quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Gripe Suína

Casos suspeitos chegam a 742 no RN
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) divulgou ontem, novo boletim epidemiológico da Influenza A (H1N1) no Rio Grande do Norte. Segundo os dados informados, o Estado permanece com 90 casos confirmados, dos quais 12 óbitos, e o total de descartados continua em 173, dos quais 6 óbitos. Já a quantidade de notificações contou com um acréscimo de 137 casos, passando para um total de 1005.
Dessa forma, o número de casos suspeitos aumentou para 742, mas permanece em 8 o total de óbitos à espera de resultados laboratoriais. Segundo a técnica responsável pela Vigilância da Influenza no RN, Stella Leal, o aumento de casos notificados não significa que estes necessariamente ocorreram nesta última semana, mas, apenas, que nesse período os dados foram registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Além disso, a técnica informou que a maior parte dos pacientes suspeitos já se encontra curada, fora da fase sintomática, somente aguardando os resultados dos exames.
Boletim
As informações do boletim baseiam-se nos registros recebidos pelas Unidades de Resposta Rápida (URR) da Sesap e da Secretaria Municipal de Saúde de Natal. Esses números referem-se às notificações realizadas desde a última semana do mês de abril deste ano, quando foram informados e processados no Sinan os primeiros casos de gripe A no Estado.
Fonte: jornal Diário de Natal - 23/12/2009

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Saúde Pública

Prefeitura será responsável por surto de dengue
“A responsabilidade por um novo surto da doença é da prefeitura”, afirma a diretora da Regional do Sindsaúde de Mossoró, Ana Melo. De acordo com ela, os agentes de endemias enfrentam uma pesada carga de trabalho e não possuem as condições necessárias para realizar as visitas, como lanterna, luvas, escada e protetor solar. “Cada agente de endemia é responsável por cobrir entre 800 e 1000 residências. Por dia, somos obrigados a cumprir uma média de 34 casas trabalhadas.”, afirma.
Ainda segundo Ana Melo, a prefeitura favorece a proliferação do mosquito ao não garantir os serviços mais básicos nos bairros pobres. “A falta do saneamento básico e da coleta de lixo são fatores de risco não só para uma epidemia de dengue mas também para várias outras doenças. Em Mossoró só tem bueiro aberto.”, denuncia a diretora.
Como se não bastassem as péssimas condições de trabalho, a prefeitura e o Sindserpum querem derrubar a decisão dos agentes de endemias de trabalhar em horário corrido, das 7h às 13h, por causa da retirada do auxílio-transporte em agosto desse ano. A prefeitura alega que, nesse horário, várias casas deixam de ser visitadas porque muitas pessoas estão almoçando quando os agentes chegam e não querem interromper a refeição por causa da vistoria.
Entretanto, os agentes de endemias dizem o contrário. Com o horário corrido, eles conseguem visitar casas que, em geral, estavam fechadas à tarde. Quanto ao constrangimento de interromper o almoço das pessoas, o agente de endemias Marcelo Salazar, 27, rebate: “As pessoas não se incomodam com a gente. Até nos chamam para almoçar. Somos bem recebidos nas casas.”.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Meio ambiente

Socialismo ou catástrofe ambiental?


Por Gilberto Marques, de Belém (PA)



O relatório de 2001 do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) concluiu que “a humanidade vem saqueando a terra”. A conclusão foi feita depois da constatação da elevação da temperatura terrestre e dos problemas ambientais, provocados pela emissão crescente de gases poluentes na atmosfera.

Qual o caminho a seguir no debate sobre o meio ambiente?
Desde o final dos anos 1960, abriu-se uma forte discussão sobre a problemática ambiental e as medidas para sua solução. O relatório do Clube de Roma e a Conferência de Estocolmo, ambos de 1972, defenderam que se deveria limitar o crescimento econômico. Em 1973, o diretor de meio ambiente da ONU, Maurice Strong, apresentou o conceito de ecodesenvolvimento que subsidiou a elaboração das propostas de desenvolvimento sustentável: crescimento econômico com preservação ambiental e solidariedade entre os países.


Outros encontros mundiais foram realizados, como o Eco 92, no Rio de Janeiro, e documentos assinados: o relatório de Brundtland da Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o Protocolo de Kioto para redução da emissão de gases poluentes. Propostas reformistas, insuficientes para resolver o desequilíbrio ecológico mundial. Kioto sequer foi aceito pelos Estados Unidos, nação responsável por grande parte da devastação.


Para compreendermos o fracasso dessas propostas, é preciso entender a lógica da produção capitalista. A maioria da população não dispõe dos meios de produção para a sua manutenção. Para não morrer de fome, tem de vender sua força de trabalho e receber em troca apenas uma parte da riqueza que produziu. Isso possibilita o lucro do capitalista e a miséria para a ampla maioria da população mundial.


Para aumentar seus lucros, o capitalista tem de aumentar cada vez mais sua produção e fazer com que as pessoas consumam cada dia mais. A corrida intransigente pelo lucro leva a uma universalização crescente das necessidades, que se traduz em consumo crescente e apropriação acelerada da natureza. Isso faz com que o ritmo da produção supere em muito o ritmo da natureza em se recompor.


Assim, não é a humanidade que está saqueando a natureza. Fundamentalmente, a burguesia saqueia o meio ambiente e seu principal componente, o trabalhador. É por isso que 862 milhões de pessoas passam fome permanentemente, sendo que em situações de crise os famintos chegam a dois bilhões.

Amazônia, desenvolvimento sustentável e capitalismo
É possível haver desenvolvimento sustentável no capitalismo? E solidariedade verdadeira entre países imperialistas e subdesenvolvidos? Vejamos essas questões analisando o caso amazônico.


Uma área maior que a França já foi derrubada na Amazônia, o que leva alguns cientistas a afirmar que a floresta pode desaparecer em 30 ou 40 anos. Segundo o Inpe, entre agosto de 2007 e julho de 2008 o desmatamento na Amazônia foi de 11.968 quilômetros quadrados. Diante disso, Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA, afirmou que, “ao contrário do que pensam os brasileiros, a Amazônia pertence a todos nós”. Já o jornal britânico The Independent escreveu que “a Amazônia é muito importante para ser deixada com os brasileiros”.


As atividades que mais desmatam são aquelas relacionadas com pecuária, soja e madeireiras. Qual o destino dessa produção? O envio como produto de exportação para abastecer o mercado mundial. A soja plantada no norte do Mato Grosso e no sul do Pará serve de ração para o gado europeu, ou seja, os países ditos ecologicamente corretos criam seus gados confinados porque são alimentados com a soja que derruba as árvores da Amazônia.


As grandes multinacionais da mineração estão explorando em ritmo assustador as imensas reservas minerais da região e os principais laboratórios farmacêuticos mundiais extraem a biodiversidade amazônica para produzir seus produtos. Enquanto o presidente Lula faz discursos críticos sobre a devastação, seu governo continua apoiando financeiramente o agronegócio e as multinacionais mineradoras.

Socialismo e meio ambiente
O capitalismo é ecologicamente insustentável. O padrão das sociedades industriais imperialistas, seu consumo e sua produção destroem a multiplicidade das espécies, fazendo com que o ambiente natural, ao se tornar mais uniforme e menos articulado, se apresente mais sensível a choques externos, o que pode fazer desaparecer o sistema como um todo.


A crise econômica mundial desnudou ainda mais esse modo de produção. Segundo um estudo do governo britânico, seriam necessários US$ 540 bilhões para controlar a emissão dos gases que produzem o efeito estufa. “Não há dinheiro para isso”, é o que dizem os governos imperialistas. Mas apenas na semana de 12 a 18 de outubro de 2008 eles injetaram US$ 4 trilhões para salvar empresas e bancos.


Por isso, não basta defender a preservação sem ter claro que as questões ambientais só podem ser verdadeiramente compreendidas no plano da luta de classes e antiimperialista. No capitalismo, reformas parciais são totalmente insuficientes, mesmo do ponto de vista ambiental. O dilema entre socialismo ou barbárie vale também para a problemática ambiental.


O fim da exploração irracional dos recursos do planeta só pode ser alcançado por um mundo socialista, baseado na propriedade social dos meios de produção e no planejamento econômico que garanta a racionalização da exploração dos recursos do planeta. A revolução socialista não é nossa única possibilidade, mas é a única chance de salvar a vida humana e o meio ambiente.


Denúncia

Assédio Moral é crime!


No exercício de suas funções, o trabalhador pode sofrer Assédio Moral de diversas formas por parte dos chefes. As mais comuns são: isolar o trabalhador do grupo sem dar explicação, desmoralizar publicamente, fazer piadas e divulgar boatos sobre o funcionário, impedir que os trabalhadores conversem. Humilhar e constranger é Assédio Moral.


O Assédio Moral piora as condições de trabalho e causa prejuízos emocionais. Nas próximas semanas, a Regional do Sindsaúde de Mossoró vai iniciar uma campanha de esclarecimento sobre o que é Assédio Moral e como identificá-lo. O sindicato fará um cartaz e um boletim especial para melhor informar os trabalhadores da saúde sobre o tema, além de incentivar denúncias junto ao Ministério Público do Trabalho. Assédio Moral é crime! Ligue para 3316-1419 e denuncie!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Gripe Suína

Gerência da saúde alerta que vírus da gripe H1N1 circula no município

Foram notificados até agora 79 casos da gripe suína no Estado do Rio Grande do Norte. Segundo relatório da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), foram registrados dez óbitos, sendo um, em Mossoró.

