terça-feira, 11 de maio de 2010

Ilegal

São Gonçalo: protesto em Regomoleiro denuncia cobrança de comprovante de residência na saúde

A população de São Gonçalo, os trabalhadores da saúde e o sindicato da categoria já mandaram o recado: o prefeito Jaime Calado não terá sossego enquanto estiver atacando os serviços públicos do município. O protesto ocorrido na manhã de hoje (11), na unidade básica de Regomoleiro, foi mais uma prova disso. A exigência de comprovante de residência, no nome do paciente, para a realização de exames, consultas especializadas e cirurgias não está agradando aos usuários do sistema público de saúde.

Diretores do sindicato em frente ao posto de Regomoleiro

Durante o protesto na porta da unidade, os diretores do Núcleo do Sindsaúde denunciaram o abuso cometido pelo prefeito Jaime Calado (PR), que com esta medida está impedindo a população de exercer seu direito de livre acesso à saúde pública. São idosos, crianças, desempregados e muitos outros moradores de São Gonçalo que, por não possuírem comprovante de residência em seu nome, acabam sem atendimento especializado.

Simone Dutra, diretora do sindicato, falando sobre a exigência do comprovante

Enquanto a manifestação acontecia, também circulou pelo posto de saúde um abaixo-assinado contrário à exigência do comprovante. O porteiro Ednaldo Pereira, morador do município, foi um dos que assinou o documento. Ele reclamou da medida ilegal do prefeito e afirmou que a saúde está em péssimas condições. "Isso de cobrar comprovante é errado. Quer dizer que se meu filho não tiver comprovante de residência no nome dele vai ficar seu atendimento médico? Não vai poder pegar um encaminhamento? Que absurdo! Além disso, a saúde está muito ruim. Não tem nem medicamento.", denunciou o porteiro.

Porteiro Ednaldo Pereira assinando o abaixo-assinado

Outra vítima da cobrança ilegal do comprovante de residência é o aposentado, de 65 anos, José Pinheiro. Chorando, ele contou que a casa em que mora e as contas de água e luz estão no nome de sua mãe (já falecida), o que o impede de possuir qualquer documento que comprove sua residência no município. "E por causa disso eu e minha família não podemos ter saúde? E se a gente adoecer? Eu não posso ficar sem médico. Isso está errado.", desabafou o aposentado.

Aposentado José Pinheiro explica sua situação para diretora do sindicato

Para o Núcleo do Sindsaúde de São Gonçalo, esta exigência da prefeitura é uma medida criminosa. "Vivemos em um país com as maiores taxas de impostos do mundo. Entretanto, isso não se reverte para as necessidades básicas da população pobre, como é o caso da saúde. Aqui em São Gonçalo o prefeito Jaime Calado está impedindo o acesso das pessoas aos serviços especializados, o que é um absurdo. Cobra impostos dos pobres, e não garante os serviços públicos. Negar atendimento de saúde é uma atitude criminosa.", afirmou a diretora do sindicato, Simone Dutra.

Simone, Vivaldo e Elineuza: diretores do Núcleo do Sindsaúde

Ainda de acordo com o Núcleo do Sindsaúde, os protestos vão continuar até que o Ministério Público resolva agir e a situação seja revertida.

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