terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O que é o que é?

Continuando a série de textos políticos de formação, entramos hoje no tema "O que é Revolução". Neste artigo, vamos descobrir o que é e como ocorre o processo radical de mudança na sociedade. Boa leitura.

O que é Revolução?

Imagine o fim do mundo. Em sua cabeça agora pipocam cenas do filme “Armagedon”, “2012” ou versículos do Apocalipse. Meteoros, terremotos, guerras e pragas acabam em pouco tempo com tudo o que o homem e a natureza construíram ao longo dos séculos. A vida se extingue na Terra e o planeta gira frio e silencioso no espaço infinito. Imaginou?


Agora imagine o fim do capitalismo. Mais difícil? Nenhuma cena lhe vem à mente? Nenhuma hipótese? Normal. Para a maioria das pessoas é mais fácil imaginar o fim de um planeta inteiro, do que o fim de um sistema social. É como se achássemos que o futebol pode acabar um dia, mas o nosso time favorito – nunca! Como se vê, não faz muito sentido.

A verdade é que o colapso dos sistemas sociais é um fato relativamente comum na história da humanidade e muito mais provável do que a invasão da Terra por alienígenas ou a existência do Godzila. Quando a crise aguda de um sistema social se combina com uma enorme elevação da atividade política das massas, que passam a intervir diretamente no rumo dos eventos históricos, estamos diante de uma revolução social.

As revoluções ocorrem porque as classes sociais não se aposentam. A burguesia não pode ser pacificamente convencida a ceder o seu lugar de classe dominante aos trabalhadores. Também não pode ser expulsa lentamente do poder com a eleição de cada vez mais e mais operários aos cargos públicos. Ela só deixará a cena histórica à força. Dessa maneira, a revolução não é “uma das vias possíveis” para o socialismo. É a única existente.

Toda revolução é impossível...

O senso comum nos ensina que a revolução é impossível porque as pessoas são acomodadas e passivas. Esse argumento tem bastante força. O revolucionário convicto tenta responder, mas olha ao seu redor e não vê nem traço da tal revolução...


De fato, a psicologia humana é bastante conservadora. Ninguém ama a luta e o enfrentamento. Ninguém gosta de arriscar seu emprego em greves e paralisações que não têm nenhuma garantia de vitória. Ninguém quer trocar o presente certo pelo futuro duvidoso.

E, no entanto, dizemos que justamente essa mentalidade passiva e acomodada é a razão mais profunda de todas as revoluções que ocorreram até hoje. Podemos afirmar, sem medo de errar, que as revoluções acontecem não porque as pessoas sejam rebeldes, mas ao contrário: porque são conservadoras.


… até que se torna inevitável!
O conservadorismo e a passividade dos trabalhadores fazem com que a sociedade acumule contradições ao longo do tempo. Os problemas vão se agravando lentamente e nunca se resolvem. A população suporta o máximo que pode sem reagir. Os políticos moderados, que prometem paz e tranquilidade, quase sempre ganham as eleições. Os burocratas, que odeiam as greves e só sabem dizer “sim” à patronal, controlam o movimento sindical sem maiores turbulências. Os líderes traidores são os mais prestigiados.


Mas qualquer mecânico sabe que quanto mais pressionada uma mola, mais energia ela contém e quem a pressiona precisa ter muito cuidado para que ela não voe em seu rosto de repente. Assim, esmagando-se o proletariado durante anos e anos, chega-se a um ponto em que tudo vai pelos ares. De um dia para o outro, as massas despertam para a vida política e saem às ruas para tentar resolver, o mais rápido possível, todos os problemas acumulados durante décadas de passividade. Numa situação dessas, diante de tanto tempo perdido, é inevitável que recorram a ações radicalizadas e a métodos revolucionários. Essa brusca mudança no ritmo de atividade política das massas permanece incompreensível para a burguesia e seus analistas, que atribuem a radicalização do conflito à ação de “infiltrados” e “demagogos”.


É uma contradição: se as massas fossem sempre rebeldes, as revoluções simplesmente não aconteceriam porque a sociedade resolveria os seus problemas na mesma medida em que eles surgem. A energia não se acumularia. A “válvula de escape” estaria sempre aberta, liberando pressão social e garantindo a estabilidade da nação. A história avançaria lenta e pacificamente, sem saltos ou rupturas. Mas o conservadorismo das pessoas faz com que elas adiem a resolução de seus problemas até um ponto em que a vida torna-se insuportável e a revolução, a única saída.

Consciência e correlação de forças
Seria falso, no entanto, dizer que as revoluções acontecem apenas porque a vida torna-se insuportável. Para que uma revolução ocorra, é preciso que haja também uma profunda mudança na psicologia das classes. Mais precisamente: na forma como cada classe enxerga a si mesma e as outras.


Todo o dirigente operário sabe que antes de entrar em uma greve os trabalhadores querem saber se há mesmo condições de vencer. O outro turno vai parar? O que diz a patronal? É verdade que a polícia invadiu a outra planta? A federação pelega vem junto? Os trabalhadores querem saber com que forças podem contar, qual o objetivo preciso da luta e se a direção do sindicato está segura de si ou, ao contrário, vacilante. Assim raciocinam os trabalhadores diante das greves. Nas revoluções não é diferente.

Graças à ideologia dominante, as massas tendem a acreditar muito mais na força de seus opressores do que nas suas próprias. Para que uma revolução ocorra, é preciso que isso mude e que os trabalhadores passem a enxergar a possibilidade de vitória. Por outro lado, a burguesia, sempre decidida e coesa, precisa estar em crise, dividida, acoada, amedrontada por sua própria impotência. Junto com isso é preciso que as classes médias e os pequenos proprietários, que sempre seguiram a burguesia, olhem com simpatia para o proletariado e suas organizações, ou ao menos se mantenham neutros no conflito. O que provoca todas essas mudanças na consciência das classes é a situação objetiva: a crise econômica, social e política.


Por último, o medo e a divisão da burguesia precisam contaminar as forças armadas, principal pilar de qualquer Estado. Assim, os órgãos repressivos também se dividirão e não serão capazes de deter a marcha do movimento de massas. Ou seja, é preciso que se inverta a correlação de forças entre as classes a favor do proletariado. As classes precisam trocar de papel, como naqueles filmes em que as pessoas trocam de consciência e passam a pensar uma com a cabeça da outra. Toda essa complexa combinação de fatores pode ser bastante rara, mas não é de nenhum modo impossível. De tempos em tempos ela ocorre. Toda a história o demonstra.


Liderança e organização
O senso comum nos ensina que a revolução é impossível porque não há um líder. Essa afirmação é parcialmente verdadeira e, portanto, parcialmente falsa.


Para o bem ou para o mal, a história demonstra que as explosões revolucionárias acontecem mesmo sem a existência de uma liderança central. Aliás, esse tem sido o grande problema das revoluções: as massas saem às ruas, derrotam exércitos, derrubam regimes e governos, mas não conseguem encontrar uma saída para a situação. A energia revolucionária se dispersa como o vapor saindo de uma panela de pressão mal vedada.


A liderança e a organização são necessárias não para a existência da revolução, mas para que ela seja vitoriosa. Ora, o que é um líder? É aquele que aponta um caminho, que organiza as forças e estabelece os objetivos do combate, que reúne as tropas após a batalha e resume as lições de cada luta. É evidente que as massas precisam disso para vencer.


Toda revolução cria milhões de pequenos líderes que cumprem essas tarefas. Eles surgem naturalmente em cada bairro, fábrica e escola e conduzem as massas em suas ações cotidianas. Mas as redes horizontais não bastam. A revolução não acontece no facebook ou no orkut. Ela precisa de uma estrutura vertical, que organize o proletariado em todo o país e seja capaz de, uma vez derrubada a ordem vigente, estabelecer o seu próprio governo em todo o território nacional. Chamamos essas estruturas de organizações de duplo poder, pois elas rivalizam com o Estado burguês, disputando com ele o controle da sociedade.