O médico e coordenador do grupo de acompanhamento ao H1N1 em Mossoró, Luiz Gomes, explicou que o vírus da gripe suína já tem circulação em todo o país, e que a sua presença em Mossoró já era esperada, uma vez que o vírus é rápido na sua propagação. Por isso, a Gerência da Saúde, através do Departamento de Vigilância à Saúde, emitiu orientação à população sobre os cuidados para evitar o contágio pelo vírus H1N1, transmissor da gripe suína.

A principal, segundo Luiz Gomes, é que as pessoas que estiverem gripadas evitem circular em locais de aglomeração, pois o vírus da gripe tem maior facilidade de circulação nestas condições. "Quem apresentar sintomas da gripe, como febre, tosse e dor de cabeça, devem procurar orientação médica imediatamente", alertou o coordenador do grupo sobre o H1N1.

Em Mossoró, o Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) é a unidade médica de referência para a coleta de material para diagnóstico da doença. Porém, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) estão habilitadas a atender pacientes com suspeitas de H1N1. O médico também faz questão de tranquilizar a população, afirmando que "não há motivo para pânico, mas as pessoas devem, sim, ter cuidados para evitar contraírem a doença", frisa o médico Luiz Gomes.

A Gripe A se transmite com muita facilidade entre seres humanos, através de fluídos como a saliva, pela via aérea, pelo contato estreito entre mucosas bucais ou mediante a mão e boca do indivíduo afetado. Por isso, é importante evitar coçar os olhos, ou levar os dedos à boca. Sobretudo, é importante lembrar que uma pessoa que tenha uma vida saudável e venha se contaminar provavelmente terá uma recuperação mais satisfatória que pessoas de vida desregrada.
Fonte: jornal O mossoroense - 04/12/09

Humor

CHARGE

Retirado do jornal O mossoroense - 04/12/09

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Epidemia

Mossoró pode ter surto de dengue
A cidade de Mossoró, a 285km de Natal, corre risco de enfrentar uma epidemia de dengue este ano, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Ministério da Saúde. Os dados são do Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (Liraa) 2009. Outros nove municípios - Cárceres (MT), Palmas (TO), Barretos e Presidente Prudente (SP), Governador Valadares e Ipatinga (MG), Camaçari, Ilhéus e Itabuna (BA) brasileiros correm o mesmo risco, enquanto 102 estão em situação de alerta. O Liraa avaliou 157 municípios.

O Liraa divide os resultados em três grupos. Encontrar o Aedes aegypti, vetor de transmissão da dengue, em até 1% das residências visitadas é considerado "satisfatório". Para o município ser enquadrado em "situação de alerta", precisa haver registros do mosquito numa proporção entre 1% e 3,9%. O "risco de surto" é considerado para aqueles em que houver presença do mosquito em mais de 4% das residências ou ambientes visitados. O último levantamento sobre a dengue foi divulgado em outubro, no dia 29, e registrou queda de 46,3% no número de casos, na comparação entre janeiro e agosto de 2009 e 2008.

O índice de Mossoró é de 4,1%. De acordo com a subcoordenadora de vigilância epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde Pública do RN (Sesap-RN), Juliana Araújo, está acima do preconizado pelo Ministério da Saúde. "Significa que tem uma possibilidade de transmissão da doença. Mas também tem que ser observado o fato desse ano ter registrado o menor índice desde 2004. Este ano é um dos melhores de Mossoró", citou.
Água
O levantamento apresentou também um retrato dos tipos de criadouros mais comuns em cada região - águas, lixo e residência. A maioria das larvas encontradas nas regiões Norte e Nordeste estão ligadas aos ambientes de abastecimento de água.

E esse é o principal problema enfrentado por Mossoró, afirma a gerente de saúde Jaqueline Amaral. "Desde o começo do ano temos trabalhado com contenção. Mas Mossoró tem um sério problema de abastecimento de água, devido a isso as pessoas depositam água em reservatórios inadequados. Fizemos uma série de medidas junto à população, contratamos a retirada de pneus, limpeza de terrenos baldios e prédios fechados. A gente tem feito muita coisa e continua trabalhando nisso", afirmou.
Fonte: jornal Diário de Natal - 25/11/09

Influenza A

Mossoró tem um caso confirmado de gripe suína

A Secretaria de Saúde registra o primeiro caso da Influenza A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína, no município. No início desta semana, a suspeita foi confirmada oficialmente através do resultado do exame realizado em Belém (PA).

O coordenador do Grupo de Prevenção à Gripe Suína em Mossoró, Luiz Gomes, informa que atendendo a uma orientação do Ministério da Saúde (MS) não é possível revelar a identidade da pessoa infectada. "Por ser uma doença nova, existe muito preconceito da população", justifica. No entanto, ele ressalta que devido à demora do resultado do exame, esta pessoa já deve estar curada.

Para o laboratório foram enviados dez exames de pessoas mossoroenses com suspeita da Influenza A (H1N1), sendo que, até o momento, apenas um foi confirmado. "Já recebemos alguns exames que tiveram o resultado negativo e outros ainda estamos esperando o resultado", afirma Gomes.

Ele enfatiza que devido à confirmação do caso, é possível afirmar que o vírus da doença está circulando pela cidade, assim como em outras regiões do país. No entanto, não há motivos para a população se preocupar, segundo afirma o infectologista Alfredo Passalaqua.

O especialista diz que embora seja uma doença nova, para prevenir a Influenza A (H1N1) o cidadão basta ter cuidados normais, como nos casos de gripe normal. "As crianças, os idosos e pessoas com doenças crônicas merecem um cuidado especial", frisa.

Ele orienta que as pessoas evitem estar em locais com aglomeração, mantenham uma boa higiene, principalmente lavando bem as mãos, e mantenham sempre uma boa alimentação. E em caso de infecção respiratória procurar um médico para que este possa receitar o tratamento adequado.

Alfredo Passalaqua salienta que o Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) dispõe de uma quantidade de Tamiflu (medicamento utilizado no combate à gripe suína) suficiente para atender um número significativo de pacientes da cidade.
Fonte: jornal O mossoroense - 25/11/09

Descaso

Moradores reclamam de esgoto estourado


Moradores da rua Nicássio Costa de Araújo, no bairro Santo Antônio, reclamam de um esgoto que corre a céu aberto há muito tempo. Poças de lama e esgoto se concentram em frente ao Posto de Saúde Dr. Joaquim Saldanha. Segundo a moradora Jussara Ribeiro de Melo, 33 anos, desde que ela nasceu a situação lá é a mesma. "Eu nasci e me criei aqui, e isso sempre foi assim", diz ela. "Só na época de política que eles vêm e limpam tudo. Quando chove, a situação fica muito pior."

Procurada pela reportagem do jornal O Mossoroense, a Secretaria de Desenvolvimento Territorial, Kátia Pinto, informou que enviaria hoje um engenheiro para verificar as origens do problema do esgoto, uma vez que aquela região ainda não dispõe de saneamento básico.

Fonte: jornal O mossoroense - 25/11/09

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Pelegos

Diretoria do Sindserpum desrespeita assembleia do Sindsaúde


O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindserpum), dirigido pelo PT e pela CUT, não se cansa de desrespeitar as decisões dos trabalhadores da saúde, que em sua maioria são representados pelo Sindsaúde/RN no município. No último dia 13, sexta-feira, a vice-presidente do Sindserpum, Marilda de Souza, resolveu passar por cima de uma decisão dos agentes de endemias, aprovada em assembleia no dia anterior.
Na quinta-feira, 12, o Sindsaúde realizou uma assembleia com cerca de 60 agentes endemias com o objetivo de discutir uma saída para o fim do pagamento do auxílio-transporte. Reunida na sede do sindicato, a categoria aprovou que trabalharia em horário corrido, das 7 h às 13h, para compensar a retirada do direito. O Sindsaúde informou, através de um ofício, a Gerente Executiva da Saúde, Jakeline Amaral, que os agentes de endemias passariam a trabalhar em novo horário a partir do dia 18, após 72 horas.
Sabendo da decisão, a vice-presidente do Sindserpum, Marilda de Souza, procurou a Supervisão Geral dos Agentes de Endemias para dizer que o Sindsaúde não representava a categoria e que a assembleia realizada não era legítima. E o pior: Marilda, sem ouvir nenhum trabalhador, disse aos supervisores que já estava negociando um acordo com a prefeitura sobre o auxílio-transporte. Isto é, além de derrotar a greve de agosto/setembro, os pelegos ainda tomam decisões sem ouvir a base.
A diretoria traidora do Sindserpum insiste em inventar uma representatividade que não existe. Dos 170 agentes de endemias de Mossoró, cerca de 70% são filiados ao Sindsaúde. Portanto, a maioria dos trabalhadores se sente representado por este sindicato. Vale lembrar que esse reconhecimento foi conquistado nas lutas do dia-a-dia.
A atitude do Sindserpum mostra que sua diretoria não respeita a vontade dos agentes de endemias e despreza completamente os espaços de decisão dos trabalhadores da saúde, como é o caso das assembleias.

Humor

CHARGE




Retirado do jornal O mossoroense - 20/11/09

Pobreza

América Latina terá mais nove milhões de pobres em 2009 devido à crise mundial

A atual crise financeira que afeta o mundo fará com que nove milhões de pessoas caiam em situação de pobreza na América Latina este ano, segundo o relatório Panorama Social da América Latina 2009, apresentado ontem.

