segunda-feira, 31 de maio de 2010

Congressos

Delegados representarão 3 milhões de trabalhadores

Congresso da Conlutas e Congresso da Classe Trabalhadora devem ser marco na reorganização da classe

As assembleias preparatórias para o Congresso da Conlutas e o Congresso da Classe Trabalhadora elegeram juntas em todo o país delegados que representarão algo em torno 3 milhões de trabalhadores e trabalhadoras. É um processo que reflete a reorganização da classe que se dá na base das categorias e dos movimentos sociais e populares, em alternativa e tentando superar entidades que, como a CUT, já não refletem a luta dos trabalhadores.

O II Congresso Nacional da Conlutas, nos dias 3 e 4, deve expressar a construção dessa entidade que ocupou, sem dúvida, a dianteira do processo de reorganização do movimento de massas após a chegada de Lula à presidência. É esperado ainda que, após esse balanço positivo, os delegados indiquem o avanço desse processo, apoiando a unificação da Conlutas com outras entidades, como a Intersindical, que deve ser decidido no Congresso da Classe Trabalhadora, já nos dias 5 e 6.

Reorganização na base

"Esperamos para o Congresso da Conlutas
, pelo menos, 2 mil participantes, entre delegados e observadores; já para o Congresso da Classe Trabalhadora, são esperados no mínimo 3 mil participantes, eleitos em 962 assembleias" , afirma Ana Pagamunici, da Secretaria Executiva Nacional da Conlutas. A fase de credenciamento das entidades está sendo finalizado. Para o Congresso da Conlutas estão inscritas até agora 389 entidades, entre sindicatos, movimentos socais, estudantis e oposições. Para o Congresso da Classe Trabalhadora já estão inscritas 499 entidades (veja os números ao final do texto).

Apesar da intensa movimentação nos últimos meses, os congressos sindicais são a culminação de pelo menos dois anos de debates e discussões, além de uma militância comum no dia-a-dia das lutas nas bases das categorias e movimentos. "Viemos discutindo especialmente com a Intersindical, mas também com outras entidades e organizações que se somaram nos últimos anos e isso veio avançando, como no Fórum Social Mundial em Belém em 2009, o que deve se expressar no Congresso da Classe Trabalhadora", avalia Pagamunici.

Ela lembra ainda que a Conlutas sempre defendeu a unidade dos setores combativos e independentes na construção de uma alternativa única à esquerda do governo Lula. Alternativa essa que está, hoje, bem perto da realidade.


Saiba Mais

CONGRESSO DA CONLUTAS
Participantes esperados: 2.000
Entidades inscritas: 389
Assembleias realizadas: 767

CONGRESSO DA CLASSE TRABALHADORA
Participantes esperados: 3.000
Entidades inscritas: 499
Assembleias realizadas: 962

Opinião

Governo Lula desrespeita os aposentados

ZÉ MARIA - Da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas)

Está em curso mais um duro ataque aos milhões de aposentados desse país. Os aposentados, que trabalharam por décadas e ajudaram a construir este país, agora amargam o desprezo do governo. Sofrem com benefícios cada vez mais defasados, enquanto a inflação de alimentos, remédios e produtos básicos só aumenta. Uma tremenda injustiça.

Agora, o governo Lula declarou que vai vetar a proposta de reajuste que está sendo discutida no Congresso, de 7,7% para as aposentadorias do INSS acima do salário mínimo. Hoje, 8,3 milhões ganham acima do mínimo, enquanto outros 18 milhões sobrevivem a duras penas com R$ 510.

A proposta costurada no Congresso está abaixo da reivindicação dos aposentados, que é igualar o índice de reajuste do salário mínimo ao dos benefícios acima dessa faixa. O último reajuste do mínimo foi de 9,6%, portanto, todos os aposentados deveriam ter esse reajuste.

Mas nem mesmo essa proposta rebaixada o governo está disposto a cumprir. Lula já disse que vai vetar qualquer reajuste acima de 6,14%. A conta feita pelo governo para chegar a esse número foi a inflação mais 50% do crescimento do PIB de 2008. Essa fórmula criada pelo governo serve para manter as aposentadorias arrochadas. No ano passado, por exemplo, o PIB caiu, então, por essa conta, em 2011 as aposentadorias só teriam a correção da inflação.

O governo diz que não pode conceder o reajuste proposto pelo Congresso, pois isso faria “explodir” o orçamento. O próprio governo afirma que o impacto do reajuste de 7,7% seria de R$ 4,8 bilhões. Lula disse o seguinte: “ao colocar comida no prato das pessoas, tenho de saber a quantidade de comida que tem na panela”, afirmando que a Previdência Social não suportaria um reajuste com esse índice.

A panela de Lula para os aposentados, ao que parece, é bem menor que a panela para os grandes banqueiros e empresários. Só no ano passado, por exemplo, o governo pagou R$ 170 bilhões de juros da dívida pública, mais de 35 vezes o que custaria o reajuste das aposentadorias que ele disse que vai vetar. Só para salvar banqueiros e empresários da crise foram R$ 370 bilhões.

Se o governo Lula já deixou claro o seu desprezo pelos aposentados, no Congresso Nacional não é diferente. Essa proposta de 7%, mesmo rebaixada, só é movida pelo interesse eleitoreiro dos parlamentares que querem se reeleger. O governo veta, eles ficam bem na fita e fica tudo por isso mesmo.

Só a mobilização direta e a luta dos aposentados, apoiados pelos trabalhadores, podem reverter isso. Assim poderemos equiparar o reajuste das aposentadorias e do salário mínimo, valorizar realmente o mínimo e acabar de vez com o fator previdenciário.

sábado, 29 de maio de 2010

Sessão Cultural

Bem no fundo - Paulo Leminski

No fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela — silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso,
maldito seja que olhas pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas.

Paulo Leminski Filho (Curitiba, 24 de agosto de 1944 - Curitiba, 7 de junho de 1989) - Além de poeta, foi escritor, tradutor e professor. Foi também um grande biógrafo, tendo escrito as biografias de nomes como Cruz e Sousa, Edgar Allan Poe e Trotski. Leminski também escreveu letras de música em parcerias com Caetano Veloso e o grupo A Cor do Som. O poeta era faixa preta de Judô.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Nacional

Lula gastou R$ 240 milhões em publicidade nos quatro primeiros meses do ano eleitoral

Nos quatro primeiros meses do ano, o governo federal gastou R$ 240,7 milhões com publicidade, 63,2% a mais do que no mesmo período de 2009.