Ao longo da história, essas organizações surgiram em praticamente todas as revoluções e receberam distintos nomes: soviets ou conselhos na Rússia de 1917, cordões industriais no Chile dos anos 1970, comitês de fábrica na Alemanha dos anos 1920 etc. A crise do Estado burguês e a autoridade dessas organizações perante as massas fazem com que elas se tornem verdadeiros “Estados paralelos”, emitindo ordens, controlando parte da economia, criando milícias armadas etc. A burguesia vê tudo isso, reclama, esperneia, mas nada consegue fazer. A tomada do poder pelo proletariado deixa de ser um sonho distante e torna-se assim uma tarefa possível e urgente.

Mas tudo isso não basta. É preciso que à frente dessas organizações estejam líderes conscientes, que tenham clareza dos objetivos, que saibam onde querem chegar e por que meios, que saibam propor às massas as tarefas mais adequadas para cada momento. Em outras palavras, é preciso que as organizações de duplo poder sejam dirigidas por um partido revolucionário, disciplinado e combativo, democrático e operário. Todo o heroísmo e a melhor organização do mundo não são nada sem um programa.


Revolução e violência
O senso comum nos ensina que a revolução é ruim porque derrama sangue. Esse argumento soa estranho, sobretudo se olharmos para as favelas do Rio de Janeiro, por exemplo, que não vivem nenhuma revolução, mas onde o sangue dos trabalhadores é derramado todos os dias pelo caveirão, pela milícia e pelos traficantes.


Mas a verdade é que a resposta a esse argumento é: depende. Os revolucionários não são amantes da violência, assim como os operários não organizam piquetes nas greves porque gostam de bater em seus colegas. É uma necessidade da luta.


Não podemos prometer uma revolução “bonita”, “de veludo” ou qualquer outro adjetivo fofo. O proletariado não tem bons modos, talvez porque a burguesia nunca o tenha ensinado. O que podemos dizer é que quanto mais massivo for o apoio à revolução, menos sangue ela derramará. Durante a tomada do poder pelos bolcheviques na Rússia em 1917 morreram sete pessoas, a maioria atropelada acidentalmente pelos blindados que patrulhavam as ruas da capital. A burguesia simplesmente se escondeu. Já na Guerra Civil, organizada pelo imperialismo para derrotar a república soviética, morreram milhões. Quem exerceu a violência foi a contra-revolução, não o proletariado.


Vitória e derrota
A tomada do poder pelo proletariado não encerra a revolução. Ao contrário. As massas tomam o poder porque chegam à conclusão de que sem ele não conseguirão resolver seus problemas mais elementares: comida, paz, terra, liberdade etc. Dessa forma, a instauração do poder operário abre uma nova etapa no processo revolucionário: a etapa das medidas revolucionárias, da ditadura do proletariado. Nessa etapa, as massas se enfrentarão com todo o tipo de inimigo e adotarão todas as medidas necessárias à vitória: a expropriação da burguesia, a planificação econômica, a resistência armada etc.


Assim, para triunfar definitivamente, a revolução precisa se aprofundar dentro do país e se expandir para fora dele, rompendo o cerco imperialista. A sobrevivência da revolução depende de sua capacidade de contaminar outros territórios, em primeiro lugar os países imperialistas mais importantes. Somente assim é possível atar as mãos e os pés do imperialismo e evitar o contra-ataque. Como no futebol, “quem não faz, leva”. A revolução não admite retranca. Qualquer tentativa de “convivência pacífica” com o imperialismo significará a morte lenta da nação proletária. A revolução será internacional ou será derrotada.


Revolução e futuro
A burguesia prefere ver o fim do mundo do que o fim do capitalismo. Talvez porque entenda corretamente que o fim do capitalismo será para ela o fim do seu mundo. Mas só para ela. Para o proletariado, ao contrário, o triunfo da revolução será apenas um novo começo, significará o término da pré-história do homem e o início da verdadeira história da humanidade.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Nacional

O que nos espera no governo Dilma?

Formação do novo governo e declarações de ministros apontam o pior: ajuste fiscal seguido de reformas contras os trabalhadores


Imagine a seguinte cena: um candidato qualquer à presidência da República em seu programa eleitoral na TV. Começa o discurso lamentando as condições externas não serem tão favoráveis quanto foram nos anos anteriores. Avisa sobre o perigo da inflação, que já ultrapassa as metas do governo e do rombo nas contas da Previdência. Promete então um duro corte nos gastos públicos, um reajuste minúsculo para o salário mínimo e, de quebra, uma redução no valor pago pelos empresários ao INSS dos empregados. Por fim recomenda “mão pesada” nas contas do governo.

Claro que nenhum candidato diria uma coisa dessas. Mas é justamente o que o governo vem anunciando nos últimos dias, há apenas poucas semanas após as eleições, quando sua candidata, Dilma Roussef, prometia o céu na Terra. Fechadas as urnas e contabilizados os votos, o governo pôde tirar a máscara e mostrar claramente sua política econômica para o próximo período. E ela será exatamente o que anunciou à imprensa o ministro da Fazenda Guido Mantega, que deve permanecer no cargo no próximo mandato, “mão pesada” nos gastos públicos, leia-se, no Orçamento incluindo áreas como Saúde, Educação e Previdência pública.

Durante o auge da crise econômica mundial, no final de 2008, e seus reflexos quase imediatos no Brasil, o governo Lula pôs em prática uma política de ajudas, financiamentos públicos às empresas e isenções de impostos. Poderia ter decretado a proibição das demissões, estatizando as empresas que insistissem em demitir, e reduzido a jornada de trabalho como forma de abrir novos postos. Mas, ao invés de ter uma política voltada aos trabalhadores, preferiu garantir os lucros dos banqueiros e empresários, à custa do dinheiro público. Agora, com a fatura sendo despachada, a depender do futuro governo serão novamente os trabalhadores que pagarão a conta de uma crise que se aproxima.

Crise na Europa
Se tem algo que o governo está certo, é quando diz que a situação internacional não será tão favorável nos próximos anos. Se o governo Lula pôde surfar a onda do crescimento econômico mundial, que aumentou a demanda por commodities (matérias-primas básicas) e possibilitou acumular superávits (ou “lucros” com o mercado externo), agora a situação é outra. Nos EUA, que foi o trem que puxou o resto da economia mundial, a crise está longe de terminar e faz uma legião de 15 milhões de desempregados em todo o país.

Mas é na Europa que a crise se mostra cada vez mais dramática. A série de isenções de impostos e ajuda aos banqueiros e empresários cobram agora seu preço, revelando os enormes rombos nos orçamentos públicos. A bola da vez deste final de ano é a Irlanda, que gastou o equivalente a 32% de seu PIB para salvar os bancos. A Grécia, por sua vez, reaparece com um rombo maior ainda. Em praticamente todos os países, os governos impõem brutais cortes nos investimentos, atingindo a Educação e praticamente todas as áreas sociais. Na Inglaterra, os restos do Estado de Bem-Estar Social estão sendo destruídos, terminando o trabalho iniciado pelo governo Tatcher há 30 anos.

Mas o que isso tem a ver com o Brasil? No campo de um mercado globalizado e, pior, com uma economia dominada pelas empresas multinacionais e investidores estrangeiros, como a nossa, é inevitável que essa crise chegue por aqui. Só para se ter uma ideia, a Europa compra 21% das matérias-primas que o Brasil exporta. Cerca de 10% da capital bancário no país é espanhol, e os bancos da Espanha estão ligados aos países quebrados. E tudo isso representa, além da redução nas exportações, mais repasses de lucros das filiais bancárias para a matriz, como ocorre no Santander.

Concluindo o cenário sombrio para o próximo ano, o próprio governo prevê um rombo de 50 bilhões de dólares com o mercado externo em 2011. Ou seja, o país vai ficar 50 bi mais pobre no próximo ano.

O time do ajuste fiscal
Além da situação externa, a formação da equipe econômica do governo Dilma já adianta o que virá a seguir. O segundo posto mais importante da República, a Casa Civil, só abaixo do presidente, estará a cargo de Antônio Palocci Filho. O petista é considerado o homem dos banqueiros do partido. Para quem não se lembra, foi Palocci quem, logo no início do governo Lula em 2003, mais bancou a política de ajuste fiscal e juros altos.