No estudo, a Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal) projeta que a pobreza na região aumentará 1,1%, e a indigência subirá 0,8% em relação a 2008.

Assim, as pessoas em situação de pobreza passarão de 180 milhões a 189 milhões em 2009 (34,1% da população), enquanto as pessoas em situação de indigência aumentarão de 71 milhões para 76 milhões (13,7% da população).

Estes números indicam uma mudança na tendência da redução da pobreza que a região vinha registrando.

O estudo da Cepal revela também que a pobreza atinge mais forte na América Latina as crianças e mulheres que o resto da população: é 1,7 vez mais alta nos com menos de 15 anos que em adultos, e 1,15 vez maior em mulheres que em homens.

Os nove milhões de pessoas equivalem a quase 25% da população que tinha superado a pobreza entre 2002 e 2008 (41 milhões de pessoas) graças ao maior crescimento econômico, à expansão da despesa social, o bônus demográfico e as melhoras na distribuição, segundo o estudo.

O aumento projetado na pobreza para 2009 adiará o cumprimento do primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milênio, que consiste em erradicar a pobreza extrema da fome até 2015. Assim, 85% do avanço registrado na região neste âmbito em 2008 cairá para 78% em 2009.

Espera-se que alguns países, como o México, por exemplo, registrem altas nos níveis de pobreza e indigência superiores à média, devido à redução do Produto Interno Bruto (PIB) e à deterioração da situação de emprego e salários.

No entanto, a atual crise terá impacto inferior sobre a situação de pobreza regional, comparado a turbulências anteriores, como a crise mexicana de 1995, a crise asiática de 1988-2000 e a crise argentina de 2001 e 2002.

Por enquanto, a região conseguiu manter o poder aquisitivo das remunerações e baixas taxas de inflação.

Aposentadoria

Fim do fator previdenciário avança na Câmara
Governo quer colocar no lugar o fator 85/95, acertado com CUT e Força Sindical
A Comissão de Constituição e Justiça, espécie de ante-sala da Câmara para avalizar os projetos votados pelos deputados, aprovou nesse dia 17 o Projeto de Lei que extingue o fator previdenciário. Ele segue agora para votação em plenário. O projeto, de autoria do Senador Paulo Paim (PT-RS), já foi aprovado pelo Senado, a exemplo do Projeto de Lei 01/07 que garante o mesmo índice de reajuste do salário mínimo a todas as aposentadorias, que o governo mantém emperrada na Câmara.

A extinção do fator foi aprovada por unanimidade na Comissão, inclusive por parlamentares da base aliada. Isso porque, para ser aprovado, o relator da proposta, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) retirou de seu parecer a afirmação de que a proposta do governo e das centrais sindicais, como CUT e Força Sindical, era inconstitucional. Essa proposta pretende substituir o fator previdenciário pelo chamado fator 85/95. A medida foi concretizada em um projeto apresentado pelo deputado Pepe Vargas (PT-RS).
Ataque aos aposentados
A manobra do governo está clara. Deixar tramitar o projeto que estabelece o fim do fator previdenciário para logo depois instituir o “fator 85/95”. Esse fator está no pacote acertado pelo governo e centrais como CUT, Força Sindical e CGTB sobre aposentadorias. Além de não estabelecer a paridade nos reajustes dos benefícios ele impõe esse novo fator que pode, na prática, ser até pior que o fator previdenciário.
Hoje, o fator previdenciário parte de um cálculo envolvendo a expectativa de vida, tempo de contribuição e a idade do trabalhador. Ele obriga o contribuinte a se aposentar cada vez mais tarde, sob pena de ter um benefício menor. O fator 85/95 estabelece aposentadoria integral aos trabalhadores que conseguirem atingir 95 (85 no caso das mulheres) na soma da idade e tempo de contribuição.
Já o governo aposta na tática de terrorismo para derrotar o projeto de extinção do fator, afirmando até que a medida causaria um rombo de 6% no PIB do país. Segundo cálculos de deputados favoráveis ao fim do fator, porém, a medida representaria um adicional de R$ 5 bilhões à previdência. Só para efeito de comparação, acabou de ser divulgado pelo próprio ministério da Fazenda que as isenções concedidas pelo governo a empresários já representam R$ 23 bilhões.
Governo e CUT X aposentados
Os dois projetos sobre aposentadorias que tramitam na Câmara são uma pedra no sapato do governo. Felizmente, para o governo não para os trabalhadores, Lula tem a CUT ao seu lado para resolver isso. O projeto acordado com o governo vai servir para tentar amenizar o desgaste do veto à extensão do reajuste do mínimo ao conjunto das aposentadorias e ao fim do fator previdenciário.
O governo Lula pretende aprovar o acordo com as centrais, se for o caso, através de Medida Provisória. Além de criar o fator 85/95, esse projeto cria a seguinte regra para o reajuste das aposentadorias acima do mínimo: a inflação mais metade da variação do PIB de dois anos anteriores. Ou seja, mantém o vergonhoso arrocho nas aposentadorias, além da tendência de achatamento dos benefícios.
Reajuste igual para todos e fim do fator previdenciário!
Nem todas as entidades se ajoelharam perante o governo. A Cobap (Confederação Brasileira dos Aposentados) e centrais como a Conlutas, CTB, UGT, NCST e FS denunciaram o acordo e se mobilizam pelos projetos já aprovados no Senado. A Conlutas vem participando ativamente dos protestos organizados pela Cobap em Brasília, assim como das caravanas de aposentados de todo país.
"Num ano em que o governo entregou bilhões do dinheiro público para banqueiros, montadoras, empresários da construção civil, agro-negócio e diversos outros seguimentos da indústria, enquanto muitos trabalhadores perderam empregos, reduzindo salários e direitos, não cabe o argumento de que não há recursos para garantir a aprovação desses projetos”, afirma Atnágoras Lopes, da Secretaria Nacional Executiva da Conlutas.
“A demonstração de força, determinação, disposição de luta e muita garra desses homens e mulheres que construíram a riqueza de nosso país, já demonstrou que irá derrotar a intransigência vergonhosa do governo Lula, do PT, da Força Sindical e da CUT”, ressalta o dirigente.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Paralisação

Mossoró vai a protesto em Natal




Na manhã de ontem, 18, a Regional do Sindsaúde de Mossoró esteve em Natal para participar de uma manifestação, em frente ao prédio da Secretaria Estadual de Saúde Pública, com o objetivo de cobrar do governo o reajuste da categoria. O protesto contou com a participação de trabalhadores de Currais Novos, Caicó, Pau dos Ferros e outros municípios. Durante o ato também foi servido uma café da manhã para os servidores. A manifestação serviu para avisar ao governo que os trabalhadores do estado vão paralisar as atividades a partir de 1º de dezembro.


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Na luta

Greve do Detran chega a 13 dias sem definição

Os serviços do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Norte (Detran) continuam paralisados por tempo indeterminado. Os servidores do órgão estão em greve há treze dias e aguardam uma definição do governo estadual.

Entre as reivindicações dos servidores, está a reestruturação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS's) e a realização do concurso público destinado ao preenchimento de vagas do quadro pessoal.

O presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Indireta do Estado (Sinai), Santino Arruda Silva, informou que os servidores aguardam uma resposta do governo sobre a proposta apresentada. "Queremos negociar. O que a categoria não aceita é prorrogar as negociações para o próximo ano. A proposta que apresentamos na quinta passada, não foi aceita. Apresentamos outra e estamos aguardando uma definição", disse.

A decisão da greve foi tomada no dia 19 de outubro em assembleia dos servidores com o Sinai. A paralisação dos serviços do Detran, como a retirada e renovação de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e registro de novos carros ficarão paralisados, teve início em 03 de novembro.

Por Marcela Cavalcanti, da redação do DIARIODENATAL.COM.BR

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

HUMOR

CHARGE



Apagão

O Brasil na escuridão de novo

Blecaute que atingiu 18 estados brasileiros lembrou apagão do Governo FHC: mera coincidência?

Jeferson Chomada redação do Opinião Socialista


Parte do Brasil ficou às escuras na madrugada do dia 11. Um blecaute deixou na escuridão as cidades e estados com maior população do país. Muitos foram pegos de surpresa quando voltavam do trabalho ou da escola. Outros ficaram presos em trens ou metrôs paralisados pela falta de energia. A escuridão também colocou os trabalhadores à mercê de marginais e aproveitadores, que tiraram vantagem da situação para cometer crimes.

Nas ruas da capital paulista, a polícia realizou rondas ostensivas com algo mais do que sua costumeira truculência. Nos hospitais públicos e postos de saúde, o atendimento foi extremamente prejudicado. A maioria dos celulares ficou muda devido à pane das operadoras de telefonia. Mesmo depois do retorno da luz, mais três milhões ainda sofreram com a falta de água devido à paralisação das estações de tratamento.

Como sempre acontece, o primeiro culpado apontado pelos governantes foi São Pedro. O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, afirmou nesta quarta-feira que o blecaute teve origem em função de condições adversas meteorológicas no interior do Paraná. “Não há danificação de equipamentos. Houve uma frente [fria] muito forte, com ventos e chuvas muito fortes”, explicou. Conforme a versão oficial do governo, os ventos causaram problemas em três linhas de transmissão, que recebem energia vinda da usina hidrelétrica de Itaipu (PR).