A legislação eleitoral proíbe gastos com publicidade institucional — que promove a imagem e as ações do governo — nos três meses que antecedem a eleição, mas as regras para o primeiro semestre do ano eleitoral são mais frouxas, abrindo espaço para gastos maiores neste período.

Os números da execução orçamentária foram levantados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) pela ONG Contas Abertas. Não estão computados os gastos das estatais com mídia, que também crescem em anos eleitorais.

Em 2006, por exemplo, essas empresas gastaram R$ 941 milhões, contra 825,2 milhões no ano anterior. Os gastos totais com propaganda também cresceram: foram R$ 1,267 bilhão em 2006, contra R$ 1,153 bilhão em 2005 — valores corrigidos pela inflação até 2009.

No ano passado, as despesas com publicidade das estatais chegaram a R$ 724 milhões, mas os gastos de 2010 ainda não são conhecidos, pois não estão disponíveis no Siafi para acompanhamento, como acontece com as despesas da administração direta.

O valor executado até abril com recursos do Orçamento da União de 2010 corresponde a 34,4% do total disponível para o ano. Boa parte dessas despesas foram contratadas no final do ano passado e estão sendo pagas este ano.

O total disponível para gastos com publicidade em 2010 chega a R$ 700,4 milhões, 29,2% além da dotação de 2009.

No ano passado, o governo dispunha no Orçamento de R$ 542,029 milhões e, nos primeiros quatro meses de 2009, gastou R$ 147,5 milhões, o que representou 27,2% do total.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

São Gonçalo do Amarante

Secretaria de Saúde suspende funcionário por denunciar condições de trabalho

A Secretaria de Saúde de São Gonçalo do Amarante/RN suspendeu por 15 dias o agente de saúde Francis Gleyzer Paiva, também conhecido como Bob. O motivo? Ele denunciou as péssimas condições do PSF de Serrada e "permitiu" que o Núcleo do Sindsaúde fotografasse a situação de descaso da unidade. Entre os principais problemas, está a contaminação de medicamentos e utensílios por fezes e urina de ratos. Além disso, Bob também foi punido por participar de um protesto junto com o sindicato, na última terça-feira (18). A ordem partiu da Secretária de Saúde do município, Zenaide Maia Calado.

Francis Gleyzer, o Bob: perseguido por lutar por melhores condições de trabalho

A assessoria jurídica do sindicato já está tomando providências. Essa não é primeira vez que o prefeito Jaime Calado (PR) persegue politicamente os servidores. Em março, a servidora do posto de Jardim Lola, Dalva Lúcia, também foi perseguida e acabou transferida de seu local de trabalho.

Bob recolhendo assinaturas contra a exigência ilegal de comprovante de residência para atendimento na saúde

Para a direção do sindicato, a prefeitura desrespeita os direitos dos trabalhadores e ainda os pune quando reivindicam melhores condições de trabalho nas unidades de saúde do município. "É dessa forma que Jaime Calado trata a saúde pública e seus trabalhadores. Com descaso e perseguição. As pessoas estão sendo obrigadas a trabalhar em condições perigosas, como é o caso do PSF de Serrada. Jaime Calado quer governar impondo o medo, mas não vamos deixar. Continuaremos denunciando e combatendo as perseguições.", afirmou a diretora do sindicato, Simone Dutra.

Bob junto com o sindicato durante protesto em frente ao PSF de Serrada

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Nacional

Senado aprova reajuste aos aposentados e fim do fator previdenciário

Aposentados conquistam mais uma vitória; a luta agora é para impedir o veto de Lula

O governo bem que tentou. Fez de tudo para que o reajuste de 7,7% e, principalmente, o fim do fator previdenciário não fossem aprovados no Congresso. Mas na noite de ontem (19), os aposentados conquistaram mais uma vitória e o Senado aprovou o texto que veio da Câmara, sem alterações.

A medida provisória agora definitivamente aprovada pelo Congresso estabelece o reajuste de 7,7% aos benefícios maiores que um salário mínimo e, o mais importante, acaba com o fator previdenciário. O fator havia sido imposto pelo governo FHC em 1998 e obriga os trabalhadores a se aposentarem cada vez mais tarde.

Vitória da mobilização

Durante todo o dia, caravanas de aposentados liderados pela Cobap (Confederação Brasileira de Aposentados), com o apoio de centrais como a Conlutas, acompanharam a sessão do Senado e pressionaram para que os senadores votassem a MP, o que só foi acontecer à noite.

Foi uma vitória dos aposentados após sucessivas manobras do governo. Primeiro, na Câmara, quando o governo fez inúmeras ameaças e chantagens, afirmando que vetaria o reajuste e o fim do fator caso fossem aprovados. A proposta original do governo, acordada com centrais como Força Sindical, CUT e CTB, previa apenas 6,14% de reajuste. Nem a Câmara aceitou reajuste tão rebaixado e o elevou para 7,7%.

Após inúmeras mobilizações dos aposentados, a Câmara aprovou a MP no dia 4 de maio. Após isso, mais uma manobra e o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB), cotado para ser o vice de Dilma, segurou o texto por uma semana antes de remetê-lo ao Senado.

A medida só chegou ao Senado uma semana após ter sido aprovada na Câmara. Outras manobras ainda tentaram impedir a votação, como a mentira de que a MP continha erros e que, portanto, precisaria voltar à Câmara, até a tentativa do governo de estabelecer uma idade mínima para as aposentadorias em alternativa ao fim do fator. Mas foi em vão. Na galeria do Senado, os aposentados comemoravam com entusiasmo mais essa vitória.

Impedir o veto de Lula

A luta agora é para impedir que o presidente Lula cumpra a ameaça e vete o reajuste e o fim do fator previdenciário, a maior conquista dos aposentados. O relator da MP no Senado, Romero Jucá (PMDB), apesar de ter mantido o texto original, avisou que Lula vetará o fim do fator. “Já conversei com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, hoje e já está acertado com o presidente Lula o veto nesta questão”, disse o senador.

