a unidade de todas é fundamental para superar os ataques contra a classe trabalhadora e contra as mulheres. Também saudou o encontro a sindicalista egípcia Fátima Ramadan, que esteve à frente da luta recente dos trabalhadores egípcios.

Construção Civil
A coordenadora geral do Sindicato da Construção Civil de Belém, Deuzinha, trouxe as experiências de seu s
etor, retratando o crescimento da mão de obra feminina. “Em 2006 eram 99 mil trabalhadoras nos canteiros de obras e em 2010 já são 180 mil”, contou. O próximo passo, segundo ela, foi ocupar os espaços do sindicato e construir a Secretaria de Mulheres. Com isso, a campanha salarial da categoria incorporou todas as reivindicações das operárias. “As nossas dificuldades, como em todos os locais, é o assédio moral, sexual e o machismo. Lutamos também por escolas e hospitais. Mas é preciso combater acima de tudo, o machismo dentro dos canteiros de obras”, ponderou.

Segundo Deuzinha, as mulheres da construção civil tem atendido o chamado da CSP-Conlutas e do sindicato. “A grande vitória da nossa organização foi a participação de 46 operárias no debate de mulheres no 8 de março, e hoje estamos em sete operárias presentes no 1º Congresso Nacional da CSP-Conlutas”, concluiu Deuzinha. Após as falas da mesa, o debate foi aberto para o plenário que enriqueceu o encontro com a troca de experiências das mulheres trabalhadoras.

No encontro, foi aprovada uma carta com as principais demandas e desafios das mulheres para o próximo período. Além disso, foi aprovada a realização de um próximo encontro para o primeiro semestre de 2013. Em seguida foram apresentadas três teses que farão parte dos debates do 1º Congresso Nacional da CSP-Conlutas. Ao final, foram eleitas sete delegadas para representar o Movimento de Mulheres em Lutas no 1º Congresso Nacional da CSP-Conlutas.

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