Mas, segundo a meteorologista Camila Ramos, da Climatempo, não havia zonas de instabilidade climática na região da Hidrelétrica de Itaipu (na fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina) no momento do apagão.

Embora a causa definitiva do blecaute ainda não tenha sido diagnosticada, o governo se apressa para tentar minimizar o desgaste transferindo a responsabilidade do apagão para a natureza. Algo absolutamente necessário, sobretudo para evitar que o blecaute seja rotulado como o “apagão da Dilma”, candidata do PT à Presidência, que há duas semanas garantiu o fim dos apagões elétricos no programa de rádio Bom Dia, Ministro.

Os verdadeiros motivos que levaram o blecaute não serão esclarecidos rapidamente. Talvez nunca saibamos exatamente quais foram suas causas reais. Mas podemos supor alguns dos ingredientes que levaram novamente o Brasil para o caminho da escuridão.

Entrega do patrimônio nacional

O governo tucano levou o Brasil à escuridão nos apagões de 1999 e 2001, logo após as privatizações realizadas do setor elétrico. A privatização provocou as deficiências da oferta de energia de que o país dispunha e uma óbvia queda da qualidade dos serviços. Cerca de 100 mil postos de trabalho (50% da mão-de-obra) foram extintos pelas empresas depois que se tornaram privadas. Também foi criada a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), uma agência reguladora neoliberal, cuja função é atender os interesses do grande capital.

A desregulamentação do setor levou o governo federal a promover, através da Aneel, leilões para expandir o sistema de transmissão elétrica do país. FHC realizou cinco deles, e Lula realizou os seus. Desde dentão, mais de 70% do mercado de distribuição foi parar nas mãos de empresas privadas, assim como cerca de 20% da geração de energia, segundo estudos do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Por trás dos arremates feitos pelas empresas privadas estavam os favorecimentos concedidos por meio dos generosos empréstimos do BNDES, que entre 2003 a 2006 somaram R$ 5,5 bilhões. A iniciativa privada contou ainda com outras mamatas, como permissão para obter empréstimos fora do país, não operar as linhas adquiridas nos leilões, ou ainda atuar em bloco para arrematá-los.

Já as estatais, apesar de deterem o controle majoritário da produção de energia (investimento considerado mais custoso) operam as linhas de transmissão de forma minoritária. Frei Betto, alguém que está longe de representar qualquer linha de oposição ao governo petista, explica por quê: “A resposta, simples, é de fazer corar quem esperava do PT um governo minimamente nacionalista: não se permite que sejam financiadas pelo BNDES. E não podem captar dinheiro fora do país, como fazem as transnacionais. Assim, sobra às empresas federais apenas a possibilidade de, nos leilões, fazerem lances, com capital próprio, em linhas pequenas” (“A privatização do setor elétrico está de volta?” – Correio da Cidadania).

O resultado foi que entre 2000 a 2002, lembra Frei Betto, as empresas estrangeiras obtiveram 49% das linhas leiloadas; as empresas privadas brasileiras, 36%; as parcerias estatais/privadas, 15%.

Entre 2003 a 2006, já no governo Lula, as estrangeiras passaram a abocanhar 65% das linhas leiloadas, enquanto as associações entre estatais e privadas obtiveram 25%. Apenas em 2006, as estrangeiras levaram 84% das linhas de transmissões leiloadas. É bom lembrar que todos esses leilões foram realizados quando a “nacionalista” Dilma Rousseff estava à frente do Ministério das Minas e Energia.

O presidente Lula diz, em seus discursos, que pretende transformar a Eletrobrás numa grande empresa estatal “do mesmo porte de uma Petrobras”. No entanto, seu governo mantém a entrega das estratégicas linhas de transmissão e ainda prevê que mais 19 linhas de transmissão e nove subestações sejam leiloadas nos próximos meses pela Aneel. Estão na mira 2,4 quilômetros de linhas de transmissão que servirão 13 estados, segundo a agência.

Integrantes do governo enchem a boca para falar sobre a eficiência da produção e transmissão energética do país. Contudo, mantêm a mesma política neoliberal tucana que golpeia o que antes era uma conquista das estatais. Como nos tempos de FHC, essa política joga o país na escuridão.

Machismo

Sob pressão, Uniban recua e desiste de expulsar Geyse


Luciana Candido, do Opinião Socialista


Por causa de um vestido, a aluna Geyse Arruda foi julgada pela primeira vez pelos alunos da Universidade Bandeirante (Uniban) e por pouco não foi apedrejada. Neste domingo, ela foi declarada culpada novamente. Desta vez, pela própria universidade, que tomou uma atitude digna da inquisição. Um informe publicitário publicado nos principais jornais de São Paulo informava que Geyse seria expulsa, e culpava-a, “por faltar com a moralidade".



No fim da tarde desta segunda, 9 de novembro, centenas de pessoas se reuniram em frente ao campus. Eram representantes de entidades sindicais e estudantis, partidos, ONGs, trabalhadores e estudantes que foram até lá para prestar solidariedade e, principalmente, protestar contra as atitudes grotescas dos alunos e da própria universidade.



Durante o ato, os manifestantes receberam a notícia de que a Uniban havia recuado de sua decisão de expulsar a vítima. O anúncio, no entanto, não foi suficiente para acabar com a manifestação. O fato já estava consumado e a Uniban já tinha legitimado o machismo e a selvageria protagonizados por seus alunos. Nada apaga isso. Dentro do campus, alguns alunos defendiam a instituição. Separados dos manifestantes por uma grade, vaiavam as falas no carro de som e gritavam “Fora! Fora!”.


A imprensa compareceu em peso. A apresentadora Sabrina Sato, do programa Pânico, usava um microvestido rosa, em alusão ao de Geyse. Os alunos machistas da Uniban, não a atacaram da mesma forma que à Geyse, mas a cercaram e gritaram “Fica! Fica!”. Natural, para quem considera a mulher um pedaço de carne a ser consumido.


O recuo

A nota em que a Uniban revê a expulsão de Geyse é direta: “O reitor da Universidade Bandeirante – Uniban Brasil, de acordo com o artigo 17, inciso IX e XI, de seu Regimento Interno, revoga a decisão do Conselho Universitário (CONSU) proferida no último dia 6 sobre o episódio do dia 22 de outubro, em seu campus em São Bernardo do Campo. Com isso, o reitor dará melhor encaminhamento à decisão”. Ao contrário da nota de expulsão.


“A educação se faz com atitude e não com complacência” é o título da nota inusitada, que diz que Geyse teve uma atitude provocativa. A Uniban, que está sendo chamada de “Unitaleban” amplamente na internet e entre os movimentos sociais, justificou: “[a atitude provocativa] buscou chamar atenção para si por conta de gestos e modos de se expressar, o que resultou numa ação coletiva de defesa do ambiente escolar”.


Perplexidade


Poucos fatos geram tanta unidade como gerou o caso Geyse. Não fosse por uma minoria de alunos que se sentiram maculados pela repercussão, a posição de rechaço a esta violência teria sido unânime.

Perplexidade talvez seja a melhor palavra para classificar o fato de setores tão diferentes terem se manifestado a favor de Geyse. Houve, é claro, um oportunismo da imprensa, que a levou a programas sensacionalistas bizarros que preenchem (ou esvaziam) as tardes semanais. Mas até a grande imprensa foi obrigada a reconhecer o absurdo retorno à Idade Média promovido pela Uniban.

As organizações feministas, evidentemente, foram as primeiras a se manifestar. A Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) e a Assembleia Nacional de Estudantes Livre (Anel) divulgaram uma nota conjunta em que afirmam que “ao invés de questionar a vestimenta da estudante, os estudantes deveriam questionar a mercantilização do corpo da mulher, e ao invés de culpabilizar as mulheres pelas roupas que usam, devem-se questionar os valores impostos na nossa sociedade que levam a manifestações animalizadas”.

Articulistas se manifestaram rapidamente, expressando repulsa, antes mesmo da expulsão. Em artigo intitulado “A culpada é a vítima”, publicado no Observatório da Imprensa, a jornalista Ligia Martins de Almeida relembrou o assassinato de Ângela Diniz por Doca Street, quando ela foi responsabilizada pela própria morte. “Quando parecia que as mulheres vítimas de violência não seriam mais tratadas como culpadas – como ocorreu quando Doca Street matou a socialite Ângela Diniz – acontece o caso de Geisy Arruda, a estudante da Uniban, em São Paulo”, diz Ligia.

O renomado psicanalista Contardo Calligaris também criticou duramente a atitude dos alunos. Em seu blog, pede desculpas às feministas. “Ainda recentemente, pensei (e disse, numa entrevista) que, ao meu ver, o feminismo tinha chegado ao fim de sua tarefa histórica. Em particular, eu acreditava que, depois de 40 anos de luta feminista, ao menos um objetivo tivesse sido atingido: o reconhecimento pelos homens de que as mulheres (também) desejam. Pois é, os fatos provam que eu estava errado”.

A situação, de tão inverossímil, também provocou protestos bem humorados, como o novo apelido da instituição – Unitaleban – e as fotos de burkas que circulam pela internet como o novo uniforme da Uniban. Também não faltam críticas ao responsável de marketing da universidade, visto que a decisão, além de reacionária, foi um tiro no próprio pé. Até o Ministério da Educação e Cultura (MEC) cobrou explicações da universidade. O Ministério Público Federal instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias da expulsão.


Que ambiente estavam defendendo?