Só a mobilização, que veio dia após dia derrotando cada chantagem e ameaça do governo, pode impedir o veto de Lula.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Nacional

Diante da crise europeia, governo Lula anuncia novos cortes

Diego Cruz, de São Paulo

No mesmo dia em que o governo reafirmou seu otimismo em relação ao crescimento da economia em 2010, anunciou também um novo corte nos gastos públicos e maior aperto da política fiscal.

A parte do discurso otimista ficou a cargo do ministro da Fazenda, Guido Mantega, convidado à reunião nacional da direção da CUT, em Brasília, nesse dia 12 de maio. Jogando para a plateia, o ministro desfiou previsões como o de crescimento de até 6% do PIB este ano. Mesmo reconhecendo que 2 bilhões de dólares saíram do país durante a crise financeira, Mantega afirmou que o Brasil está agora mais “preparado”.

Isso porque o país contaria com o menor déficit nas contas entre os países do G20, posição conquistada após sucessivos cortes e políticas de superávit primário herdada do governo FHC. “Quem diria que o governo do presidente Lula poderia gerar melhor desempenho fiscal que os governos anteriores?”, perguntou aos sindicalistas. Pergunta que poderia ser traduzida como: quem diria que Lula aplicaria uma política neoliberal mais radical que os governos anteriores?

Mais cortes

A poucos metros dali, outro ministro ficou com a parte menos simpática. Paulo Bernardo, o dono da pasta do Planejamento, anunciava mais cortes este ano nos gastos do governo. No início do ano o governo já havia “contingenciado”, um eufemismo para os cortes, R$ 21 bilhões. Agora, em entrevista ao Estadão, Bernardo disse que os novos cortes serão necessários para evitar um crescimento muito acelerado da economia e a inflação que esse “risco” embutiria. “Vamos tentar fazer o menos dolorido possível, mas vai doer”, avisou.

O ministro relatou uma reunião entre Lula e os principais ministros, em que o governo teria detectado o perigo da inflação com o atual aquecimento da economia. Isto é, o aumento do consumo se dando num ritmo maior que a produção causaria uma elevação nos preços, o que forçaria o Banco Central a elevar ainda mais os juros no futuro, causando um dano ainda maior. O aperto fiscal seria, nessa lógica, um “mal menor”.

No dia seguinte ao evento da CUT, Mantega detalhou que o corte pode chegar a R$ 10 bilhões. Ou seja, se o governo Lula cortava gastos no início de seu mandato por causa da economia estagnada, agora impõe um arrocho sob o pretexto de um suposto crescimento desordenado.

A verdadeira razão para tal política, porém, aparece na própria fala do ministro Paulo Bernardo. Segundo ele, “com a crise internacional, temos de ficar mais atentos”.

Isso significa que, diante do temor dos investidores com a crise na Europa, o Brasil deve reforçar sua credibilidade junto aos credores da dívida pública. E demonstrar que vai cumprir com folga a meta de superávit primário, de 3% do PIB.

Servidores resistem

Faz parte dessa orientação o recente anúncio realizado pelo próprio Paulo Bernardo, de que o governo rejeitaria qualquer reivindicação de reajuste dos servidores públicos e mais, que cortaria o ponto dos eventuais grevistas. ”Se houver greve, a orientação é anotar a freqüência, descontar os dias parados e ir aos tribunais para que as greves sejam decretadas ilegais”, ameaçou.

Os servidores públicos, porém, resistem e não abandonam a mobilização. Funcionários de setores como o Ministério do Trabalho e Meio Ambiente, além de servidores da Justiça Federal, estão cruzando os braços por salários, Planos de Carreira e contra o desmonte dos serviços públicos. Nesse dia 12 houve uma dupla vitória. O projeto que determina o congelamento nos salários dos servidores por 10 anos foi rejeitado por uma comissão da Câmara. E na Justiça, a greve do Ibama teve sua ilegalidade rejeitada.

As recentes declarações do governo, porém, indicam uma nova ofensiva autoritária contra as greves e mobilizações. Um lembrete de que a Europa não está, afinal, tão longe.

sábado, 15 de maio de 2010

Sessão Cultural

Crítica à exploração dos homens é o tema da Sessão Cultural

A sessão cultural de hoje
traz a banda de rock norte-americana Pearl Jam, com o clipe Do The Evolution (Faça a evolução). A música e o clipe mostram, de forma crítica, a história da exploração do homem pelo homem criada pela humanidade. E o melhor: o vídeo mostra também que, caso os homens e as mulheres não transformem esse mundo, o futuro não será nada agradável. Vale a pena conferir.

Pearl Jam é uma banda de rock oriunda da cidade de Seattle, nos Estados Unidos da América, no auge do período do movimento grunge local, e é considerada uma das mais populares e influentes da década de 1990. Eles, junto com Nirvana, Soundgarden, Mother Love Bone, Alice in Chains e Mudhoney, ajudaram a popularizar o movimento grunge no início dos anos 90. Pearl Jam é uma das poucas bandas grunges que continuaram ativas até hoje, mesmo após o fim das suas outras bandas contemporâneas.

A banda detém uma marca inusitada: durante a turnê de Binaural, lançou nada menos que 72 CDs duplos, que traziam na íntegra cada um dos concertos da turnê. Suas atitudes em defesa dos fãs, tais como um processo movido contra a empresa Ticketmaster (que monopoliza o mercado de venda de ingressos em território americano) tornaram-se marcos. No caso contra a distribuidora de ingressos, a banda exigiu na justiça que a empresa reduzisse seus lucros, a fim de diminuir o preço dos ingressos de seus concertos, para que os fãs fossem beneficiados. Somando-se isso ao engajamento político e em causas de ajuda humanitária, o Pearl Jam tornou-se uma das mais idolatradas e respeitadas bandas da história do rock, vendendo até a data cerca de 30 milhões de discos nos Estados Unidos, e 60 milhões em todo o mundo, e sendo a banda recordista de álbuns ao vivo.

Para saber mais sobre a banda, clique aqui.

Deu na Imprensa

SAÚDE VIVE DILEMA

Recebo informações, endereçadas pelo Sindsaúde - Regional de Mossoró, que os trabalhadores terceirizados do Hospital Tarcísio Maia, Rafael Fernandes, Regional de Saúde e Hospital de Assu estão sofrendo com o atraso de seus salários. A empresa prestadora de serviços JMT Service, responsável pelo pagamento dos trabalhadores, atrasou os salários em 14 dias.