Pouco antes de ser cassado por corrupção e quando ainda era ministro, Palocci tentava emplacar a ideia do chamado “déficit nominal zero”. Um duro ajuste fiscal para reduzir os gastos públicos, a fim de que, mesmo com o pagamento de R$ 185 bilhões de juros da dívida pública aos banqueiros por ano, o governo não tenha déficit, ou seja, prejuízo. Hoje, o governo só tem superávit se não é considerada essa conta dos juros, caso contrário o déficit chega a 2% ou 3%.

Para completar o time do ajuste fiscal estão Miriam Belchior no Ministério do Planejamento e Alexandre Tombini no Banco Central, dois nomes desconhecidos pela população, mas que já estão no governo hoje. Ou seja, comprometidos com a manutenção da atual política econômica.

Preparar a resistência
Para o início do governo Dilma, o ministro Guido Mantega já anunciou um corte de R$ 20 bilhões logo de cara. Já se fala, porém, em cortes da ordem de R$ 45 bilhões dos gastos públicos correntes, ou seja, em gastos com salários e manutenção de serviços públicos.

Além disso, em meio à campanha eleitoral, o jornal carioca O Globo divulgou que a atual equipe econômica já estaria formulando uma nova reforma da Previdência para o próximo mandato. Na época, Dilma negou a informação, mas nos últimos dias o atual ministro do Planejamento e futuro dono das Comunicações, Paulo Bernardo, vem insistindo na necessidade da reforma. “Fatalmente vamos ter de discutir regras novas. Um bom ponto de partida seria tentar uma reforma que signifique uma mudança importante para quem vai entrar no mercado”, afirmou à revista Brasil Atual, ligada à CUT.

A reforma da Previdência do setor público em 2003, feita por Lula logo no início do mandato, pegou muitos de surpresa. Para a grande maioria da população, o novo governo gerava tremendas expectativas. Grande parte da esquerda, por sua vez, não acreditava que o governo Lula começaria com um ataque tão grande. Desta vez, porém, não faltam avisos.

Cabe aos trabalhadores e suas organizações prepararem desde já a resistência a esses ataques, a exemplo da reunião que ocorreu em 25 de novembro em Brasília com a presença da CSP-Conlutas e dezenas de entidades sindicais e de movimentos populares, que aprovou a formação de um espaço para a organização de jornadas de lutas já para o primeiro semestre de 2011. Uma nova reunião acontece em 27 de janeiro, também em Brasília.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Eleições - Sindsaúde/RN Mossoró

CHAPA 1 É ELEITA COM 65% DOS VOTOS

A maioria dos trabalhadores decidiu. A Chapa 1 - Avançar na Luta - foi eleita a nova direção do Sindsaúde/RN Regional de Mossoró com 65% dos votos. O resultado foi divulgado pela Comissão Eleitoral ainda na noite de 16 de dezembro, último dia de votação. A chapa vencedora, que é ligada à CSP - Conlutas, recebeu 905 votos (65%) contra 450 (32%) do grupo derrotado. Brancos e nulos somaram 3%. Ao todo, foram registrados 1389 votantes.

Das 13 urnas existentes, a Chapa 1 venceu em 9, incluindo as dos Hospitais Tarcísio Maia (278 votos contra 91), Rafael Fernandes (70 contra 27) e a da sede do sindicato (90 contra 6). Em outras três urnas, houve largas vitórias, como no caso das do Abolição II, III e IV (88 votos contra 10), do Vinght Rosado I e II (55 contra 1) e do INOCOOP (31 contra 1).


Para a nova direção do Sindsaúde Mossoró, que terá uma renovação de 70%, essa vitória representa o respaldo da categoria e a continuidade de um projeto político de luta, independente dos governos e democrático. “Não podíamos deixar o sindicato retroceder na luta nem na democracia para os trabalhadores. Nossa vitória mostra que a base quer continuar com a política correta.”, disse Nadjane Silva, agente de saúde e diretora eleita.

Para o coordenador João Morais, os trabalhadores reconheceram a luta da direção. “É o reconhecimento do trabalho da direção e a certeza de que vamos avançar cada vez mais na luta.”, destacou. “Agora temos que nos preparar para os ataques dos governos Dilma, Rosalba e Fafá em 2011, que virão juntos com a crise econômica e a nova reforma da previdência, que vai impedir a aposentadoria.”, alertou João Morais.

Depois do resultado da vitória, a Chapa 1 foi fazer sua comemoração. Entre apoiadores e novos diretores, o canto era um só: “Para manter democracia, é chapa 1 diretoria.”.

Eleições - Sindsaúde/RN Mossoró

DEMOCRACIA MARCOU PROCESSO

No Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), maior colégio eleitoral da Regional Mossoró, o comparecimento dos servidores às urnas foi bem avaliado pelos mesários. Nilvan Rodrigues, mesário da Chapa 2, confirmou tranquilidade e democracia das eleições. "Não houve problemas por aqui, tudo ocorreu normal, com democracia e participação dos trabalhadores.", reconheceu Nilvan.

O mesário da Chapa 1, Wilson Silva, teve a mesma opinião. "O processo transcorreu com lisura e com um forte comparecimento dos trabalhadores. Houve um bom número de votos nas duas urnas.”, comentou.


Servidores reconhecem democracia
No Hospital Rafael Fernandes, a secretária de serviço social Catarina Rodrigues ressaltou a importância de uma eleição democrática. "Esse processo democrático é muito importante para fortalecer o sindicato, pois quando a gente precisa de alguma coisa a gente procura o Sindsaúde. Afinal, sindicato é pra lutar pelo trabalhador, pelos nossos direitos.", enfatizou a servidora.

A enfermeira Ivanice de Oliveira, do Hospital Tarcísio Maia, confirmou o que muitos outros servidores reconheceram. "Eu acho que ter uma eleição democrática é muito importante porque é este sindicato que a gente procura para resolver nossos problemas.", disse.

Eleições - Sindsaúde/RN Mossoró

Comissão garantiu coleta de votos

O bom trabalho da Comissão Eleitoral foi desempenhado pelos servidores Ciro Ney de Moura, José Paixão e Maurício Rodrigues. Com dedicação e responsabilidade os três garantiram a organização e lisura do processo eleitoral.


O Presidente da Comissão Eleitoral, Ciro Ney de Moura, afirmou que as eleições aconteceram conforme o planejado. “A Comissão se empenhou em garantir as condições para que tudo saísse como programamos e os trabalhadores pudessem votar.”, afirmou. “Nosso trabalho era garantir a coleta da maioria dos votos.”, destacou. A instalação da 2ª urna no HRTM foi um bom exemplo disso.

Eleições - Sindsaúde/RN Mossoró

Funcionárias contribuíram; advogado elogiou eleição

O advogado da Regional Mossoró, Dr. Josimar Nogueira, elogiou a lisura das eleições do sindicato. “Faço elogios à Comissão que trabalhou de forma isenta e buscando a participação da maioria dos associados. Quanto ao processo eleitoral, penso que fortalece e legitima aqueles que representam os trabalhadores.”, afirmou.

Vera Pinheiro, responsável pela limpeza e organização do sindicato, foi essencial durante as eleições, mantendo a sede do sindicato limpa e organizada, mesmo com a grande movimentação dos dois dias. “Acho que contribuí para tudo isso, dei o melhor para que tudo ficasse em ordem. Acho que ajudei os sócios e o processo. Estou feliz.”, contou.

A secretária Mara Crystina trabalhou dobrado para ajudar nas eleições. “Foi um período de muita correria para garantir a organização do sindicato, mas no fim deu tudo certo”, disse Mara.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O que é o que é?

Dando continuidade à série de textos políticos de formação, entramos agora no tema "O que é Socialismo?". Neste artigo, vamos descobrir o que propõe e como funciona uma economia sem propriedade privada e sem patrões. Boa leitura.

O que é Socialismo?

Está no Youtube para quem quiser assistir. Ana Maria Braga, apresentadora da Rede Globo, pergunta a Petkovic, atacante do Flamengo, sobre a Iugoslávia: “Como foi nascer num país com tantas dificuldades?”. Petkovic: “Quando eu nasci não tinha dificuldade nenhuma. Era um país-maravilha, vivíamos num regime socialista, todo mundo bem, todo mundo trabalhando, tinham salário. Os problemas aconteceram depois dos anos 1980”.

