SERVIDORES ESTADUAIS DENUNCIAM GOVERNO POR CAOS NOS HOSPITAIS
Há dois meses em greve, os servidores estaduais da saúde seguem firmes na luta contra o descaso e a intransigência da governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini (DEM). No dia 30 de maio, os trabalhadores voltaram a denunciar o governo pelo caos nos hospitais do estado. Em Mossoró, o Sindsaúde realizou um ato público em frente ao Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM). A manifestação reuniu dezenas de servidores e contou com caravanas de Apodi, Pau dos Ferros e Natal. A direção estadual do sindicato também esteve presente.
O caos nos hospitais públicos não é novidade, mas é sempre muito revoltante. Faltam medicamentos, condições de trabalho, material de higiene, como sabão e álcool, e até mesmo pediatras, ortopedistas e demais profissionais. No HRTM, por exemplo, são dois técnicos de enfermagem para 32 pacientes, e nos finais de semana a escala de médicos nunca está completa. Sem falar nas macas que ficam nos corredores por falta de leitos hospitalares. “No dia 26, uma criança morreu porque não havia vaga na UTI. É desumano o governo deixar pessoas morrerem por falta de assistência.”, criticou João Morais, diretor do Sindsaúde de Mossoró.
Antidemocrático
Durante a manifestação em frente ao hospital, o diretor do HRTM, Ney Robson, chamou a Polícia Militar para desligar o carro de som do sindicato. Segundo ele, o barulho estava atrapalhando o atendimento dos pacientes. “O diretor diz que o carro de som atrapalha o atendimento. Mas o que atrapalha o atendimento dos pacientes é a falta de médicos e de condições de trabalho. Mais uma vez o diretor quis impedir as manifestações dos servidores da saúde. Primeiro arrancou as faixas da greve e agora chama a polícia para acabar com um protesto pacífico. Parece um ditador.”, denunciou João Morais. Ao contrário do que disse o diretor, o sindicato não foi procurado por ninguém antes da chegada da polícia. Apenas uma negociação posterior garantiu o ato.
Boletim de Ocorrência
Após o protesto no Tarcísio Maia, os servidores seguiram em caminhada até a 2ª Delegacia de Polícia de Mossoró (DP), onde um boletim de ocorrência (B.O) foi registrado responsabilizando o governo do RN pelas mortes ocorridas no HRTM em função do descaso com as condições de trabalho.