Que houve uma reação coletiva, como afirma a nota da Uniban, não há dúvidas. Mas não foi, num primeiro momento, de defesa do ambiente escolar. Foi uma reação violenta a um comportamento: a escolha da jovem por uma determinada roupa. Desta reação, encabeçada pelos homens, participaram também, tristemente, mulheres. Essas últimas deram o sinal verde para que, amanhã ou depois, estes mesmos homens as ofendam e agridam por qualquer motivo.

Num segundo momento, após a repercussão, houve sim uma defesa coletiva da instituição por parte dos alunos. Eles argumentam que a imagem da universidade está sendo manchada por Geyse. Porém só quem pode ter manchado a imagem da universidade são os próprios alunos animalizados, que chegaram a escalar as paredes para ver a moça pela janela da sala. Isso está registrado em vídeos amplamente divulgados.

Estes alunos envergonham a juventude brasileira que, esperamos que, em sua maioria, não concorde com tal barbaridade. Não representam a opinião do conjunto da juventude felizmente. No entanto, há de se pensar até quando isso vai durar. O retrocesso que houve no terreno moral nos últimos dez ou quinze anos é algo a ser estudando. Entre os argumentos pró-Uniban, prevaleceu o individualismo, a vontade egoísta de pegar seu diploma e ir ao mercado de trabalho mesmo que passando por cima de qualquer senso de humanidade.

Quanto à Uniban, esta foi a prova mais concreta da decadência da educação. Longe de uma instituição de ensino de qualidade, que privilegie a formação. Ao contrário do que afirmou na nota paga de domingo, a instituição não tem nenhum “compromisso com a responsabilidade social e a promoção dos valores que regem uma instituição de ensino superior”, a menos que os valores aqui referidos sejam o preconceito, a discriminação, a violência e a violação de direitos humanos.

O único compromisso da Uniban é com o lucro. Universidade só leva no nome, quando não passa de um supermercado de ensino, de uma fábrica de diplomas. É impensável que uma instituição de ensino verdadeiramente preocupada com a educação pudesse concordar e respaldar tais atitudes de seus alunos – no caso da Uniban, clientes.

A propósito, o advogado da Uniban, Décio Lencioni Machado, que responsabilizou Geisy pela sua expulsão, preside a Comissão de Legislação e Normas do Conselho Estadual de Educação de São Paulo. Ele também é conselheiro da Câmara de Educação Superior. Isso mostra a verdadeira relação do Estado com a educação.

Este é o resultado de anos de neoliberalismo, de privatização do ensino, de Fies e ProUnis que disseminam o ensino privado, longe de facilitar o acesso à universidade. E de um modelo de educação voltada para inculcar nas cabeças de seus clientes o que há de pior, ideologicamente, na sociedade. Tudo em nome de um sistema que transforma tudo e todos em simples mercadorias.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Unificação Conlutas/Intersindical

Um seminário que pode ficar na história
Congresso em 2010 deve fundar uma nova central e fazer avançar a reorganização dos trabalhadores
Eduardo Almeida Neto, editor do Opinião Socialista
Nos abraços fortes se mostrava a alegria. Em alguns rostos, lágrimas de emoção. Militantes da Conlutas usavam também no peito os adesivos da Intersindical e vice-versa. Terminou em vitória o Seminário Nacional de Reorganização, nos dias 1º e 2 de novembro, em São Paulo. A emoção foi maior porque se definiu convocar um congresso unitário para 2010.
No congresso, a base irá decidir sobre as diferenças apresentadas nos 25 debates regionais que antecederam o seminário. Existiam grandes acordos como a necessária independência frente ao Estado, a perspectiva socialista, a defesa da ação direta das massas como instrumento privilegiado de luta e muitos outros temas. Mas também surgiram diferenças importantes.
As duas maiores eram sobre o caráter da nova central e sobre a composição da direção. Sobre o caráter, a Conlutas defende uma central que, além dos sindicatos, incorpore o movimento popular e estudantil e os movimentos contra as opressões. Já a Intersindical e outros setores defendem uma central fundamentalmente sindical.
Em relação à composição da direção da central, a Conlutas defende que ela seja indicada pela base a partir das organizações filiadas, com os critérios tradicionais de proporcionalidade direta. Já a Intersindical privilegia, em um primeiro momento, um acordo entre as correntes políticas da central.
A Conlutas propôs duas alternativas, caso não se superassem as diferenças: a primeira seria fazer o congresso de unificação em base aos acordos que já existem, e deixar a base do congresso decidir as diferenças, com o compromisso de todos de acatar o resultado da votação. Nesse caso, a Conlutas propunha que os delegados dos sindicatos – cuja participação e poder de voto ninguém questionava – decidissem sobre as diferenças. Uma segunda proposta era de, caso não houvesse acordo, manter uma Comissão de Reorganização, com um plano de ação unificado e a continuidade das discussões, dando tempo para que as diferenças fossem superadas.
Durante o seminário, a discussão sobre estes temas se fez presente já no primeiro ponto, que deveria discutir a conjuntura política. Houve uma novidade importante, com a representante do MTL (Movimento Terra, Trabalho e Liberdade), Janira Rocha, fazendo uma defesa acalorada na necessidade da unidade e apoiando a proposta da Conlutas de que o próprio congresso unificado deliberasse sobre as diferenças. Foi seguida por outros setores, como o MTST, com a mesma compreensão. Nessa noite, na comissão que dirigia os trabalhos, só os representantes da Intersindical seguiam contrários a essa proposta.
No dia seguinte, no entanto, pesaram mais os pontos de acordo existentes e a perspectiva de uma central unitária. A Intersindical reavaliou sua posição, e foi possível apresentar ao plenário uma proposta unificada, que inclui a marcação do congresso unitário para o início de junho de 2010, onde os delegados do movimento sindical e popular irão decidir sobre as diferenças.
A alegria explodiu entre os delegados. Em todos estava presente o sentimento de ter participado de um encontro que pode ter um caráter histórico.
O que foi dito
“A principal pauta colocada para os trabalhadores hoje é a construção de uma ferramenta que tenha capacidade de pegar tudo o que está fragmentado e colocar junto sob uma única direção.” Janira Rocha – MTL
“A reorganização é para nós estratégica e central. A fragmentação e o isolamento só reforçam a perda de nossas capacidades e a potência do movimento. Esse processo requer paciência, mas também entendendo a urgência.” Helena Silvestre – MTST
“Temos pontos divergentes, mas também não são poucos os pontos que nos unem (...) É necessário agora, a fim de avançar na unidade, novas práticas e relações éticas e de fraternidade.” Lujan Miranda (PSOL e Intersindical)
“Estamos bastante otimistas, pois achamos que nesse seminário foi possível construir as possibilidades reais para a unificação da Intersindical, Conlutas e outros setores. Agora, o próximo período é organizar a luta da classe trabalhadora e construir uma direção à altura dessa tarefa.” Neida Oliveira, Cpers, Bloco Resistência Socialista – Conlutas
“Esse seminário foi um avanço muito importante na construção dessa ferramenta para a luta dos trabalhadores, dos movimentos sociais e da juventude desse país. Achamos que essa nova central deve ter um caráter sindical, mas também agregar o movimento social, popular e estudantil, pois sabemos que isso irá fortalecer o caráter classista dessa central.” Saulo Arcangeli (Sintrajufe-MA), PSOL e Conlutas
“Acho que o principal resultado desse seminário foi o agendamento do congresso para 2010 e a resolução de que seja a base que decida. Isso, para o Andes, é fundamental. E essa nova central deve ser democrática, dirigida pela base e, principalmente, tem que ter um nível de liderança muito próxima da que vínhamos fazendo com a Conlutas, com coordenações, reuniões periódicas, para que não voltemos atrás e fazer com que apenas a cúpula decida.” Milton Vieira do Prado Junior – Andes
“Estamos aqui dando um passo importante na possibilidade de uma alternativa classista, internacionalista. A Pastoral não tem posição fechada sobre o caráter da nova entidade, mas achamos que ela deve ser classista e profundamente democrática.” Paulo Pedrini – Pastoral Operária Metropolitana de São Paulo
Resoluções

*Realização de um congresso, de 3 a 6 de junho de 2010, para a fundação de uma nova central.

*Votam nesse congresso delegados eleitos pelo movimento sindical e movimento popular que estão hoje comprometidos com o processo de reorganização.
*Esse processo será organizado por uma Coordenação pró-central, com a seguinte representação: 9 membros da Conlutas, 9 da Intersindical, dois do MTL, dois do MTST, dois da Unidos para Lutar, dois do MAS, dois da Pastoral Operária, dois da Corrente Trabalho e Emancipação e dois da FOS.
*Realização de uma plenária durante o Fórum Social Mundial em 2010 em Porto Alegre (RS).
*Plano de ação para o próximo período, com o apoio ativo às principais lutas.

VEJA ZÉ MARIA, DA EXECUTIVA NACIONAL DA CONLUTAS, FALANDO SOBRE O SEMINÁRIO E A UNIFICAÇÃO




sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Crônica

O morro veio nos chamar...



JOÃO PAULO DA SILVA*


Dia e noite, a fúria dos grandes centros urbanos nos persegue como se fosse uma sombra eterna, dando a entender que, por mais que a gente se vire, ela sempre vai estar no nosso encalço. Parece com aquele pesadelo inacabável que insiste em nos interromper o sono, cotidianamente. Um sono que, via de regra, já é sobressaltado. Um sono de quem sabe que não podedormir.