A câmera corta de repente o entrevistado e volta para Ana Maria Braga, completamente perdida diante da inesperada declaração de apoio ao socialismo, feita ao vivo para todo o Brasil por um ídolo do esporte.

Sejamos claros: apesar das inúmeras conquistas sociais, fruto da expropriação da burguesia em 1945, a antiga Iugoslávia não era um país-maravilha. Os conflitos sangrentos dos anos 1990 não surgiram do nada. Foram preparados pela burocracia dirigente com décadas de divisão e isolamento de um dos países mais pobres da Europa.

Mas a declaração de Petkovic nos ensina algo importante: o ideal socialista, apesar de todas as mentiras e injúrias sofridas, vive e pulsa no coração de milhões. Vez por outra ele se anuncia, em palavras ou em atos, de indivíduos ou de multidões, consciente ou inconscientemente.

O socialismo é um tipo de sociedade
A ideia de construir uma sociedade sem classes sociais ou exploração existe há centenas de anos. Mas foi somente na metade do século 19 que o projeto socialista recebeu um embasamento científico na obra dos filósofos alemães Karl Marx e Friedrich Engels. Antes deles, o socialismo não passava de um sonho bem intencionado, de uma ideia romântica e confusa.

Estudando o funcionamento da sociedade capitalista, Marx e Engels perceberam que a origem da desigualdade estava na propriedade privada dos meios de produção: fábricas, terras, instrumentos e matérias-primas. Era o que permitia a uma ínfima minoria explorar a imensa maioria. Concluíram daí que a construção do socialismo passaria pela abolição da propriedade privada e a socialização de toda a riqueza existente, o que por sua vez exigiria uma revolução violenta, já que a burguesia não cederia sua posição de classe dominante sem resistência. Por último, consideravam que apenas o proletariado, por sua condição de classe explorada, numericamente predominante e destituída de qualquer propriedade, seria capaz de realizar essa revolução.

Socialismo: um sistema racional e ordenado
No capitalismo cada burguês produz o que quer e quanto quer. A economia capitalista não se submete a qualquer controle social. O único elemento regulador é o mercado. Se as mercadorias forem vendidas, ótimo. Se não, elas serão destruídas ou apodrecerão, a empresa entrará em crise, fechará suas portas e demitirá seus funcionários. Ao mesmo tempo em que desperdiçam uma enorme quantidade de trabalho e riquezas em produções inúteis, os capitalistas deixam de produzir itens fundamentais para a sociedade, simplesmente porque dão pouco ou nenhum lucro. Assim, na sociedade capitalista sobram carros, mas faltam trens; sobram prédios de luxo, mas faltam casas populares; sobra tecnologia militar, mas faltam aparelhos médicos dos mais simples. O capitalismo é o império do caos e da desordem a serviço do lucro.



No socialismo isso não acontece. O proletariado, que se torna a classe dominante graças à expropriação da burguesia, controla racionalmente a produção e o consumo de acordo com as necessidades da população e a capacidade da economia. É o que chamamos planificação econômica.

Utilização racional dos recursos naturais disponíveis, produção em base a um plano discutido em toda a sociedade, obrigação de todos os cidadãos de contribuírem com sua parte no trabalho global, remuneração proporcional ao trabalho realizado, vigilância permanente por parte dos trabalhadores sobre a elaboração e o cumprimento deste plano: tais são as ideias simples e fundamentais do socialismo na esfera econômica. Que contraste com a caricatura maliciosa pintada pela burguesia de que o socialismo seria uma sociedade caótica, sem regras nem governo, sem leis nem obrigações, onde cada um faz o que quer!

O socialismo só pode ser mundial
A força do capitalismo está no caráter mundial da economia. Ao produzir mundialmente, a burguesia se utiliza das melhores e mais abundantes fontes de matéria-prima em cada país. Isso torna a produção barata e eficaz.

O socialismo, que pretende ser uma sociedade superior ao capitalismo, deve utilizar todas as conquistas da velha sociedade de classes, em primeiro lugar, o caráter mundial da produção.

O capitalismo é, portanto, o ponto de partida, o nível mínimo do qual o socialismo deve começar para libertar a humanidade da opressão e da exploração.

Não se pode falar em uma sociedade socialista que não seja mais rica, mais livre e mais desenvolvida do que a capitalista. Não se pode falar em socialismo que não seja mundial.

O fim do imperialismo
Não é possível a vitória do socialismo enquanto a burguesia existir mundialmente, enquanto o imperialismo, armado até os dentes, controlar a maioria dos países. Tal situação levaria ao isolamento da nação proletária e à restauração do capitalismo, como aconteceu na União Soviética.


O triunfo do socialismo sobre o capitalismo em todo o mundo não tem nada a ver com uma competição econômica entre os dois sistemas. A derrota do capitalismo é um processo político, revolucionário. Significa a derrubada violenta da burguesia e a instauração de regimes proletários nos países imperialistas mais importantes. Só assim o imperialismo pode ter um fim.

A ditadura do proletariado
O socialismo exige também uma forma política, um tipo de Estado. No capitalismo, o Estado tem um caráter de classe. É um aparato jurídico-militar que busca defender a propriedade privada e o domínio do capital. É, portanto, uma ditadura da burguesia sobre o proletariado.


No socialismo, o Estado também tem um caráter de classe, mas seu conteúdo é oposto ao do Estado burguês: torna-se, pela primeira vez na história, um Estado da ampla maioria explorada contra a ínfima minoria exploradora ou privilegiada. É o que chamamos de ditadura do proletariado.

A ditadura do proletariado tem como função preservar a propriedade social dos meios de produção, evitar a volta do capitalismo e combater a ganância de indivíduos aproveitadores e grupos privilegiados que ainda existam depois da expropriação da burguesia. E o mais importante: é o instrumento de defesa da nação proletária contra o que sobrar do imperialismo e da burguesia mundial.


Democracia para os trabalhadores
O socialismo exige uma participação ativa e permanente das grandes massas na vida econômica, política e cultural do país. Por isso, a ditadura do proletariado é um regime muito mais democrático do que a democracia burguesa. A democracia burguesa se baseia no voto a cada quatro anos, na independência dos eleitos em relação aos eleitores, na separação dos poderes e na repressão massiva ou seletiva em caso de necessidade.


A ditadura do proletariado se baseia na lógica inversa: na substituição do congresso burguês por uma rede de conselhos operários, cujos membros são escolhidos nos locais de trabalho e moradia, com mandatos revogáveis a qualquer momento. Esses conselhos unificam os três poderes que hoje estão separados: são órgãos ao mesmo tempo executivos, legislativos e de justiça, controlados pela população, e onde a remuneração não ultrapassa o salário de um operário qualificado.


Esses conselhos operários, organizados sob o princípio do pluripartidarismo e abertos a todos os trabalhadores, são a base fundamental do Estado socialista, da ditadura do proletariado.

O socialismo é uma ponte para o comunismo
Como se vê, o socialismo é uma sociedade onde, apesar do fim da exploração, ainda persistem elementos de desigualdade, herdados do passado capitalista. Mais do que isso, o socialismo não é uma sociedade completamente livre, uma vez que os homens ainda estão presos à rotina do trabalho e o Estado segue sendo uma fonte de autoridade e poder. Em uma palavra, o socialismo não é o objetivo final, mas apenas uma fase do desenvolvimento histórico da humanidade rumo à sua libertação.


A verdadeira libertação da humanidade só poderá ocorrer quando a alta produtividade do trabalho tenha eliminado por completo a desigualdade social e oferecido a todos as condições para o pleno desenvolvimento de suas aptidões físicas e intelectuais; quando o trabalho tiver se tornado uma atividade livre e ocupe, pelo seu alto rendimento, umas poucas horas do dia de cada um. Quando isso ocorrer, o socialismo terá sido superado por uma nova sociedade, ainda mais rica e livre: o comunismo. Todo operário da construção civil sabe que não se pode construir um prédio sem andaimes. Mas sabe também que, ao final da obra, os andaimes devem ser retirados, sob pena de danificarem a construção. A ditadura do proletariado é o andaime que utilizamos para construir a sociedade comunista.