Fonte: jornal Gazeta do Oeste - coluna de Canindé Queiróz

Deu na Imprensa

Trabalhadores terceirizados da área da saúde estão com salários atrasados

Mais de 100 trabalhadores terceirizados da área da saúde lotados no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), Hospital Rafael Fernandes, II Unidade Regional de Saúde Pública (II Ursap) e no Hospital do Assú estão com salários atrasados.

Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Estado do Rio Grande do Norte (Sindsaúde), João Morais, os representantes destes funcionários o procuraram e relataram que a empresa prestadora de serviço JMT Service, responsável pelos pagamentos dos trabalhadores, atrasou em 14 dias o pagamento. E até o momento a situação não foi regularizada.

"Mesmo estes trabalhadores não sendo filiados, o Sindsaúde uniu-se a eles nesta luta", destaca João Morais. Ele afirma que se até amanhã a questão salarial não for resolvida, o sindicato e os servidores farão um ato público para denunciar o problema.

A manifestação está prevista para segunda-feira, às 9h, em frente ao HRTM. "O movimento tem como objetivo mostrar à população o problema que os profissionais terceirizados estão passando. Além de pressionar a empresa a resolver a questão", frisa o sindicalista.

João Morais enfatiza que o não-pagamento dos salários está penalizando os funcionários. "É um absurdo. Todos os trabalhadores têm seus compromissos, contas a pagar. E precisam receber os salários em dia", diz.

Fonte: jornal O Mossoroense - 15/05/2010

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Movimento

Regional de Mossoró vai levar quatro delegados ao Congresso da Classe Trabalhadora
Na manhã do dia 11 de maio, no auditório do Hospital Tarcísio Maia, os trabalhadores da saúde de Mossoró deram um importante passo para entrar na história do movimento sindical. Reunidos em assembleia, cerca de 105 pessoas elegeram os quatro delegados que irão representar a Regional do Sindsaúde de Mossoró nos Congressos da Conlutas e da Classe Trabalhadora, que acontecerão nos dias 3, 4, 5 e 6 de junho, em Santos (SP).

A tese assinada pela direção de Mossoró e defendida pela assistente social Rosália Fernandes e pelo diretor João Morais conseguiu eleger três das quatro vagas de delegados destinadas à Regional. A quarta vaga ficou com a tese defendida por Sônia Godeiro, do Sindsaúde Estadual, obtendo apenas 14 dos 105 votos da assembleia. A direção de Mossoró obteve a grande maioria na eleição, registrando 90 votos. Manoel Ribeiro, Ana Melo e João Morais são os três delegados que irão representar a tese da direção da Regional de Mossoró.

Organizar os trabalhadores


Os Congressos da Conlutas e da Classe Trabalhadora devem discutir a formação de uma nova entidade sindical e popular e a construção de um programa contra o capitalismo, que enfrente a política econômica do PT e da oposição de direita, como PSDB e DEM. Além disso, debaterão um programa para os candidatos dos trabalhadores nas eleições de outubro.

Outra tarefa do Congresso
que pretende unificar a Conlutas e a Intersindical é aprovar um conjunto de políticas dos trabalhadores, partindo de suas reivindicações mais básicas, como empregos e reajustes de salário, até a construção de um movimento nacional e unificado que derrote a política econômica dos patrões e lute pelo socialismo.


quinta-feira, 13 de maio de 2010

Deu na Imprensa

Agentes de endemias serão incluídos no Plano de Cargos e Carreira


A Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM) regulamentou a vinculação dos cargos de agente comunitário da saúde, agente de endemias, técnico em administração e digitador na tabela de vencimentos do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos servidores da saúde. Com a regulamentação da lei, a PMM realizará um concurso público para ampliação do quadro de agentes de endemias. Além disso, a Prefeitura concederá antigas vantagens reivindicadas pela categoria.

A vinculação de vencimentos consta do Projeto de Lei nº 1.021, aprovado em votação única pelo Plenário da Câmara Municipal na sessão da terça-feira (11). Agora a Prefeitura tem o prazo de 15 dias para sancionar a lei e implementar vantagens para os servidores, conforme os preceitos constantes na nova lei.

Segundo o secretário da Administração e Gestão de Pessoas, Manoel Bizerra, a vinculação de vencimentos para esses servidores não constava da tabela de salários do plano. "Daí a decisão da prefeita Fafá Rosado de, atendendo a reivindicação da categoria, incluir os agentes, técnico administrativo e digitador no plano de cargos e salários", explica Manoel Bizerra.

De acordo com João Morais, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Mossoró (Sindisaúde), com a sanção da lei os agentes de endemias receberão adicional de insalubridade e outros benefícios. "Atualmente, os agentes de endemias estão recebendo um salário mínimo. Se a lei foi realmente sancionada, eles passarão até um salário-base de R$ 614, mais o acréscimo de insalubridade. Espero que a Prefeitura cumpra com as antigas reivindicações da categoria, pois beneficiará os trabalhadores", revela o diretor.

Com a aprovação da lei, a Prefeitura Municipal irá realizar concurso público para aumentar o quadro de agentes de endemias. Amanhã, a Gerência de Compras realizará licitação (por meio de pregão) para contratação da empresa que irá realizar o concurso público. De acordo com a Prefeitura, o número de vagas oferecido somente será definido durante a elaboração do edital do certame. "A contratação de novos profissionais é uma necessidade antiga do município, pois irá expandir o trabalho dos agentes de endemias na cidade", conclui o diretor do Sindisaúde, João Morais.

Fonte: jornal O Mossoroense

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Nacional

Lula avisa que não vai dar reajuste a servidores em 2010

Presidente determina descontar as faltas de grevistas “sem vacilo”

Nesse dia 10 de maio o presidente Lula convocou uma reunião entre ministros e a direção de autarquias, estatais e demais órgãos públicos federais para dar um recado bem claro: este ano não vai ter nenhum reajuste aos servidores. Mais que isso, Lula recomendou que fossem cortados os dias parados dos grevistas. A reunião serviu para centralizar a política do governo em relação às campanhas salariais dos servidores neste final de mandato.

