Servidores Estaduais da saúde entram em greve a partir de segunda-feira
Trabalhadores da saúde do Estado do Rio Grande do Norte (Sindisaúde) realizaram na manhã de ontem assembleia geral com indicativo de greve na sala de reuniões do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM). O presidente da regional Mossoró do Sindisaúde, João Morais, informou aos servidores as decisões tomadas na assembleia realizada na terça-feira, em Natal, pela direção estadual do sindicato.
De acordo com as deliberações da reunião, todos os servidores da saúde no município entram em greve a partir da próxima segunda-feira, 1º de março. "Nós vamos obedecer o percentual obrigatório por lei e manter 30% dos atendimentos. Além disso, até segunda-feira vamos visitar outras cidades como Apodi, Caraúbas e Assú para fortalecer ainda mais o movimento", diz João Morais.
Em Mossoró devem participar da greve cerca de dois mil servidores no HRTM, Hospital Rafael Fernandes, Laboratório Regional (Laren), Banco de Leite, Ursap, Unicat e Citopatologia. "Todos os servidores estão passando dificuldades, principalmente em relação às questões salariais. Vamos realizar um ato público no dia 1º de março, em frente ao HRTM", garantiu o presidente.
João Morais comentou ainda durante a assembleia que durante a reunião de terça-feira, realizada em Natal, os trabalhadores consideraram um descaso a ausência do secretário de Educação. "A reunião deveria ter sido com George Antunes e ele mandou um representante do setor de recursos humanos. Primeiro, nós consideramos isso um descaso. Segundo, ele não apresentou nenhuma proposta, apenas informou que o governo estava estudando a possibilidade de atender às reivindicações", contou João.
Os servidores solicitam a adequação do Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) dos servidores e, consequentemente, o reajuste salarial de 45% referente há quatro anos sem aumento salarial para a categoria. "O representante que estava na reunião disse que não queria adiantar o percentual de reajuste que seria oferecido pelo governo porque ainda estão estudando o impacto que esse aumento irá surtir na folha salarial", explicou o representante do Sindisaúde.
Outro ponto da reunião que foi criticado é que mais uma vez o governo pediu paciência aos servidores. "Nós passamos quatro anos pedindo aumento e não fomos atendidos; agora não dá mais para ter paciência. Além disso, essa é a nossa última oportunidade de fazer grave, pois como este ano é eleitoral o aumento tem prazo limite para ser concedido", informou o presidente.
O governo tem até o dia 3 de julho para tomar qualquer medida em benefício dos servidores, como o aumento salarial. A partir deste prazo qualquer medida é inconstitucional. "Os deputados aprovaram a proposta do deputado Paulo Davim que era de R$ 40 milhões para o reajuste dos servidores, mas a governadora vetou. Mesmo assim, esse valor não seria suficiente para cobrir o aumento de 45% que estamos pedindo", disse.
Ele informou que os servidores ainda definirão a escala de greve para reunir o maior número de servidores, fortalecer o movimento e manter os 30% de atendimento. Além dos PCCS e do reajuste salarial, os servidores ainda reivindicam melhores condições de trabalho. Durante a reunião muitos servidores reclamaram que são obrigados a aguentar uma exaustiva carga horária de trabalho para tentar aumentar os vencimentos no fim do mês. "Temos que trabalhar em dobro para ganhar um pouco mais, além disso estamos sempre sobrecarregados. O problema é que o governo elabora o PCCS e não cumpre", reclamaram os trabalhadores.
Fonte: Jornal O Mossoroense - 25/02/2010