Terminada a obra de edificação comunista, tendo os homens se reeducado completamente segundo novos princípios de igualdade, solidariedade e fraternidade, os andaimes da ditadura proletária deverão ser retirados: as leis escritas deverão ser abolidas, restando como forma de controle social apenas a opinião pública; todo e qualquer aparato repressivo deverá ser dissolvido, dando lugar à autovigilância coletiva; os partidos políticos perderão sua função e deixarão de existir.

O Estado socialista murchará como uma carcaça inútil. Do aparato estatal restarão apenas as funções técnicas, contábeis, científicas e culturais, mas exercidas agora diretamente pela população livre, da mesma maneira que uma família civilizada divide tarefas entre si e conduz a vida doméstica sem maiores conflitos.

Petkovic não imagina o quanto a Iugoslávia estava longe do socialismo. Mas não repreendemos o atacante por seu otimismo. Frente à barbárie capitalista, qualquer país que tenha resolvido minimamente seus problemas sociais aparece aos olhos de seus cidadãos como um “país-maravilha”.


Da mesma maneira, a humanidade não imagina a grandeza e o potencial que ela guarda em seu próprio seio, que o capitalismo esmaga, e que só o socialismo é capaz de revelar.

Artigo

São todos 'Tiriricas'

Clovis Rossi, Folha de S. Paulo

O levantamento dessa excelente repórter que é Érica Fraga destroça o único suposto argumento para justificar o obsceno aumento para congressistas aprovado nesta semana. Ganhavam pouco, diziam.

Talvez até ganhassem, mas o aumento aprovado é tão desproporcional que passaram a ganhar mais do que congressistas de todos os países relevantes. Quinze por cento mais, por exemplo, do que nos Estados Unidos, que têm uma economia 12 vezes maior.

O "argumento" de que ganham pouco vem acompanhado de um raciocínio estapafúrdio, o de que, ganhando bem, não precisariam roubar. Se fosse verdade, o escroque-financista norte-americano Bernard Madoff não estaria preso.

A obscenidade fica ainda mais revoltante porque revela características indeléveis do ser brasileiro. Não por acaso, é no Brasil que se dá a maior diferença entre o salário do congressista e a renda média da população (20 vezes praticamente, contra 4,4 vezes na Argentina, para ficar apenas na vizinhança).

Ou seja, suas excelências fazem questão de reproduzir entre eles e os que deveriam representar a mesma distância que existe no conjunto do país, obscenamente desigual, por mais que o lulo-petismo se esforce para vender uma lenda, a da queda da desigualdade.

A velocidade supersônica com que aprovaram o autoaumento de cerca de R$ 10 mil contrasta brutalmente com as letárgicas discussões em torno de um reajuste de R$ 10 (e não de R$ 10 mil) para o salário mínimo.

Ainda bem que o Tiririca foi eleito. Ele não tem pudor em festejar a feliz coincidência entre sua primeira visita à Câmara dos Deputados e a aprovação do aumento. Pior: nem para dizer que nós é que somos os palhaços. Ninguém que aprovou o aumento usurpou o cargo. Foram todos eleitos pelos "tiriricas" cá de baixo. Bem feito.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Democracia

Eleições Sindsaúde/RN Mossoró: Chapa 1 vence com 65% dos votos

A maioria venceu. A Chapa 1 - Avançar na Luta foi eleita, com 65% dos votos, a nova direção do Sindsaúde/RN Regional de Mossoró. A chapa vencedora recebeu 905 votos (65%) contra 450 (32%) do grupo derrotado. Ao todo, foram registrados 1389 votantes, dos quais 12 votaram em branco e 22 anularam o voto. Juntos, brancos e nulos somaram 3%. Das 13 urnas da eleição, a Chapa 1 venceu em 9, incluindo as dos Hospitais Tarcísio Maia (278 votos contra 91), Rafael Fernandes (70 contra 27) e a da sede do sindicato (90 contra 6). Em duas urnas, houve largas vitórias, como na 12 (55 votos contra 1) e 13 (33 contra 1).

Para a nova direção do Sindsaúde Mossoró, que terá uma renovação de 70%, essa vitória representa a continuidade de um projeto político de luta, independente dos governos e democrático.

Democracia

Eleições Sindsaúde/RN Mossoró: começa apuração das urnas

Teve início agora há pouco o processo de contagem dos votos que definirá a nova direção do Sindsaúde/RN Regional de Mossoró para os próximos três anos. A Comissão Eleitoral organizou cinco mesas de apuração, nas quais há representantes das duas chapas. A última urna a chegar do local de votação foi a do Hospital Tarcísio Maia. De acordo com a Comissão, em meia hora já será possível saber quem venceu as eleições.



Democracia

Eleições Sindsaúde/RN Mossoró: sindicato tem grande movimentação

A sede do Sindsaúde Mossoró teve grande movimentação durante a manhã de hoje (16). A urna instalada no sindicato registrou uma boa quantidade de votos, segundo os mesários responsáveis pelo local. "Estamos tendo uma boa movimentação, muito gente vindo aqui votar. Está sendo uma manhã bem agitada.", contou Betivânia Costa, mesária da Chapa 1. Milton Medeiros, mesário da Chapa 2, também concordou.

Vários servidores compareceram nesta manhã à sede do Sindsaúde, entre eles muitos agentes de endemias. "É muito importante ter um sindicato que lute pelas coisas que nós precisamos, que lute por nossas condições de trabalho. É importante votar e fazer parte de um sindicato assim.", disse Jacksandro Martins, agente de endemias em Mossoró.

Os mesários Betivânia Costa (Chapa 1) e Milton Medeiros (Chapa 2) coletando voto de servidora

Agente de endemias depositou seu voto na sede do sindicato esta manhã

Democracia

Eleições Sindsaúde/RN Mossoró: começa segundo e último dia de votação

As urnas recolhidas na noite de ontem (15) na sede do sindicato, ao final do primeiro dia de votação, já foram instaladas novamente para coletar os votos dos trabalhadores durante todo o dia de hoje (16). As três urnas fixas de Mossoró e as volantes do município e do interiro saíram do Sindsaúde por volta das 7 horas. Os sócios que trabalham nos Hospitais Tarcísio Maia, Rafael Fernandes ou estão lotados nas unidades de saúde de Mossoró já podem se dirigir às urnas de seus locais de trabalho para votar. Nas outras cidades, como Felipe Guerra, Governo Dix-Sept Rosado, Apodi, Assu, Caraúbas e Angicos, o processo eleitoral também já foi retomado. Os sócios que preferirem ainda podem votar na urna instalada na sede do sindicato.

Os dois grupos que disputam a direção do Sindsaúde Mossoró são ligados à CSP - Conlutas. Concorrem as chapas 1 (Avançar na Luta) e 2 (Lutar Para Vencer Desafios). Participe e vote.

ROTEIRO DAS URNAS

URNA 01 - Sindsaúde
URNA 02 - H. Rafael Fernandes
URNA 03 - H.R. Tarcísio Maia
URNA 04 - H. Nelson Inácio (Assú)
URNA 05 - Jucurí / Felipe Guerra / H. de Apodi / H. e C. de Saúde de Caraúbas
URNA 06 - Gov. Dix-Sept Rosado / Campo Grande / Janduis (Maternidade. e Cent. de Saúde.) / Messias Targino
URNA 07 - Areia Branca / Grossos / Maisa / Baraúna
URNA 08 - Angicos / Pendências / Alto do Rodrigues / Upanema
URNA 09 - Larem / Banco de Leite / Lab. Citopatologia / PAM odontológico / PAM do Bom Jardim / UISAM / Centro Clinico Evangélico
URNA 10 - Abolição II / Abolição III / Abolição IV / Santa Delmira / Redenção / Estrada da Raiz / Santo Antonio / Sinharinha Borges / Barrocas
URNA 11 - Pereiros / Alto da Conceição / Lagoa de Mato / CAIC / Belo Horizonte / Boa Vista / Quixabeirinha / Ouro Negro / Hospital da Policia / II URSAP
URNA 12 - Pintos / Vingt Rosado 1 / Vingt Rosado 2 (Alto Penha) / Walfredo Gurgel / Dom Jaime / Teimosos / Maria Neide (Malvinas) / Liberdade II
URNA 13 - Ilha de Santa Luzia / INOCOOP / Alameda dos Cajueiros / Liberdade II / Sumaré / Bom Jesus
URNA 14 - H.R. Tarcísio Maia.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Democracia

Eleições Sindsaúde/RN Mossoró: primeiras urnas começam a chegar

As primeiras urnas contendo os votos do primeiro dia de votação começaram a chegar. Até o momento a Comissão Eleitoral recebeu 5 urnas volantes e uma fixa (urnas de nº 1, 9, 10, 11, 12, 13), responsáveis por coletar os votos nos bairros de Mossoró. As urnas que circulam por municípios do interior, como Felipe Guerra, Governo Dix-Sept Rosado, Apodi, Assu, Caraúbas e Angicos, passarão a noite em seus locais de votação. Das urnas fixas em Mossoró, ainda restam chegar as duas instaladas no Hospital Tarcísio Maia e a do Hospital Rafael Fernandes, que serão recolhidas às 19h30.