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, porta-voz de Lula, relatou à imprensa a determinação direta de Lula para que o ponto dos grevistas fosse cortado. "No caso das greves, estamos argüindo a legalidade, várias já foram consideradas ilegais e, mais do que isso, estamos controlando a freqüência e há uma determinação de descontar os dias parados. Inclusive o presidente reforçou que é para controlar e descontar as faltas, sem qualquer vacilo", disse.

Numa declaração em que transparece o tom autoritário e intransigente que marcou o trato do governo Lula com os servidores, Bernardo disse ainda que “Lula foi bem direto e avisou a ministros e dirigentes que não se envolvessem ou assumissem as reivindicações dos servidores porque os membros do governo não são sindicalistas”.

O governo combate uma greve de servidores do Ibama que teve início no dia 12 de abril e que enfrenta o desmonte do órgão, além de reivindicar um plano de carreira para a categoria. Além disso, servidores da Justiça Federal de todo o país também estão cruzando os braços, além de funcionários de diversas universidades federais.

Além da intransigência do governo, os servidores batem de frente com o autoritarismo da Justiça e a ameaça de ser decretada a ilegalidade do movimento, o que municia Lula a descontar os dias parados. Nesse dia 12 de maio o Superior Tribunal de Justiça julga a legalidade da greve do Ibama. O movimento, porém, se mantém forte. Nesse dia 10, cerca de 130 servidores do órgão com cargos comissionados entregaram seus cargos ao governo, em protesto contra a falta de condições de trabalho com que os funcionários se deparam diariamente.

Contra o congelamento nos salários

A determinação de Lula de não conceder reajustes, porém, não é uma orientação para evitar gastos descontrolados em ano eleitoral. É uma política de governo. Por isso a tramitação do Projeto de Lei Complementar 549/09 na Câmara, após ser aprovada no Senado, que na prática institucionaliza o congelamento salarial aos servidores. O rechaço a esse projeto é uma das principais bandeiras do funcionalismo.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Ilegal

São Gonçalo: protesto em Regomoleiro denuncia cobrança de comprovante de residência na saúde

A população de São Gonçalo, os trabalhadores da saúde e o sindicato da categoria já mandaram o recado: o prefeito Jaime Calado não terá sossego enquanto estiver atacando os serviços públicos do município. O protesto ocorrido na manhã de hoje (11), na unidade básica de Regomoleiro, foi mais uma prova disso. A exigência de comprovante de residência, no nome do paciente, para a realização de exames, consultas especializadas e cirurgias não está agradando aos usuários do sistema público de saúde.

Diretores do sindicato em frente ao posto de Regomoleiro

Durante o protesto na porta da unidade, os diretores do Núcleo do Sindsaúde denunciaram o abuso cometido pelo prefeito Jaime Calado (PR), que com esta medida está impedindo a população de exercer seu direito de livre acesso à saúde pública. São idosos, crianças, desempregados e muitos outros moradores de São Gonçalo que, por não possuírem comprovante de residência em seu nome, acabam sem atendimento especializado.

Simone Dutra, diretora do sindicato, falando sobre a exigência do comprovante

Enquanto a manifestação acontecia, também circulou pelo posto de saúde um abaixo-assinado contrário à exigência do comprovante. O porteiro Ednaldo Pereira, morador do município, foi um dos que assinou o documento. Ele reclamou da medida ilegal do prefeito e afirmou que a saúde está em péssimas condições. "Isso de cobrar comprovante é errado. Quer dizer que se meu filho não tiver comprovante de residência no nome dele vai ficar seu atendimento médico? Não vai poder pegar um encaminhamento? Que absurdo! Além disso, a saúde está muito ruim. Não tem nem medicamento.", denunciou o porteiro.

Porteiro Ednaldo Pereira assinando o abaixo-assinado

Outra vítima da cobrança ilegal do comprovante de residência é o aposentado, de 65 anos, José Pinheiro. Chorando, ele contou que a casa em que mora e as contas de água e luz estão no nome de sua mãe (já falecida), o que o impede de possuir qualquer documento que comprove sua residência no município. "E por causa disso eu e minha família não podemos ter saúde? E se a gente adoecer? Eu não posso ficar sem médico. Isso está errado.", desabafou o aposentado.

Aposentado José Pinheiro explica sua situação para diretora do sindicato

Para o Núcleo do Sindsaúde de São Gonçalo, esta exigência da prefeitura é uma medida criminosa. "Vivemos em um país com as maiores taxas de impostos do mundo. Entretanto, isso não se reverte para as necessidades básicas da população pobre, como é o caso da saúde. Aqui em São Gonçalo o prefeito Jaime Calado está impedindo o acesso das pessoas aos serviços especializados, o que é um absurdo. Cobra impostos dos pobres, e não garante os serviços públicos. Negar atendimento de saúde é uma atitude criminosa.", afirmou a diretora do sindicato, Simone Dutra.

Simone, Vivaldo e Elineuza: diretores do Núcleo do Sindsaúde

Ainda de acordo com o Núcleo do Sindsaúde, os protestos vão continuar até que o Ministério Público resolva agir e a situação seja revertida.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Nacional

Lula diz que vai vetar aumento aos aposentados e fim do fator previdenciário

A Câmara dos Deputados aprovou no dia 4 de maio o reajuste de 7,7% às aposentadorias maiores de um salário mínimo, além do fim do fator previdenciário. Embora o reajuste seja rebaixado, menor que o índice concedido ao salário mínimo (9,6%), ele é maior que os 6,14% que o Governo Federal pretendia conceder e o fim do fator, por sua vez, é uma vitória parcial do movimento dos aposentados. De conjunto, foi uma dura derrota ao governo Lula.

Derrota do governo

Durante toda a extensa negociação entre o governo e os deputados, foi repetido várias vezes que Lula vetaria qualquer momento acima dos 6,14%. Tal valor, inicialmente acordado com as centrais sindicais, como a CUT e a CTB, equivale à inflação e 50% da variação do PIB de dois anos antes, ou seja, de 2008. Na Câmara, avançou-se a uma proposta de 7,7% de reajuste, referente a 80% do PIB daquele ano. O governo deu a entender então que poderia aceitar, no máximo, 7%.

Mesmo que o índice de 7,7% não representasse um valor muito acima do que o governo estava disposto a aceitar, foi repetido muitas vezes que Lula o vetaria caso fosse aprovado. Do ministro da Fazenda, Guido Mantega, da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, do Planejamento, Paulo Bernardo, ao líder da Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), partiam ameaças de veto e chantagem de que, se a Câmara aprovasse a proposta, os aposentados ficariam sem qualquer reajuste, recebendo apenas a reposição da inflação.