O caos que estourou – mais uma vez – no Rio de Janeiro nestes últimos dias não guarda muitos mistérios. A sombra e o pesadelo da “cidade maravilhosa” revelam-se claros e cruéis, mesmo com os governos e a mídia tentando maquiar o espetáculo. Parafraseando Chico e Tom, o que houve na capital fluminense foi o seguinte: o morro veio nos chamar. Os graves problemas sociais desse país, geradores diretos da violência, deram seu recado. Ou acabamos com a miséria e o desemprego ou a barbárie acaba conosco.


A imprensa falou em guerra de policiais e bandidos. De fato, é uma guerra. Mas uma guerra dos famintos, dos sem emprego, dos sem educação, dos miseráveis. Daqueles que o governo Lula empurra todos os dias para o narcotráfico, porque nas favelas brasileiras o Estado só sobe o morro na forma de chumbo grosso. No meio das balas da polícia corrupta e dos traficantes, estão os trabalhadores, negros e pobres.


Ao que parece, as Olimpíadas do Rio já começaram. E a modalidade preferida pelos governos é o tiro ao alvo. Bastou o circo pegar fogo para Lula e o ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmarem que vão aumentar os investimentos na segurança pública do Rio em 2010. Traduzindo: mais armas, viaturas, helicópteros e pólvora nas favelas. Do jeitinho que os fascistas do Palácio Laranjeiras querem. Para o governador do Estado, Sérgio Cabral, e seu secretário de segurança, José Beltrame, nos morros do Rio de Janeiro, a única linguagem é a das metralhadoras. Dessa forma, chegaremos em 2016 com várias estatísticas impressionantes, dignas de recordes olímpicos. Mas nenhuma delas nos dará orgulho.


(*) É jornalista e escritor.

Detran

Servidores decidem entrar em greve


Os 266 servidores do quadro efetivo do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RN) entram em greve por tempo indeterminado, a partir desta terça-feira, dia 3, em virtude do governo estadual não ter cumprido o acordo feito com a categoria de enviar dois projetos de lei, o primeiro relativo ao plano de carreira do quadro efetivo da autarquia e o segundo sobre a realização de concurso público para a contratação de 260 novos servidores para votação na Assembleia Legislativa.
O presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Indireta do Estado (Sinai), Santino Arruda, disse que os funcionários do Detran começaram a negociar com o governo em março deste ano, por ocasião do encaminhamento das pautas de diversos órgãos da administração indireta: “A pauta mais delicada era a do Detran, porque envolvia a reestruturação dos cargos do seu quadro efetivo de pessoal”.
Arruda disse que quando chegou em julho, pararam os entendimentos com o governo, tanto em relação ao concurso público, como a implementação do plano de carreira. “O projeto de reestruturação garantiria a promoção prevista a cada dois anos em outubro, por uma lei que existe desde 2001”, continuou ele. Segundo Arruda, o plano de carreira minimizava, em parte, as perdas salariais dos servidores do Detran, que pleiteiam uma reposição salarial de 31%, percentual relativo às perdas ocorridas entre 2001 e 2008.
“De fato, o projeto de reestruturação de cargos se encontrava na Casa Civil, mas ficou lá, engavetado”, prosseguiu Arruda. Com relação ao concurso público, o presidente do Sinai explicou que o assunto foi encaminhado à análise da Consultoria Geral do Estado (CGE0 e, atualmente, encontra-se paralisado na Secretaria Estadual de Administração e Recursos Humanos (Searh), “sem perspectiva de que seja realizado ainda este ano”, embora existisse um acordo para que ocorresse no ano passado.
O presidente da Associação dos Servidores do Detran (Astran), João Batista dos Santos, disse que está assegurada à prestação de 30% dos serviços, porque lá existem quase mil pessoas trabalhando, como estagiários, bolsistas, servidores à disposição e relotados, que podem garantir o atendimento aos usuários do Detran.Santos explica que a prestação dos serviços será reduzida e, em alguns casos, poderá ficar “inconcluso”, como nos casos de vistoria de veículos, que tem de passar pela equipe de auditores.
O presidente da Astran disse que não tem uma ideia de quantos usuários passam pelo Detran diariamente, mas pela vistoria, setor onde ele trabalhou, estima que passam mais de 200 veículos por dia. Na habilitação, Santos acredita que passam de 160 a 170 pessoas, em média, por dia. Santino Arruda disse que sem a atuação dos servidores efetivo, praticamente serão paralisados os serviços de nova e renovação de habilitação, bem como transferências de propriedade de veículos.
Fonte: Tribuna do Norte - Publicação: 30 de Outubro de 2009

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Alimentos

Países pobres pagam mais por comida, apesar de baixa no preço
Segundo estudo da ONU, alimentos nos países em desenvolvimento estão 80% mais caros do que há um ano
SYDNEY - Os preços dos alimentos subiram nos países em desenvolvimento, apesar da queda dos preços mundiais causada pela crise econômica global, revelou nesta segunda-feira, 26, na Austrália, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU.
Josette Sheeran, diretora da agência, explicou que a mudança climática elevou os custos dos combustíveis e isto reduziu os salários. "Apesar dos preços terem caído nos mercados globais, nos países em desenvolvimento os preços dos alimentos estão 80% mais altos que há um ano", declarou Sheeran.
Recém-chegada das Filipinas, a diretora da PMA disse que naquele país asiático uma colheita de 1,1 milhão de toneladas de arroz corre o risco de ser perdida por causa dos tufões e ressaltou que atualmente os desastres naturais são mais frequentes e destrutivos que no passado.
No mundo há 1,020 bilhão de pessoas famintas. "Uma em cada seis pessoas no mundo acorda sem saber se poderá comer", disse Sheeran em entrevista coletiva.
A Austrália assinou nesta segunda-feira um acordo com o PMA para doar US$ 130 milhões (84,5 milhões de euros) nos próximos quatro anos para auxiliar na alimentação de crianças em escolas do Sudeste Asiático, África e possivelmente América do Sul.
Fonte: Agência Efe - publicado em 26 de outubro/ jornal O Estado de S. Paulo

Fome

Número de famintos ultrapassou 1 bilhão em 2009, diz ONU


Crise dos alimentos e recessão econômica provocaram maior flagelo da fome registrado em quatro décadas






ROMA - A combinação de crise dos alimentos e recessão econômica mundial fez o número de pessoas com fome ultrapassar a marca de 1 bilhão em 2009, informaram nesta quarta-feira, 14, vários organismos da ONU, confirmando uma sombria previsão.


A Organização para a Agricultura e Alimentação (FAO) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA) disseram que 1,02 bilhões de pessoas - aproximadamente 100 milhões a mais do que no ano passado - sofrem desnutrição em 2009, o número mais elevado em quatro décadas.


"O número crescente de pessoas famintas é intolerável", disse o diretor geral da FAO, Jacques Diouf, na apresentação anual sobre a fome no mundo. "Temos os meios técnicos e econômicos para fazer desaparecer a fome, o que é falta é uma vontade política mais forte para erradicar a fome para sempre", afirmou.

O aumento do número de pessoas famintas não é resultado de más colheitas, mas se deve ao alto preço dos alimentos - particularmente nos países em desenvolvimento -, a salários mais baixos e ao desemprego.

Mesmo antes da recente combinação da crise dos alimentos e recessão, o número de desnutridos tem aumentado de forma sustentável na última década, revertendo os progressos da década de 80 e começo da de 90.

Os países que integram o G-8 prometeram em julho 20 bilhões de dólares em três anos para ajudar as nações pobres a se alimentarem, redirecionando o foco para o desenvolvimento agrícola a longo prazo.Essa decisão gerou algumas preocupações de que a ajuda de emergência em alimentos poderia reduzir-se como resultado.

O PMA arrecadou 5 bilhões de dólares para alimentar os pobres quando a alta dos preços dos alimentos entre 2006 e 2008 deflagrou conflitos em alguns países. Neste ano, a arrecadação foi de 2,9 bilhões de dólares, e o programa teve que reduzir as porções de alimentos ou reduzir suas operações em lugares como Quênia e Bangladesh.

A FAO e o PMA defendem uma abordagem do problema a partir de ambos enfoques, dizendo que o investimento a longo prazo no desenvolvimento da agricultura não deve levar à diminuição das iniciativas de curto prazo para lutar contra a fome por escassez repentina de alimentos.