Maurício Rodrigues, da Comissão Eleitoral, confere e recebe as primeiras urnas

De acordo com Maurício Rodrigues, membro da Comissão Eleitoral, nenhuma das urnas registrou problemas ou incidentes na coleta de votos. "Continuamos realizando um processo eleitoral sem grandes imprevistos, com muita tranqu
ilidade. Os mesários estão seguindo todas as orientações para que a eleição corra normalmente e dentro do planejado.", constatou Maurício.

Democracia

Eleições Sindsaúde/RN Mossoró: coleta de votos transcorre com normalidade

Normalidade é a palavra que melhor define a forma como está transcorrendo o processo eleitoral que irá escolher a nova direção do Sindsaúde/RN em Mossoró. A tranquilidade na coleta dos votos também é uma sensação presente entre mesários e servidores. Até o momento a Comissão Eleitoral não registrou nenhum problema na realização do pleito, com exceção da falta de algumas atas e envelopes de voto em separado, mas que já foi solucionada. "Não há nenhuma pendência que possa vir a atrapalhar as eleições. O que havia para resolver nós já resolvemos. Agora é só coletar os votos dos trabalhadores normalmente.", garantiu José Paixão, um dos membros da Comissão Eleitoral.

Mesários coletam voto de servidora; tranquilidade é marca da eleição

Servidores comparecem às urnas
Segundo os mesários responsáveis pelas urnas fixas dos Hospitais Tarcísio Maia e Rafael Fernandes, além da que está instalada na sede do sindicato, os servidores têm comparecido para votar em bom número. "A manhã foi bem movimentada por aqui, até porque esta é uma urna que está fora do local de trabalho, onde em geral as pessoas que não estão de serviço vêm votar", avaliou Betivânia Costa, mesária da Chapa 1. Milton Medeiros, mesário da Chapa 2, concordou com a colega. "Também acho que por aqui passou um bom número de trabalhadores. Todos votaram.", disse.

No Hospital Tarcísio Maia, o comparecimento dos servidores às urnas tem sido bem avaliado pelos mesários. Nilvan Rodrigues, mesário da Chapa 2, confirmou a tranquilidade da eleição até o momento e disse que a base da categoria não está deixando de votar. "Não houve problemas por aqui, tudo está ocorrendo normal, com democracia e participação dos trabalhadores. Acredito que hoje a gente coleta mais da metade dos votos do hospital.", afirmou Nilvan.

Os mesários Wilson Silva (Chapa 1) e Nilvan Rodrigues (Chapa 2), em uma das urnas do Hospital Tarcísio Maia

O mesário da Chapa 1, Wilson Silva, tem a mesma opinião. "O processo vem transcorrendo com lisura e comparecimento dos trabalhadores. Pela manhã teremos um bom balanço nas duas urnas. A perspectiva é que muitos servidores votem.", comentou.

Servidores reconhecem democracia nas eleições
No Hospital Rafael Fernandes, a secretária de serviço social Catarina Rodrigues ressaltou a importância de uma eleição democrática. "Esse processo democrático é muito importante para fortalecer o sindicato, pois quando a gente precisa de alguma coisa a gente procura o Sindsaúde. Afinal, sindicato é pra lutar pelo trabalhador, pelos nossos direitos.", enfatizou a servidora.

A secretária de serviço social do Hospital Rafael Fernandes, Catarina Rodrigues, durante votação

Técnica de enfermagem no Hospital Regional Tarcísio Maia, Núbia Ferreira aprovou a forma como está sendo conduzida as eleições. "Está uma eleição boa, calma e este é o momento de escolher quem vai lutar por nós. É importante a gente escolher quem vai entrar lá. É pra isso que serve uma eleição democrática.", destacou a técnica de enfermagem.

A técnica de enfermagem Núbia Ferreira votou e elogiou a democracia do processo

A enfermeira Ivanice de Oliveira confirmou o que muitos outros servidores estão reconhecendo. "Eu acho que ter uma eleição democrática é muito importante porque é este sindicato que a gente procura para resolver nossos problemas.", disse.

Enfermeira do HRTM, Ivanice de Oliveira disse que eleição democrática é importante para sindicato

Servidor deixou seu voto na urna do sindicato para escolher nova direção

O agente de endemias Fábio Almeida foi o primeiro a votar

Democracia

Eleições Sindsaúde/RN Mossoró: urnas já estão coletando votos

Começaram as eleições para a nova direção do Sindsaúde/RN - Regional de Mossoró. Todas as 14 urnas do processo eleitoral já estão coletando os votos dos municípios que fazem parte da 2ª URSAP (Unidade Regional de Saúde Pública). A última urna a ser instalada (a da sede do sindicato) foi liberada pela Comissão Eleitoral às 7 horas. As urnas do interior foram as primeiras a serem liberadas para garantir que os sócios de municípios mais distantes possam votar.

Presidente da Comissão Eleitoral, Ciro Ney de Moura, entrega urna a mesários

As eleições do Sindsaúde Mossoró ocorrem hoje (15) e amanhã (16), nos seguintes horários: das 7h às 17h (volantes) e das 6h30 às 19h30 (fixas). Há urnas nos hospitais Tarcísio Maia, Rafael Fernandes, em Assu e na sede do sindicato, além das que estarão circulando as cidades do interior. Podem votar todos os trabalhadores sindicalizados, pertencentes aos municípios da 2ª URSAP. Dois grupos, ligados a CSP - Conlutas, disputam a direção da entidade: a Chapa 1 - Avançar na Luta e a Chapa 2 - Lutar para Vencer Desafios.

Comissão dá últimas orientações para coleta de votos

O Presidente da Comissão Eleitoral, Ciro Ney de Moura, afirmou que as eleições iniciaram conforme o planejado, com exceção de uma única modificação. "Houve apenas um imprevisto com a segunda urna do Hospital Tarcísio Maia, mas que já foi resolvido em comum acordo com as duas chapas. A comissão decidiu instalar uma segunda urna no hospital para agilizar o processo de coleta de votos, já que se trata do maior colégio eleitoral e de um hospital de urgência e emergência.", destacou Ciro Ney.

O Presidente da Comissão ainda garantiu que todas as providências foram tomadas para que as eleições ocorreram com normalidade. "A Comissão está empenhada em garantir todas as condições para que tudo saia como o planejado. Nossa perspectiva é que o pleito aconteça normalmente.", disse.

Entrega de urnas ocorreu com agilidade

Roteiro das urnas
O roteiro das urnas foi traçado de maneira a garantir o direito de todos os sócios votarem nas eleições do Sindsaúde Mossoró. Os mesários que vão coletar os votos dos trabalhadores foram indicados pelas chapas concorrentes e orientados pela Comissão Eleitoral sobre os procedimentos. Abaixo, seguem os locais onde as urnas volantes irão passar. Participe, vote e decida quem deve ser a direção do sindicato.