A pressão dos aposentados e o fato deste ano ser um ano eleitoral, porém, fez com que os deputados aprovassem os 7,7%, por pouco não aprovando 8,7%, faltando apenas 30 votos para isso (dos 513 deputados). Até mesmo uma parte da base aliada do governo votou no reajuste. Já a aprovação do fim do fator previdenciário pegou até mesmo o governo de surpresa. Se o reajuste podia ser negociado, mesmo sob índices extremamente rebaixados, o fim do fator não era cogitado e nem passível de negociação pelo governo.

Uma vez aprovado pela Câmara, agora o próprio Lula avisou que vai vetar. Segundo reportagem da Folha deste dia 5, Lula, em viagem à Argentina, disse que a medida era irresponsável e que vai vetá-la caso não seja modificada pelo Senado. “Não há eleição que me faça aprovar esses absurdos”, afirmou, segundo o jornal. Como é improvável que o Senado mude o reajuste, Lula deve vetar a decisão e, segundo o governo, editar uma Medida Provisória (MP) impondo os 7%.

Agora, começam a guerra dos números e o “chamado à responsabilidade” aos parlamentares. O tão alardeado impacto do reajuste, assim, sobe a cada dia, assim como a pressão do governo. Inicialmente, era afirmado que o aumento representaria R$ 5 bilhões. Depois, passou-se a dizer R$ 10 bilhões e agora já chega a R$ 15 bilhões. Nada próximo, porém, dos R$ 170 bilhões pagos de juros da dívida pública só em 2009.

O governo Lula saca do velho argumento do rombo da Previdência para justificar o veto, uma mentira que, vez ou outra, o próprio presidente denuncia em entrevistas para atacar o PSDB. Mas para vetar o reajuste, o argumento soa bastante conveniente. Cálculo da Confederação Brasileira dos Aposentados, a Cobap, porém, sustentam que, em 2009, a Previdência teve um superávit de R$ 4 bilhões, enquanto que todo o conjunto da Seguridade Social teve R$ 21 bilhões de superávit.

A hipocrisia da direita

A votação que aprovou o reajuste na Câmara foi marcada por um show de hipocrisia, tanto da direita quanto da base aliada do governo. O próprio DEM propôs uma emenda estabelecendo reajuste de 8,7%, que por pouco não foi aprovado. Já vários deputados da base aliada, mesmo não seguindo a recomendação do governo, recusaram-se a conceder reajuste superior aos 7,7% pelo “acordo” que fora estabelecido com as centrais sindicais.

Os deputados do DEM e do PSDB, porém, que aprovaram o fim do fator previdenciário foram os mesmos que, em 1998, votaram pela implementação do mesmo fator. O fator foi instituído para obrigar os trabalhadores a se aposentarem cada vez mais tarde. Para isso, estabeleceu um cálculo para definir o valor do benefício que partia da idade do segurado, o tempo de contribuição e a expectativa de vida calculada do IBGE.

O deputado do PSDB de São Paulo, Arnaldo Madeira, que votou com o governo contra o fim do fator e o reajuste chegou a afirmar que aquela era a “noite da irresponsabilidade”. O deputado expressa o verdadeiro pensamento de seu partido e dos demais parlamentares da direita, que só votaram contra o governo a fim de desgastá-lo eleitoralmente. Ou seja, aprovaram o reajuste e o fim do fator já esperando o veto de Lula.

Intensificar a mobilização

Só a mobilização dos trabalhadores e dos aposentados é que pode concretizar essa vitória. Além disso, há ainda muito a ser feito, como a recomposição das aposentadorias, defasadas após o governo Collor.

É necessário que todo o movimento sindical se mobilize desde já para derrotar a ameaça de Lula de vetar o projeto e, para de uma vez por todas, com o famigerado fator previdenciário. Da mesma forma, é necessário que todos os sindicatos e centrais sindicais apóiem a luta dos aposentados para recompor seus vencimentos ao valor em salários mínimos quando da aposentadoria.

“Agora o que está colocado é a intensificação da mobilização para impedir que Lula vete o reajuste”, afirma Zé Maria, da Secretaria Executiva da Conlutas.


sexta-feira, 7 de maio de 2010

Desrespeito

Prefeitura de Governador Dix-Sept Rosado não paga PASEP de servidores

Em Governador Dix-Sept Rosado, os agentes de saúde e de endemias trabalham há mais ou menos oito anos no município, mas nunca receberam o PASEP, que todo trabalhador tem direito após cinco anos com carteira assinada. Entretanto, a prefeitura só informou à Caixa Econômica que os agentes são servidores em 2007, o que fez com estes já perdessem três anos de beneficio. Se a prefeitura não corrigir a situação (que inclusive foi promessa de campanha), os trabalhadores só receberão o PASEP em 2012.

A Regional de Mossoró do Sindsaúde foi até Governador Dix-Sept Rosado para uma reunião com a categoria. Após a reunião, sindicato e servidores decidiram encaminhar um pedido de audiência com a prefeitura. Além disso, o advogado do Sindsaúde, Josimar Nogueira, já entrou na justiça para garantir o pagamento do PASEP dos agentes.

Saúde

São Gonçalo: PSF de Serrada está abandonado

O descaso com a saúde em São Gonçalo do Amarante parece não ter limites. Desde que assumiu o município, o prefeito Jaime Calado (PR) só aprofundou os problemas existentes nos postos de saúde e unidades do PSF (Programa Sáude da Família). Se já faltavam materiais básicos de trabalho, agora nem mesmo higiene existe mais. Os postos estão ainda piores.

Paredes marcadas por ninhos de cupins

Desta vez, no último dia 29, o Núcleo do Sindsaúde flagrou uma situação inacreditável. Na Unidade de Saúde da Família de Serrada, os problemas são assustadores. De acordo com os diretores do sindicato, que visitaram o local, a unidade funciona numa casa pequena, quente e sem as menores condições físicas e sanitárias. A sala de curativo, por exemplo, é usada como expurgo (limpeza de material contaminado) e também como sala de esterilização.