Fonte: Agência Reuters - publicado em 14 de outubro de 2009

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Fechamento da UBS

Remanejamentos de postos de saúde em Mossoró vão precisar de autorização da Suvisa
Em reunião realizada na tarde de ontem, dia 20, na sala da Promotoria do Ministério Público, os representantes da Prefeitura de Mossoró, do MP e da Regional do Sindsaúde discutiram uma solução para o impasse criado pela tentativa de fechamento das unidades de saúde do município. O saldo da reunião foi um acordo, proposto pela Promotoria, apontando a necessidade da Prefeitura apresentar um alvará sanitário da Subcoordenadoria de Vigilância Sanitária (Suvisa) para poder realizar qualquer transferência de postos de saúde.
De acordo com o documento assinado, a prefeitura deverá enviar um relatório com os remanejamentos que planeja fazer nas unidades de saúde para a Suvisa. Após receber este relatório, a Suvisa fará uma vistoria nas instalações das unidades citadas para autorizar, ou não, as mudanças. O termo ainda prevê que enquanto o processo de autorização não for concluído, a prefeitura não poderá fazer nenhuma mudança na área da saúde.
No encontro, a Gerente Executiva da Saúde, Jacqueline Amaral, reafirmou que os fechamentos de unidades estão sendo feitos por causa dos impactos da crise econômica munidal nas contas do município. Para o diretor regional do Sindsaúde, João Morais, que também esteve na reunião, as razões da prefeitura são incoerentes.
"No dia 1º de agosto, a prefeitura tirou direitos dos trabalhadores, alegando que era pra não mexer na saúde do município. Agora, no dia 1º de outubro, alegando economia para não mexer na folha dos funcionários, vem com essa política de fechar unidades de saúde. Muito interessante tudo isso.", questionou Morais.
O Sindsaúde vai continuar mobilizando os trabalhadores e a população para impedir o fechamento das unidades de saúde no município, como é o caso da UBS do Abolição II. Durante a reunião na Promotoria, compareceram cerca de 80 pessoas, entre trabalhadores do setor e membros da comunidade que será atinginda pela mudança.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Mossoró: saúde em alerta

Comunidade se mobiliza para evitar fechamento de diversas unidades de atendimento à saúde*
Inconformados com a transferência dos principais atendimentos da UBS do Abolição II para a Abolição III e com o desmembramento das especialidades oferecidas no prédio do Ambulatório Materno-Infantil (AMI), que deixará de funcionar no atual endereço, lideranças comunitárias e o Sindisaúde estão mobilizando os moradores para uma manifestação de protesto no próximo dia 14, em frente à praça da igreja Nossa Senhora de Fátima, no Abolição II.

Segundo João Morais Pereira, presidente do Sindisaúde, o movimento conta com a adesão de Irmã Ellen, dirigente do Lar da Criança Pobre, e do pe. Elizeu, que se comprometeu a divulgar e apoiar o movimento. A UBS do Abolição II oferece atualmente diversas especialidades, como odontologia, pediatria, ginecologia, atendimento especializado ao idoso e aos portadores de hanseníase e tuberculose. A transferência dessas especialidades para a UBS do Abolição III vai obrigar os cerca de 2.500 usuários atualmente atendidos no Abolição II a se deslocarem por quase dois quilômetros até a unidade do conjunto vizinho, além de correrem risco na travessia da BR que divide as localidades.
Atualmente, a Unidade de Saúde do Abolição III atende cerca de 1.000 usuários. "Estamos preocupados com a segurança e o desconforto dos pacientes que, com saúde debilitada, ainda vão ter que andar cerca de 20 minutos para chegar ao médico. A maioria não tem condições de pegar um ônibus com frequência. Isso é um desrespeito com a comunidade," afirmou João, ressaltando o caso dos idosos que sofrerão bastante com essa mudança.
*Fonte: Jornal O mossoroense - 09/10/2009

Educação São Gonçalo (RN)

Chapa apoiada pela Conlutas vence eleições da educação em São Gonçalo do Amarante


Na madrugada do último dia 8, quinta-feira, os trabalhadores da educação em São Gonçalo do Amarante (RN) alcançaram uma importante vitória. A Chapa 2 – Oposição na Luta, que disputava contra a atual direção, organizada na Chapa 1 e comandada pela CTB, venceu as eleições do Núcleo do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (SINTE/RN) de São Gonçalo do Amarante. A vitória consolidou o crescimento da oposição na cidade e expressou a vontade de professores e funcionários em combater o governismo da direção da CTB.

A eleição ocorreu durante toda a quarta-feira, dia 7, em dez urnas, sendo duas fixas e oito circulando pelas escolas. A direção do SINTE fez de tudo para atrasar a saída das urnas, dificultando a entrega da diária dos mesários e até escalando motoristas de táxi que não conheciam o roteiro das urnas. Ao todo, foram 578 votos. A Chapa 1 (situação) obteve 174, enquanto a Chapa 2 (Oposição) chegou a marca de 331, alcançando, assim, 70% dos votos. De acordo com a Chapa 2, essa vitória foi uma resposta da categoria contra todo o governismo praticado pela direção do sindicato no últimos anos.

Apoiada pela Conlutas/RN e pelo Núcleo do Sindsaúde de São Gonçalo, a Chapa 2 fez uma campanha bastante politizada, com o objetivo de mobilizar os trabalhadores da educação para enfrentar os ataques do prefeito do município, Jaime Calado (PR), e lutar para arrancar mais conquistas que possam melhorar as condições de vida e trabalho de toda a categoria.

Na opinião de uma das integrantes da Oposição, Socorro Sousa, com esta vitória, o movimento da educação, ao lado do Núcleo do Sindsaúde, terá mais forçar na luta política e econômica contra Jaime Calado e a Câmara Municipal.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Crônica

Mistério
João Paulo da Silva*
É noite. Dois velhos operários conversam num ponto de ônibus. Ainda lembram os estranhos fatos do final dos anos 80. O desaparecimento de um sindicalista. Barba preta, voz rouca, sem o mindinho da mão esquerda. Um mistério.
– Lembra a última vez que ele deu as caras?!
– Lembro. 1989. Também em 94, eu acho. Não tenho certeza. Faz tempo.
– Quase vinte anos. De lá pra cá, nunca mais a gente teve notícia dele.
– É. Se escafedeu. – Lembra o que ele defendia na época? A reforma agrária, por exemplo.
– Claro! Ele dizia: “Nós não vamos fazer reforma agrária, companheiros, nas terras devolutas que querem nos dar na beira das estradas. Nós vamos fazer reforma agrária é na terra dos latifundiários!”.
– Dava gosto ouvir!
– Lembra quando ele falava de não pagar a dívida externa? Romper com o FMI!
– Se lembro! Nada de dinheiro do povo pros banqueiros!
– E nas eleições?! “Trabalhador vota em trabalhador”. Que lema!
– Ali parecia ser um dos nossos. E aquela que ele soltou sobre os patrões terem lucros do século 20 e pagarem salários do século 19?! Que tirada, hein!
– Outros tempos aqueles.
– Tinha também a questão de ser contra as privatizações! E de fazer valer o salário mínimo da constituição!
– Nem me fale! Aquilo sim era política de valorização.
– Lembro dele surgindo nas greves do ABC.
– Por onde será que ele anda hoje, hein?
– Dizem que ele fugiu, morreu, rasgou a própria história. Sei lá.
– Logo ele?!
– Tanto trabalhador confiou no sujeito e ele sumiu assim. E ainda deixou o tal do Luiz Inácio governando, que faz justamente o contrário do que o outro defendia.
– Eu tava pensando aqui: será que esse daí e o outro não são a mesma pessoa? Tô achando muito esquisito esse sumiço.
– Ora, o que é isso?! Seria uma sacanagem com os trabalhadores. Depois de ter confiado numa história de luta a vida inteira, descobrir que ele e o Luiz Inácio são um só seria uma grande decepção. Não, não. Acho que não. Ele deve ter sido raptado por extraterrestres ainda em 89.
– Mas digamos que existisse a possibilidade do Luiz Inácio e ele serem a mesma pessoa.
– Bom, dessa forma, estaríamos diante do maior caso de falsidade ideológica da história desse País.


(*) É jornalista.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Manifesto Comunista em desenho animado

Confiram esse vídeo que traz trechos do Manifesto Comunista, de Marx e Engels, em formato de desenho animado. Bastante didático.


Deu na Imprensa

Prefeitura anuncia que vai fechar Unidade Básica de Saúde do conjunto Abolição II*
O anúncio do fechamento da Unidade Básica de Saúde (UBS) do conjunto Abolição II deixou funcionários e comunidade revoltados. Segundo o presidente do Sindisaúde, João Morais, a Prefeitura de Mossoró anunciou que irá instalar o Ambulatório Materno-Infantil (AMI) onde hoje funciona a UBS, remanejando os servidores para a UBS do Abolição III e outros para o próprio AMI.

"A UBS atende por mês cerca de 1.300 pessoas do bairro, será que a UBS do Abolição III vai suprir essa demanda? É esse o investimento em saúde que a Prefeitura tinha prometido? Fomos informados que o prédio da AMI estava alugado por R$ 22 mil. Por que a Prefeitura não o transferiu para um desses prédios públicos que estão abandonados? Esse prédio do Abolição II não tem estrutura para o AMI", criticou João Morais.

Segundo a representante da Gerência de Saúde , Wandja Lima, que veio fazer o comunicado na manhã de ontem, a mudança de unidades deverá ser feita ainda na primeira quinzena deste mês. "Uma parte dos funcionários continuará na AMI e outra irá para o Abolição III. No AMI será realizada a parte de pré-natal, pediatria e essa parte de oncologia da mulher", disse ela.

Wandja ainda explicou que os moradores serão amparados, pois o atendimento de Estratégia de Saúde Familiar, realizado na unidade do Abolição III, preconiza o trabalho domiciliar e a comunidade será assistida em casa. O vendedor Emanuel Garcia, morador do conjunto habitacional, conta que a população está revoltada com a decisão. "Vai ser péssimo sem a UBS, porque sem um posto de saúde como é que a comunidade vai ficar?", questionou o morador.

Dentista da UBS do Abolição II, Clecivânia Holanda disse que os servidores estão em pânico. "Tem funcionários que trabalham aqui há 20 anos, tem dentista, pré-natal, clínico geral, endocrinologista. Nós desenvolvemos um trabalho aqui e somos felizes com ele e acreditamos que a população também. Fomos pegos de surpresa e ficamos sem saber o que fazer. A população agora vai ter que atravessar a BR para ir ao Abolição III? Essa é a nossa preocupação, por isso nós aguardamos mais esclarecimentos", declarou a funcionária.