Comissão conferindo o lacre da urna antes de entregá-la a mesários

ROTEIRO

URNA 01 - Sindsaúde
URNA 02 - H. Rafael Fernandes
URNA 03 - H.R. Tarcísio Maia
URNA 04 - H. Nelson Inácio (Assú)
URNA 05 - Jucurí / Felipe Guerra / H. de Apodi / H. e C. de Saúde de Caraúbas
URNA 06 - Gov. Dix-Sept Rosado / Campo Grande / Janduis (Maternidade. e Cent. de Saúde.) / Messias Targino
URNA 07 - Areia Branca / Grossos / Maisa / Baraúna
URNA 08 - Angicos / Pendências / Alto do Rodrigues / Upanema
URNA 09 - Larem / Banco de Leite / Lab. Citopatologia / PAM odontológico / PAM do Bom Jardim / UISAM / Centro Clinico Evangélico
URNA 10 - Abolição II / Abolição III / Abolição IV / Santa Delmira / Redenção / Estrada da Raiz / Santo Antonio / Sinharinha Borges / Barrocas
URNA 11 - Pereiros / Alto da Conceição / Lagoa de Mato / CAIC / Belo Horizonte / Boa Vista / Quixabeirinha / Ouro Negro / Hospital da Policia / II URSAP
URNA 12 - Pintos / Vingt Rosado 1 / Vingt Rosado 2 (Alto Penha) / Walfredo Gurgel / Dom Jaime / Teimosos / Maria Neide (Malvinas) / Liberdade II
URNA 13 - Ilha de Santa Luzia / INOCOOP / Alameda dos Cajueiros / Liberdade II / Sumaré / Bom Jesus
URNA 14 - H.R. Tarcísio Maia.

MESÁRIOS

CHAPA 1

Betivânia
Zé Roberto
Wilson
Wendel
Junior
Márcio
Jean
Erivan
Lucia
Francisca
Mazinho
Ana Paula
Navegantes
Leda

CHAPA 2

Milton
Marco Tinoco
Nilvan
Berinho
Garcia
Barbosinha
Júnior
Amaro
Marcelo Tinoco
Patrícia
Sobral
Dalva
Priscila
Gizélia

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Luta

Servidores da educação de Extremoz vão parar por 48 horas

Os servidores da educação de Extremoz/RN vão paralisar suas atividades por 48 horas. O protesto acontece nesta quarta (14) e na quinta-feira (15) contra a decisão do prefeito Klaus Rêgo (PMDB) de suspender o salário de dezembro e o décimo terceiro da diretora do Núcleo Municipal do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Extremoz (Sinte/RN), Socorro Alves. A Prefeitura acusa a sindicalista de possuir mais de dois vínculos públicos em outros municípios. O parecer da Prefeitura, porém, foi publicado no último dia 2 de dezembro, sem a abertura de processo administrativo, o que fere os procedimentos legais dentro do serviço público.

De acordo com o parecer, a professora e dirigente sindical terá de optar por abandonar um dos vínculos para receber o salário de dezembro e o décimo terceiro. Para o sindicato da categoria, o desrespeito à abertura de processo administrativo e a negação do direito de defesa configuram perseguição política por parte do prefeito Klaus Rêgo, cuja administração vem recebendo muitas críticas com relação ao abandono da educação pública.

O próprio Secretário Municipal de Planejamento, Antônio Lisboa Gameleira, está envolvido em ameaças a servidores. Uma professora da Escola Luis Alves foi até a Promotoria do município, junto com a direção do sindicato, para denunciar as péssimas condições de estrutura das escolas. Ao saber da denúncia, o Secretário Antônio Lisboa chamou a professora até a Prefeitura e a ameaçou. Afirmou que se ela fizesse outra denúncia, ele abriria um processo administrativo contra a servidora.

A paralisação dos trabalhadores da educação de Extremoz por 48 horas foi votada em assembleia da categoria, como uma forma de solidariedade à diretora do Núcleo do Sinte, Socorro Alves. Além da paralisação, haverá também uma caminhada contra a medida autoritária do prefeito. A marcha está marcada para esta quinta-feira (15), às 9 horas, com saída da Secretaria de Educação em direção a sede da Prefeitura.

O que é o que é?

Dando continuidade à série de textos políticos de formação, chegamos ao tema "O que é exploração?". Neste artigo, vamos descobrir como o patrão nos explora e enriquece com o fruto do nosso trabalho. Boa leitura.

O que é Exploração?

Dentro da estação de metrô Barra Funda, em São Paulo, há uma pequena casa lotérica. Ninguém nunca ganhou nada lá, mas ela está sempre cheia. O sucesso do empreendimento deve-se não à boa localização, mas ao nome: “Adeus, patrão!”. O sonho de se vêr livre para sempre do trabalho imediatamente invade a cabeça dos que passam, e a vontade de fazer uma fezinha torna-se simplesmente irresistível. Vai que ganha...

Logo depois da lotérica, passa-se pelas catracas, desce-se a escada rolante e entra-se no vagão lotado. De repente, o sonho desmorona. Percebe-se que os R$ 2 da aposta foram jogados fora. É fato consumado que a maioria esmagadora de nós está condenada a trabalhar a vida inteira. Ao final de nossa existência, teremos trabalhado de 8 a 12 horas por dia, 26 dias por mês, durante 35 a 40 anos. O trabalho, nosso meio de vida, terá sugado a própria vida. Quem, nessas condições, não quer dar um adeus definitivo ao patrão e torrar uma bolada?

Mas por que todos sonham em ganhar na loteria e parar de trabalhar? É claro que o trabalho é duro, mas ele também cria maravilhas. Basta olhar ao redor. Quando trabalhamos, mesmo sem saber, somos parte de um todo único e indivisível chamado sociedade. O trabalho deveria despertar nossos traços mais humanos: a inteligência, a cooperação e a solidariedade. Por que isso não acontece? A resposta é evidente: porque na sociedade capitalista o trabalho não é a realização de nossas capacidades e talentos, mas um sofrimento a serviço do lucro. Lucro de outro, do patrão.


O trabalho sob o capitalismo
O capitalismo se caracteriza por apresentar as relações entre patrão e empregado como se fossem livres e justas: o empregado não é obrigado a aceitar a proposta de emprego do patrão. E, mesmo que tenha aceito, pode abandonar o emprego a qualquer momento. O patrão, por sua vez, também não é obrigado a contratar o empregado. E, mesmo o tendo contratado, não precisa mantê-lo. Pagando algumas multas, pode demiti-lo a qualquer hora.


O contrato de trabalho também parece bastante justo: oito horas de trabalho por dia em troca de um salário que garantirá o sustento do trabalhador e até o de sua família! Pode haver troca mais justa? Mais democrática?

Começa o trabalho. As máquinas são ligadas, as engrenagens giram, as alavancas empurram. A laje é batida, o petróleo é refinado, o cós é costurado. Ao final do dia vê-se a magia do trabalho: um andar novo onde antes só havia armações de ferro, uma pilha de roupas onde antes só havia tecido, um carro onde antes só havia peças soltas, gasolina onde antes só havia óleo bruto. Criam-se assim novas riquezas que não existiam antes e que têm um valor determinado: R$ 25 mil se for um carro, R$ 25 se for uma blusa etc.

Onde está a exploração?
A ironia do sistema capitalista é que a exploração se dá exatamente através do fato mais aguardado pelo trabalhador: o pagamento do salário! O sistema salarial é o mecanismo fundamental da exploração capitalista. Se não houvesse salário, ou seja, se a retribuição ao operário pelos serviços prestados tivesse que se dar de outra forma, os capitalistas não conseguiriam explorar o trabalhador. Vejamos.

A produção média da indústria automobilística, segundo os dados da própria patronal, está hoje em 2,25 carros por trabalhador por mês. Arredondemos para dois, apenas para facilitar as contas. Isso significa que, ao longo de um mês, cada trabalhador do setor produz em média dois carros. Supondo que o valor médio desses carros, para tomar apenas os mais baratos, seja de R$ 24 mil, cada trabalhador gera, ao longo de um mês, um total de R$ 48 mil em novas riquezas antes não existentes. Suponhamos também que o salário desse trabalhador seja de R$ 2 mil e que ele trabalhe, de fato, apenas 24 dias por mês, pois folga aos domingos e em alguns sábados. Dividindo-se os R$ 48 mil pelos 24 dias em que o trabalhador trabalha, temos exatos R$2 mil. Esse é, em média, o valor gerado por um trabalhador da indústria automobilística em um único dia de trabalho. Ou seja, o metalúrgico médio de uma montadora produz em um único dia o valor de seu próprio salário mensal. Mas o contrato “justo e democrático” estabelecido com o patrão diz que o trabalhador deverá trabalhar não apenas um dia, mas sim 24 dias inteiros. Somente depois disso receberá o seu salário. Isso significa que, em um mês, o trabalhador dedica-se um dia a pagar o seu salário e nos outros 23 dias trabalha absolutamente de graça, sem nenhuma contrapartida por parte do patrão.

