ISRAEL ATACA FAIXA DE GAZA E PREPARA
NOVO MASSACRE NA REGIÃO
Estado judeu utiliza justificativa de
retaliação para bombardear população civil de Gaza.
Mais uma vez Israel volta seus canhões para
a Faixa de Gaza, bombardeia o território palestino e ameaça uma nova invasão,
quase quatro anos após o massacre cometido entre 2008 e 2009 e que ceifou 1.400
vidas. A nova escalada de ataques contra a Palestina explodiu no dia 14 de
novembro, com o assassinato de Ahmed al Jabari, dirigente do braço armado do
Hamas, as Brigadas de Izz el-Din al Qassam. O líder foi atingido por um míssil
enquanto dirigia seu carro pelas ruas de Gaza, em uma série de ataques da
operação “Pilar de Defesa”, impulsionada pelo Exército sionista.
O Hamas respondeu à agressão disparando
foguetes contra Tel Aviv e o sul do país. Segundo autoridades israelenses, três
pessoas morreram na cidade de Kyriat Malaji. Foi o que Israel esperava para
desatar ataques ainda mais duros contra a população civil do território
ocupado. A série de ataques a bomba deflagrada no dia seguinte, enquanto o
dirigente do Hamas era sepultado, matou 19 pessoas, entre elas três crianças.
Ao todo, 27 palestinos já morreram e os
feridos passam de 250, grande parte crianças, incluindo o filho de fotógrafo da
BBC de apenas onze meses. As imagens do fotógrafo em prantos carregando nos
braços o bebê sem vida roda o mundo e se torna a expressão mais acabada da
selvageria imposta pelo Estado de Israel aos palestinos.
Eleições e Estado palestino na mira de
Israel
Essa nova onda de ataques ocorre após
dias de uma tensão crescente na fronteira entre Gaza e Israel. No último dia
10, um tanque israelense, em um gesto de provocação, circulou pela fronteira e
foi alvo de disparos do Hamas. A resposta foi selvagem e deixou cinco mortos.
Os ataques e incursões de Israel na fronteira, porém, já ocorriam desde o
início do mês.
Nos últimos três dias, Israel atacou
mais de 600 pontos de Gaza, destruindo prédios e residências. A cidade vive
dias de terror. Enquanto as ruas estão desertas e o comércio fechado,
aglomerações só ocorrem nos funerais das vítimas do Exército israelense. A
população, que já sofre os efeitos do bloqueio e isolamento reforçados por
Israel após a subida do Hamas ao poder em 2007, enfrenta o medo diário dos
aviões e drones israelenses, assim como uma iminente invasão.
Israel divulgou nesse dia 16 a
convocação de 75 mil reservistas, indicando que pode iniciar uma invasão por
terra à Faixa de Gaza em instantes. “Esta escalada vai determinar o preço que o
outro lado vai pagar.”, afirmou o ministro da Defesa, Ehud Barak. Já setores da
ultradireita pedem diretamente o assassinato do primeiro-ministro de Gaza,
Ismail Yaniyeh.
Ao que tudo indica, esse novo ataque cometido
por Israel contra Gaza é uma forma de o atual governo de Benjamin Netanyahu
amarrar o apoio da população num momento em que se aproximam as eleições
legislativas, marcadas para o dia 22 de janeiro. Mas não é apenas o Hamas que
está no alvo de Israel. O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud
Abbas, quer aprovar a proclamação do Estado palestino na próxima assembleia
geral da ONU, no dia 29 de novembro, contra a vontade de Israel.
Apesar de os termos defendidos por Abbas
estarem bem longe das reivindicações históricas dos palestinos, e da própria
ANP servir como um governo fantoche do estado judeu, Israel se opõe
frontalmente à formação do novo estado. O ministro das relações exteriores do
país, Avigdor Lieberman, afirmou que, caso prospere a intenção da ANP na ONU,
não restaria a Israel outra opção que não “derrubar” Abbas e “destroçar” a
Autoridade Nacional Palestina.
Pretexto para um novo massacre
Enquanto convoca milhares de
reservistas, Israel determinou nesse dia 16 de novembro o fechamento das
estradas ao redor de Gaza. Com o apoio dos Estados Unidos de Barack Obama, o
estado sionista prepara um novo massacre no território, a exemplo do que fez na
Operação Chumbo Fundido, há seis anos, quando matou 1.400 palestinos em 22 dias
de ataques massivos sobre a população civil de Gaza.
Como atesta o blogueiro e ativista judeu
Max Ajl, “a categoria de Israel de ‘retaliação’ não existe. A ocupação é um
terror constante e é o que gera a violência palestina, e assim os líderes israelenses
podem apresentar como uma justificativa retroativa para as políticas que
aplicam em busca de uma quimera de ‘segurança’”.
Neste momento, mais do que nunca, é
preciso cercar de solidariedade a luta do povo palestino e denunciar os crimes
e atrocidades do Estado de Israel.
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