Uma das mais indignadas com a situação foi a agente de saúde Iva Bessa, que definiu a situação como 'descaso total'. "Nós conhecemos a população, já trabalhamos com ela. Eu, que trabalho há 10 anos, tenho 65 pacientes hipertensos, além de pacientes com tuberculose e hanseníase. A unidade do Abolição III está sem clínico há mais de um ano; e nossos curativos quem vai fazer? Isso não existe, tudo que estão falando está distorcido. Isso é um descaso", criticou a agente de saúde.

O presidente do Sindisaúde informou que os servidores da UBS farão um ato público hoje, em frente à unidade, para comunicar à comunidade o que está acontecendo.
* Jornal O mossoroense - 02/10/09

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Greve Bancária

Bancários fazem forte mobilização em todo o Brasil

Nesta segunda e terça-feira a greve será ampliada
A greve já soma 4.791 agências fechadas nacionalmente

Em todo o país os bancários foram à luta. Pela primeira vez em anos, de forma unificada, todas as capitais do Brasil pararam no dia 24. A força da greve mostra a enorme indignação da categoria com seu salário e condições de trabalho.

O Movimento Nacional da Oposição Bancária (MNOB) alega que os bancários estão de braços cruzados, porque sabem que o alto lucro de seus patrões, vem do ritmo desenfreado de trabalho, do assédio-moral e do arrocho salarial. Só no último semestre R$ 14 bilhões foram arrancandos dos bancários e do povo com juros e tarifas. Acrescentam ainda que nesse momento seja preciso dar mais um passo, pois a forte adesão da categoria tem que se transformar em maior participação.

Acreditam que somente com a ampliação da greve podem derrotar a ganância dos banqueiros e a vontade do governo de fazer com que os funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal paguem a conta da crise econômica.

A greve, que entra em seu quinto dia hoje, será ampliada. Com a participação da categoria nas assembleias, e na porta dos Bancos para ajudar no convencimento, e aumentar a mobilização e o controle da categoria sobre sua luta.

Estão dispostos a vencer e não aceitar mais uma proposta rebaixada. Por salário, PLR, estabilidade, isonomia e PCS, continuam em greve.

Participar das assembleias é tomar a campanha nas mãos

O MNBO sabe que muitos desconfiam, e com razão, da direção do Sindicato e da Contraf/CUT, que só se propôs a mobilização na última hora, pediu pouco e agora ensaia fazer como nos últimos anos e aceitar mais um acordo rebaixado.

No entanto, sabem que para mudar este script só há um caminho: aumentar a mobilização. É na greve que a categoria terá a chance de alterar os rumos da campanha salarial.

A Oposição Bancária argumenta que o plano da CUT indica em proteção para o governo a todo custo. Nos Correios, onde contou com a inestimável ajuda da CTB (PCdoB), dividiram a greve nacional e aceitaram acordo de dois anos, só porque o Lula pediu, a greve era forte. O acordo só não foi fechado, pois a maioria das bases continua em greve e o Tribunal Superior do Trabalho (TST) julgou a proposta ilegal.

Por este motivo a MNBO ressalta que a tarefa de todos é aumentar a participação e a vigilância sobre os rumos da greve. Aumentar a mobilização para mais agências, e também votar nas assembleias, são as medidas necessárias para vitória da categoria. A começar por tirar o governo debaixo da mesa da Fenaban.

Tirar o governo debaixo da mesa da Fenaban
Assembleias devem exigir negociação com Banco do Brasil e a Caixa já!

O governo Lula, que deu mais de R$ 300 bilhões para empresários e banqueiros por conta da crise econômica, agora não quer dar nada aos trabalhadores.

O MNOB sabe que com o fantástico lucro do Banco do Brasil, Caixa Econômica e a lucrativa fusão da Nossa Caixa, a intenção deles é que os bancários paguem a conta. E para cumprir tal plano, se esconde embaixo da mesa da Fenanban, e diz que só negocia após a negociação única.

A Oposição Bancária acredita que a farsa da mesa única, mostra sua cara, pois só está ajudando o governo a se manter calado sobre a isonomia, o PCS, o fim da lateralidade no Banco do Brasil e mais contratações na Caixa.

O MNOB convida aos bancários a votar nas assembléias de todo o país a exigência da reabertura imediata das negociações específicas e aproveitar as mobilizações nos bancos públicos, para subir o patamar de negociação de toda a categoria.

Foto: Sérgio Koei
Fonte: Portal da Conlutas - www.conlutas.org.br

Golpe em Honduras

Micheletti decreta estado de sítio em Honduras e tensão sobe

Governo de facto de Honduras ameaça expulsar diplomatas se Brasil não definir status de Zelaya em 10 dias
Denise Chrispim Marin
TEGUCIGALPA -O governo de facto decretou estado de sítio de Honduras por 45 dias. A suspensão de garantias constitucionais foi feita por meio de um decreto publicado no diário oficial no último sábado. O texto suspende as liberdades de expressão, de associação e de circulação, proíbe a concessão de habeas-corpus e ordena o fechamento de meios de comunicação "que ofendam a dignidade humana ou atentem contra a lei".

Nesta manhã, o governo de facto de Honduras fechou a Rádio Globo de Tegucigalpa, uma importante emissora oposicionista.

No domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva rejeitou firmemente o ultimato dado pelo governo de facto de Honduras para que o Brasil defina em dez dias o status do presidente deposto Manuel Zelaya, abrigado há oito dias na embaixada do Brasil em Tegucigalpa. "O governo brasileiro não acata o ultimato de um golpista, usurpador de poder", disse Lula, irritado, em entrevista na Ilha de Margarita, durante a reunião de cúpula de 65 países da América do Sul e da África. "Se a ONU ou a OEA (Organização de Estados Americanos) fizerem um pedido ao Brasil, acataremos o pedido deles, mas não o desses senhores."

Em um comunicado, a chancelaria do governo de facto afirmou, no sábado, que seriam tomadas "medidas adicionais conforme o direito internacional" se o ultimato não for atendido. Ontem, o chanceler Carlos López explicou, numa entrevista em Tegucigalpa, que, nesse caso, os diplomatas brasileiros serão expulsos do país. "O prédio que hoje é a embaixada do Brasil passará a ser apenas um escritório", disse López. Ele também anunciou que as embaixadas da Espanha, da Argentina, do México e da Venezuela - que, como o Brasil, retiraram seus embaixadores de Honduras - terão de entregar imediatamente seus emblemas e escudos, o que equivale a uma expulsão.

Deposto e expulso do país no dia 28 de junho, Zelaya refugiou-se na sede da representação brasileira na segunda-feira. Desde então, tem utilizado a embaixada como comitê político, lançando apelos a seus partidários pela "desobediência civil". Segundo Lula, o chanceler Celso Amorim telefonou para a embaixada no sábado e disse a Zelaya que, "se quiser falar com os jornais, fale, mas sem fazer incitação". "Obviamente, se o Zelaya extrapolar, vamos dizer a ele que não é politicamente correto ficar usando a embaixada para fazer incitação a qualquer coisa além do espaço democrático que nós estamos dando para ele", afirmou Lula.
O presidente brasileiro também voltou a definir o status de Zelaya como o de "hóspede", e disse que ele ficará na embaixada "até que a OEA e a ONU decidam o que fazer". Um jornalista perguntou como o Brasil reagiria a uma eventual invasão da embaixada. "(Nesse caso, eles) estarão cometendo uma violação que contraria todas as normas internacionais", respondeu Lula. "O território de uma embaixada é inviolável." Referindo-se ao período da ditadura militar, Lula lembrou que muitos brasileiros, argentinos e uruguaios "foram salvos" porque se refugiaram em embaixadas. "Nem a ditadura do (general chileno Augusto) Pinochet, que foi a mais sangrenta do nosso continente, violou uma embaixada", disse.O assessor especial de Assuntos Internacionais da presidência, Marco Aurélio Garcia, negou a versão, publicada na quinta-feira pelo jornal El Universal, de que o governo brasileiro, e ele em particular, teriam planejado o refúgio de Zelaya no escritório da ONU em Tegucigalpa.
Segundo a versão, Zelaya teria sido levado para a embaixada depois que Chávez vazou a informação sobre sua ida ao escritório, imediatamente cercado pelas forças de segurança hondurenhas. "Não é que não tivemos participação, não tivemos conhecimento", afirmou Garcia ao Estado. "Fiquei sabendo pelo telefone no avião (de Brasília a Nova York, na segunda-feira), pelo meu assessor Marcel Beato. Eu não teria o menor constrangimento de dizer (se isso fosse verdade)."
À pergunta sobre o que achou da declaração de apoio, no sábado, do presidente venezuelano, Hugo Chávez, à sua virtual candidata a presidente, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, Lula respondeu: "Chávez fez um gesto de gentileza. Só lamento que ele não tenha título de eleitor para ir votar na Dilma." Ele negou que se trate de ingerência nos assuntos internos brasileiros.Lula confirmou que em meados de outubro voltará à Venezuela para firmar o acordo de sociedade entre a Petrobrás e a estatal venezuelana do petróleo PDVSA, para a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Fonte: site do jornal O Estado de São Paulo. - www.estadao.com.br