Sala de curativos usada como expurgo; paredes mofadas

Mas isso não é tudo. Todo o posto do PSF está infestado de ratos. Fezes e urina dos animais são facilmente encontradas em medicamentos e até mesmo nos utensílios que os funcionários usam para fazer as refeições. Além disso, o material de limpeza é guardado no mesmo armário das panelas e talheres.

Fezes de rato junto aos talheres

No dia em que o sindicato visitou a unidade, a gerente do posto estava levando para a Secretaria de Saúde cerca de 60 frascos de dipirona em gotas, todos contaminados com urina de rato. É claro que tanto descaso com as condições sanitárias da saúde municipal acabaria com a contaminação de alguém. Em 2009, a enfermeira da unidade contraiu leptospirose, doença transmitida pela urina do rato.

Entre medicamentos também são encontradas fezes e urina de ratos

Como se esta situação não fosse o bastante, todas as casas ao redor do PSF de Serrada estão infestadas de ratos. A população já fez várias reclamações, mas até agora a prefeitura não resolveu o problema.

Para a diretora do Núcleo do Sindsaúde, Simone Dutra, o caos da saúde em São Gonçalo é um reflexo de como o prefeito trata os serviços públicos e a população que precisa deles. "Há muito tempo que nós, do sindicato, estamos denunciando as condições da saúde no município. A situação das unidades é dramática. Não há estrutura nos postos, nem físicas nem sanitárias, falta material básico de atendimento e os funcionários ainda são perseguidos quando fazem denúncias. E o pior: o Ministério Público tem conhecimento de todas estas condições, mas até o momento não fez nada. O prefeito Jaime Calado faz o que quer com a saúde de São Gonçalo, colocando em risco a vida da população e dos trabalhadores.", denuncia a diretora.

Ainda de acordo com Simone, o sindicato está fazendo vários protestos nas unidades, com o objetivo de mobilizar os usuários dos serviços públicos e os servidores para enfrentarem as péssimas condições da saúde impostas pelo prefeito Jaime Calado.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Protesto

Greve geral contra cortes do governo paralisa Grécia

da BBC Brasil

Funcionários públicos e do setor de transportes da Grécia realizam uma greve geral nesta quarta-feira - a terceira dos últimos meses - para protestar contra planos do governo de cortar gastos e aumentar impostos. Todos os voos internacionais foram suspensos a partir das 0h00 locais (18h de terça-feira em Brasília), enquanto trens e balsas permaneceram parados.

Escolas, hospitais e muitos escritórios devem fechar em todo o país. Funcionários públicos e professores já haviam cruzado os braços desde o meio-dia de terça-feira. Os grevistas também convocaram uma grande manifestação no centro de Atenas.

As medidas de austeridade anunciadas pelo governo no último domingo fazem parte de um acordo com a União Europeia e o FMI por um pacote de ajuda de 110 bilhões de euros, e vêm provocando revolta entre os cidadãos gregos.

Entre elas estão o congelamento de salários, o corte dos fundos de pensão e o aumento de impostos. O objetivo é reduzir o orçamento em 30 bilhões de euros nos próximos três anos, com a meta de cortar o deficit orçamentário grego para menos de 3% do PIB até 2014. O PIB atual do país é de 13,6%.

O Parlamento grego deve votar as medidas até a sexta-feira.

Fonte: Folha de S. Paulo

Crise

Protestos agitam a Grécia antes da greve geral desta quarta
Paralisações de 48 horas e novas mobilizações impulsionam luta contra o pacote de ataques aos trabalhadores
Ontem, no momento em que o governo da Grécia detalhava o plano do duro ajuste fiscal, com ataques como o congelamento dos salários dos servidores públicos, cortes e uma reforma trabalhista e previdenciária, os trabalhadores iam às ruas e enfrentavam a polícia, numa nova jornada de lutas contra o pacote.

A população e os trabalhadores no país dão demonstrações de que não estão dispostos a pagar por essa crise. Para 2010, as medidas de rigidez devem causar uma recessão que reduzirá o PIB em 4%. Se num primeiro momento o governo contava com certo apoio popular para impor o ajuste, com o aprofundamento dos ataques essa situação se inverte rapidamente. Pesquisas recentes apontaram que mais da metade da população está disposta a sair às ruas contra o governo, enquanto 61% estão contra os ajustes.

No 1º de maio o governo grego já enfrentou uma série de mobilizações. No dia 3, um grupo de professores e estudantes invadiu um programa de TV ao vivo, em Atenas, para protestar contra os cortes da Educação. Na manhã de ontem, cerca de 200 militantes do Partido Comunista ocuparam a Acrópole, um dos maiores pontos turísticos do país, e fixaram uma enorme faixa convocando a jornada de paralisações e protestos. “Povo da Europa levante-se” dizia.

Nesse dia 4 os funcionários públicos cruzaram os braços por 48 horas e realizaram manifestações que enfrentaram a repressão da polícia. Para hoje, dia 5 de maio, centrais sindicais preparam uma nova greve geral de 48 horas contra os planos do governo.

Ajuste fiscal e ataques

O “plano de austeridade” coordenado pelo governo grego é a compensação ao pacote de ajuda aprovado no último dia 2 pelo Banco Central Europeu e o FMI, que concederá o equivalente a 110 bilhões de euros, ou 145 bilhões de dólares ao país em três anos. É o maior pacote de “resgate” já aprovado a um país. Esse valor equivale a quase metade do PIB da Grécia em um ano e é condicionado a um brutal aperto fiscal.

O governo do primeiro-ministro George Papandreou anunciou o objetivo de reduzir o déficit fiscal do país, dos atuais 13,6% para 3% em três anos, o limite máximo estabelecido aos países da Zona do Euro. “Os nossos cidadãos terão de fazer grandes sacrifícios”, disse em pronunciamento à TV. As medidas do pacote facilitam as demissões, aumentam a idade para as aposentadorias, além de aumentarem o IVA, uma espécie de ICMS, sobre produtos como o combustível. Privatizações e cortes na Saúde e Educação também constam no pacote. Pelo acordo, a Grécia terá que prestar contas do ajuste a cada 3 meses a seus credores.

A pressão para o recrudescimento do ajuste aumentou quando a agência internacional de classificação de risco a Stand & Poor rebaixou a nota do país ao nível de especulação. Ou seja, apontou aos investidores que colocar dinheiro na Grécia é uma medida de alto risco. Além disso, a agência também rebaixou as notas da Espanha e Portugal, o que aumentou o temor de um contágio da crise para os demais países do continente.