Ou seja, no sistema capitalista a exploração não está no fato de o salário ser alto ou baixo. Que bom seria se o problema fosse somente esse. É claro que o aumento do salário do trabalhador é um duro golpe no patrão e reduz a exploração, mas não a elimina por completo. Se o salário de nosso metalúrgico for dobrado para R$ 4 mil, ele então trabalhará dois dias para pagar o seu salário e 22 dias de graça para o patrão. Se for para R$ 6 mil, trabalhará três dias para pagar o seu salário e 21 dias de graça etc. Nenhum aumento salarial conseguirá eliminar a exploração. Sempre, independentemente do salário do trabalhador, haverá uma parte da jornada que ele trabalhará de graça.



É claro que esse nível de exploração muda, dependendo do ramo da indústria e da profissão exercida. Algumas categorias são mais exploradas que outras, ou seja, trabalham mais tempo de graça para o patrão. Outras menos etc. Mas em toda e qualquer empresa em que os trabalhadores vendem a sua força de trabalho durante um certo tempo em troca de um salário, esse fenômeno se repetirá: trabalho gratuito para o patrão. Aí reside a “mágica” do capitalismo: que o trabalho do trabalhador gera muito mais riqueza do que ele recebe de volta na forma de salário. A diferença entre o que ele produz e o que recebe como salário chama-se mais-valia. É o trabalho não-pago pelo capitalista.

O lucro: resultado da exploração
Como se vê, exploração e lucro são coisas diferentes. O lucro apenas reflete a exploração, mas não é a própria exploração. O lucro do patrão pode ser maior ou menor em função das despesas da empresa, queda dos preços. Ou seja, é um problema de mercado. Já a exploração é mais profunda. Ela acontece no próprio ato da produção: o trabalhador, em apenas um dia, pagou o seu salário e, sem saber, continuou trabalhando mais 23 dias, crendo que ainda estava em dívida com o patrão.

Quando os trabalhadores fazem greve por aumento salarial, os patrões mostram centenas de tabelas para provar que o aumento pedido é inviável, que a empresa vai falir etc. Essas tabelas são, em geral, mentirosas, não porque as empresas não tenham despesas. Elas têm. São mentirosas porque o aumento pedido pelos trabalhadores nunca chega a afetar os compromissos assumidos pelas empresas junto a fornecedores e bancos. Os aumentos pedidos pelos trabalhadores são, em geral, bastante modestos e só afetam o lucro da empresa, ou seja, aquele dinheiro que vai limpinho para o bolso do patrão, já descontadas as despesas. Mas, como o patrão não tem a menor intenção de se desfazer desse lucro, ele tenta apresentar sua tragédia (diminuição do lucro) como se fosse a tragédia da empresa, mas são coisas bem diferentes.

Mas há uma gota de verdade nos rios de lágrimas chorados pelos patrões. E é a seguinte: de fato, as empresas não suportam um aumento significativo dos salários porque todo o sistema capitalista está baseado no trabalho gratuito dos trabalhadores. Se os trabalhadores tiverem um aumento salarial além de um determinado nível, todo o sistema vai desmoronar porque não é só o dono da fábrica que suga o sangue do operário. Também o banqueiro, o fornecedor de matéria-prima, o governo e os acionistas vivem do trabalho gratuito realizado pelo operário da fábrica. Quando o patrão fala em “pagar as despesas” ele quer dizer: “entregar a outros capitalistas uma parte do trabalho gratuito que você realiza aqui dentro de minha fábrica”.


O problema é o próprio capitalismo
Assim, vivemos em uma sociedade que vive do trabalho gratuito de uma parte da população. Essa imensa maioria, que trabalha a maior parte do tempo de graça sem saber, achando que está sendo paga, sustenta o luxo de uma ínfima minoria. Essa pequena minoria se mantém como uma classe privilegiada apenas porque é proprietária das fábricas, empreiteiras, refinarias, bancos etc. Mas como eles se tornaram proprietários? Essa é uma pergunta que nem mesmo eles saberão responder. Falarão de alguma herança, de seu “espírito empreendedor”, se enrolarão, gaguejarão, mas não conseguirão explicar a verdadeira origem de sua riqueza. E por quê? Porque sabem que sua riqueza tem origem no trabalho gratuito dos outros. E seria muito vergonhoso admitir perante toda a sociedade: “sou rico porque exploro o trabalho dos outros, porque outros trabalham de graça para mim”. Ninguém quer aparecer como sanguessuga e parasita. Não combina com a alta sociedade.


O capitalismo é, portanto, um sistema que carrega no seu próprio funcionamento a lógica da exploração. Por isso, sob o capitalismo, é impossível erradicar esse mal. O desafio de nossa classe é a destruição desse sistema e sua substituição por outro: um sistema fundado no princípio de que cada um retira da sociedade uma quantidade de riqueza proporcional ao seu trabalho. O princípio: para cada um, segundo o seu trabalho e não segundo suas posses. Em outras palavras, um sistema socialista, onde os trabalhadores sejam senhores de seu próprio trabalho e possam dizer em alto e bom som e em uma única voz: adeus, patrão! Até nunca mais!

O papel dos sindicatos
Os sindicatos são as organizações criadas pela classe trabalhadora para lutar por melhor remuneração e condições de trabalho dentro do sistema salarial. Por isso, apenas com a luta corporativa, os sindicatos são incapazes de acabar com a exploração. Para isso, precisariam se voltar contra o próprio sistema salarial, ou seja, contra o capitalismo. Enquanto não fazem isso, sua luta é apenas para reduzir a exploração, ou seja, uma luta dentro do sistema. Essa batalha é fundamental, afinal, faz muita diferença trabalhar 36 ou 44 horas por semana, ganhar R$ 1 mil ou R$ 2 mil por mês. Mas é importante que todo ativista e lutador social entenda essa limitação dos sindicatos, que, pelo menos hoje, não estão voltados para uma luta contra o próprio sistema, ainda que sejam muito combativos e suas direções estejam de verdade ao lado dos trabalhadores.


De qualquer forma, os sindicatos têm um enorme papel. Todo sindicato, por exemplo, deveria fornecer aos trabalhadores informações claras que permitissem calcular com precisão a taxa de exploração de determinada categoria, a quantidade de tempo que se trabalha de graça nesta ou naquela empresa. Isso pode ser feito em qualquer ramo: na construção civil, estabelecendo-se o valor médio do metro quadrado construído, o salário e a produtividade média de cada operário; no sistema bancário, determinando-se o volume de taxas bancárias e juros recolhidos pelos bancos em contraposição ao salário médio do bancário etc.

É fundamental que os trabalhadores cobrem essas informações de seus sindicatos. A consciência de que os trabalhadores trabalham uma parte da jornada de graça é o primeiro passo para uma consciência verdadeiramente classista, socialista e revolucionária.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Sindsaúde Mossoró

É HORA DE ELEIÇÃO!

Nos dias 15 e 16 de dezembro, você vai eleger a nova direção do Sindsaúde Regional de Mossoró. Serão 13 urnas, divididas em 4 fixas e 9 volantes. Durante as eleições, elas funcionarão das 7h às 17h (volantes) e das 6h30 às 19h30 (fixas). Haverá urnas nos hospitais Tarcísio Maia, Rafael Fernandes, em Assu e na sede do sindicato. Podem votar todos os trabalhadores sindicalizados, pertencentes aos municípios da 2ª URSAP. Dois grupos disputam a direção da entidade: a Chapa 1 - Avançar na Luta e a Chapa 2 - Lutar para Vencer Desafios. Participe, vote!