A nova jornada de lutas e paralisações no momento da aprovação do pacote deve apontar a intensificação das lutas na Grécia e na Europa.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Decisão

Agentes de endemias mantêm horário corrido

No dia 28 de abril, na sede do sindicato, o Sindsaúde realizou uma assembleia com os agentes de endemias de Mossoró para discutir o retorno do pagamento do auxílio-transporte em dinheiro e o fim do horário corrido. Ainda em abril, os vereadores aprovaram o projeto de lei da prefeita Fafá Rosado (DEM) que restituiu o direito dos agentes.


Durante a assembleia, a direção do sindicato reafirmou que a volta do auxílio-transporte foi uma conquista dos próprios agentes de endemias, e não uma política bondosa da prefeitura. “Esse benefício é fruto da luta dos servidores, que fizeram greve e muitas mobilizações para defender seus direitos. A prefeita não é responsável pela conquista do auxílio-transporte, já que foi ela mesma que cortou o direito no ano passado. Essa é uma vitória da categoria e do Sindsaúde.”, afirmou Jussirene Oliveira, diretora do sindicato.

Pressão mantém horário corrido

Logo após a aprovação do projeto, a gerente executiva da saúde, Jaqueline Amaral, exigiu que os agentes voltassem a trabalhar em dois turnos, e não mais em horário corrido. Entretanto, essa decisão foi rejeitada pelo Sindsaúde e pelos trabalhadores.

Em resposta, o sindicato afirmou que os dois turnos só poderiam ser retomados quando o auxílio-transporte voltasse a ser pago, o que está previsto para acontecer no final de maio. Diante da pressão, a prefeitura aceitou o acordo.

Em assembleia, os agentes decidiram que, mesmo com o retorno do auxílio-transporte, ainda vão continuar lutando pelo horário corrido.

Sindicato presente

Regional de Mossoró faz visitas ao interior

Nos meses de março e abril
, o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde (Sindsaúde/RN) – Regional de Mossoró visitou as cidades de Caraúbas, Apodi, Assu e Areia Branca. O objetivo da visita foi ouvir os trabalhadores das regiões e explicar o reajuste conquistado pelos servidores estaduais na recente greve, na qual o governo foi obrigado a conceder 45,7% de aumento ao nível elementar, 20,75% ao nível médio e 21% ao nível superior.


Entretanto, a categoria anda insegura quanto ao cumprimento do acordo feito com o governo do Estado. Para uma parte dos trabalhadores, o governador Iberê de Sousa não pagará o reajuste acertado. Durante as visitas, o sindicato informou aos servidores que está vigilante quanto ao pagamento dos salários reajustados. A primeira parte do aumento está prevista para junho e o restante para dezembro, mas os diretores de Mossoró já avisaram: se o governo não pagar, a saúde vai parar. “O governador já pediu aos deputados o remanejamento de verbas para o reajuste dos trabalhadores, e o Sindsaúde estará na cola de todos eles para garantir nossa conquista.”, afirmou João Morais, diretor do sindicato.

A conquista é nossa!

Para a direção do Sindsaúde de Mossoró, o aumento nos salários dos servidores estaduais foi uma conquista dos próprios trabalhadores. A categoria não deve agradecer a nenhum deputado por uma vitória que só foi alcançada porque houve uma greve e muita luta. Os atuais deputados da Assembleia Legislativa são todos ligados aos interesses dos mais ricos e grandes empresários. Se por um breve momento alguns deles defenderam uma reivindicação dos servidores, foi porque nós pressionamos. Portanto, essa conquista é dos trabalhadores, é nossa.


segunda-feira, 3 de maio de 2010

1º de maio

Protesto marca Dia do Trabalhador em São Gonçalo

Na manhã do dia 1º de maio, os trabalhadores de São Gonçalo do Amarante/RN assistiram a uma programação diferente. Enquanto na maioria das capitais do país o Dia do Trabalhador é comemorado com festas e sorteios de prêmios pela CUT, Força Sindical e CTB, no RN a Conlutas realizou um protesto para denunciar os governos e lutar pelos direitos e salários dos trabalhadores.

Em São Gonçalo, a concentração da manifestação começou por volta das 9 horas, na rotatória do supermercado Nordestão, reunindo trabalhadores e entidades sindicais, como a Conlutas, os Núcleos do Sindsaúde, do Sinte, a Regional da Educação de Ceará-Mirim e o Sindicato dos Bancários. O movimento estudantil também marcou presença com a Assembleia Nacional dos Estudantes - Livre (Anel).

Caminhada até a feira-livre

Com faixas, panfletos e um carro de som, os manifestantes denunciaram os ataques dos governos de Lula, Iberê e de Jaime Calado. Na pauta do protesto, as péssimas condições da saúde, a retirada de direitos, os baixos salários e a denúncia da farsa das eleições de outubro. Depois da panfletagem, a manifestação seguiu em caminhada até a feira livre do município, onde foram feitas novas denúncias e conversas com feirantes.

Concentração do ato

Juary Chagas, do Sindicato dos Bancários, acusou Lula de governar para banqueiros e empresários, e não para os trabalhadores. "No governo de Lula, as empresas aumentaram seus lucros quatro vezes. E o salário do trabalhador aumentou, companheiros?! Não, não aumentou.", denunciou ele.

Juary Chagas, do Sindicato dos Bancários

Os trabalhadores também lembraram a importância do Congresso de Unificação da Conlutas com a Intersindical marcado para os dias 5 e 6 de junho, que pode criar uma nova entidade sindical e popular para lutar contra os patrões, os governos e o capitalismo.

"Para nós, não há razões para festas no 1º de maio. É um dia de luta de todos os trabalhadores e da população pobre. Governos como os de Lula, Iberê e Jaime Calado, só mostram que a luta não pode parar. Estes senhores não medem esforços para beneficiar empresários e atacar as nossas conquistas. Em São Gonçalo, as greves são reprimidas, os salários cortados e os serviços públicos não atendem as necessidades da população.", afirmou Simone Dutra, diretora do Núcleo do Sindsaúde.

Simone Dutra, do Núcleo do Sindsaúde